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Dicas de especialistas para manter o pique no carnaval

Carnaval é uma delícia, mas também é uma maratona para o corpo. Veja como manter a energia e a saúde com alimentos e hidratação

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Foto: Ryan Wallace | Unsplash

Trio elétrico, bloquinhos, escolas de samba, bateria, baile… Tudo isso faz parte da festa que é o carnaval. São quatro dias oficiais de folia, mas a bagunça começa antes, com eventos pré-carnaval que também são uma verdadeira maratona – de alegria e também de alguns excessos. Para manter a saúde e o pique até o final é preciso tomar alguns cuidados – se alimentar e se hidratar bem fazem toda a diferença.

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O Carnaval é uma prova de resistência e para curtir ao máximo é preciso estar preparado. Para ajudar quem vai se jogar na folia, o médico Leonardo Feinden e os nutricionistas Elaine Klein e Michael Alexandre prepararam algumas dicas de alimentos para comer antes, durante e depois da curtição e ainda como amenizar os efeitos do álcool no organismo.

Durante a intensa programação carnavalesca, é comum deixar de realizar as refeições, exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e optar por comer alimentos vendidos nas ruas. Para curtir todos os dias do Carnaval, é importante seguir alguns cuidados básicos com a alimentação. “Antes de cair na folia é importante realizar uma refeição completa, que deve incluir carboidratos, proteínas, verduras, legumes e frutas, já o consumo de leguminosas como o feijão podem favorecer o aparecimento de desconforto gástrico (gases) e deve ser evitado”, comenta Elaine Klein, nutricionista e consultora da Bodytech.

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Foto: Jonathan Borba | Unsplash

A dica para quem vai nos blocos no período da manhã é começar o dia com um bom café da manhã. Consumindo pães integrais, tapioca com semente de chia, suco e café sem açúcar e frutas com maior teor de água (laranja, maçã, melão, melancia, abacaxi, kiwi, uva). Outros alimentos que são uma ótima opção para incluir na alimentação antes da folia são: pães, arroz, macarrão, aipim, inhame, ovos, queijo, frango, peixe, beterraba, cenoura, abóbora, couve, frutas (abacate, banana, uva, melancia, melão, laranja), café e chá verde gelado.

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As oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas são boas fontes de ômega 3. Foto: PIxabay

É vantajoso contar sempre com alternativas de alimentos práticos que possam ser transportados facilmente em uma pochete ou bolsa a tiracolo. São bem-vindos os “nuts” oleaginosas (castanha de caju e do Pará, amêndoas, nozes, macadâmia, noz-pecã, baru, pistache, avelã), grão de bico, barrinha de proteína e frutas. Uma boa opção líquida são os isotônicos. O pão de queijo, a pipoca e o picolé de fruta podem ser opções para quem não pretende levar nada e precisa comer um lanche rápido na rua.

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“Quando a sensação de fome aperta muitos foliões optam por recorrer à comida de rua. Porém, cuidado na hora de escolher a refeição. Evite alimentos gordurosos, frituras e principalmente aqueles que ficam expostos à temperatura inadequada, molhos caseiros, como a maionese e itens que precisam de refrigeração como sanduíche natural. Esses alimentos podem ter risco de contaminação e provocar até uma gastroenterite”, alerta Klein.

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Foto: Jianxiang Wu | Unsplash

Uma dica valiosa é não descuidar da hidratação. A nutricionista orienta a intercalar água entre a ingestão de bebida alcoólica.  Evitar longos períodos sem se alimentar e não beber em jejum. Para ajudar na hidratação, uma boa opção é consumir água de coco, sucos naturais e isotônicos.

Consumo de bebida alcoólica

O excesso de bebida alcoólica pode sobrecarregar o fígado, e cerca de 90% do álcool ingerido é metabolizado no órgão por enzimas específicas. Esse desequilíbrio altera a microbiota intestinal, inibe a formação de vitaminas produzidas no intestino, e acaba desregulando a resposta imunológica e metabólica, provocando um estado pró-inflamatório.

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Foto: Giovanna Gomes na Unsplash

No dia seguinte de uma eventual bebedeira, garanta o consumo de vegetais, especialmente folhas cruas, vegetais crus e frutas cítricas. “A ingestão destes alimentos ajuda a aumentar o consumo de fontes de prebióticos. Inclua no seu dia pelo menos duas frutas diferentes (coma pelo menos uma com a casca), verduras e legumes em uma das refeições. Estes alimentos podem ser consumidos crus ou cozidos no vapor, ou com pouca gordura. É importante evitar ao máximo alimentos gordurosos, como queijos e carne vermelha durante este período. Dê preferência a carboidratos de qualidade e proteínas magras. Cereais integrais como aveia, linhaça, chia (café́ da manhã e lanches), arroz integral e cevadinha (almoço/ jantar) são muito bem-vindos”, pontua Michael Alexandre, nutricionista e professor da pós-graduação em Nutrição Comportamental e Clínica da Faculdade UNIGUAÇU.

Dica do especialista: Beba muita água.

O tempo e absorção do álcool depende de uma série de fatores, entre eles, a presença de comida no estômago (nunca beba em jejum), o tipo de alimento ingerido antes do consumo de bebidas alcoólicas e a velocidade com que a pessoa consumiu a bebida. Cerca de 75% do álcool é absorvido pelo intestino delgado. O restante é absorvido pela mucosa da boca, esôfago, estômago e intestino grosso.

Efeitos do álcool no corpo

O consumo excessivo de álcool pode ter uma série de impactos negativos na saúde, e esses efeitos podem ser exacerbados durante a maratona de Carnaval, especialmente quando combinado com o clima quente, má alimentação e desidratação.

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Foto: Bash Visual | Unsplash

O médico Leonardo Feiden, médico e professor dos cursos de pós-graduação na Faculdade UNIGUAÇU, listou os setes principais males associados ao consumo excessivo de álcool. Saiba quais são:

  • Desidratação: o álcool é um diurético, o que significa que aumenta a produção de urina. Em um ambiente quente, a perda de líquidos por meio da transpiração já é significativa, e o consumo de bebida alcoólica pode levar a uma desidratação rápida. Isso pode resultar em tonturas, fadiga, dores de cabeça e, em casos mais graves, desmaios.
  • Problemas gastrointestinais: irritação do revestimento do trato gastrointestinal, ocasionando sintomas como: azia, indigestão, náuseas e vômitos. O consumo de alimentos inadequados, pode aumentar o desconforto gastrointestinal.
  • Intoxicação alcoólica: é uma condição séria que pode resultar em confusão mental, vômitos, dificuldade respiratória e, em casos extremos, coma e morte. O calor adicional do ambiente pode aumentar o risco de intoxicação.
  • Comprometimento cognitivo e coordenação motora: o álcool afeta o sistema nervoso central, levando a um comprometimento cognitivo, a falta de coordenação motora e reflexos mais lentos. Isso aumenta o risco de acidentes, quedas e lesões, especialmente em um ambiente festivo e movimentado como o Carnaval.
  • Aumento do risco de lesões: o consumo excessivo de bebida alcoólica está associado a um aumento do risco de ferimentos, como cortes, contusões e fraturas. A combinação de aglomerações de pessoas, ruas lotadas e comportamentos impulsivos pode tornar as lesões mais prováveis.
  • Impacto no sistema cardiovascular: o álcool em excesso pode aumentar a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares.
  • Comprometimento do sistema imunológico: enfraquece o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções. Isso pode ser especialmente preocupante durante o Carnaval, onde as condições de higiene podem ser desafiadoras.

“Para minimizar os riscos à saúde durante as festividades, é importante praticar o consumo moderado de álcool, manter-se bem hidratado, comer alimentos nutritivos e evitar a combinação com outras substâncias. Além disso, estar ciente dos sinais de intoxicação alcoólica e procurar ajuda médica imediatamente se necessário são medidas essenciais para garantir a segurança durante a folia”, alerta Leonardo.

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Foto: iStock