Áreas úmidas exercem funções vitais para a humanidade
Essenciais para o bem-estar humano: conheça os benefícios e as principais ameaças para as zonas úmidas
Essenciais para o bem-estar humano: conheça os benefícios e as principais ameaças para as zonas úmidas
Enseadas, manguezais, pântanos, charcos, turfeiras, viveiros de peixes e arrozais. Todos esses ecossistemas são classificados como zonas úmidas. O conceito abrange 42 diferentes tipos de zonas, que vão desde áreas marinhas e costeiras até as continentais e as artificiais (como áreas irrigadas para agricultura e reservatórios de hidrelétricas). A importância de tais ecossistemas é celebrada no dia 2 de fevereiro, desde 1997, pela ONU.
O Dia Mundial das Zonas Úmidas marca o aniversário da Convenção sobre as Zonas Úmidas aprovada em 1971. Também conhecida como Convenção de Ramsar, por ter sido assinada na cidade iraniana de Ramsar, no evento foi firmado um tratado internacional que, segundo o WWF, marcou o início das ações nacionais e internacionais para a conservação e o uso sustentável das zonas úmidas e de seus recursos naturais.
A convenção também classificou as áreas úmidas de importância mundial, os chamados Sítios Ramsar, por suas características, biodiversidade e importância estratégica para as populações locais. O Brasil possui 27 áreas classificadas, cobrindo quase 26,8 milhões de hectares.
Alguns exemplos de áreas úmidas brasileiras de importância mundial são: Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (MT), Estação Ecológica Mamirauá (AM), Ilha do Bananal (TO), Reentrâncias Maranhenses (MA), Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), Parque Estadual Marinho do Parcel de Manoel Luz (MA), Lagoa do Peixe (RS), Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT), Parque Estadual do Rio Doce (MG), Fazenda Rio Negro (MS) e o Parque Nacional Marinho de Abrolhos (BA).
Neste ano, a ONU destaca a relação entre zonas úmidas e bem-estar humano. O foco é celebrar o papel que esses sistemas naturais desempenham no fornecimento de água doce, na produção de alimentos e na prevenção de eventos climáticos extremos, além de alertar para as ameaças a tais ecossistemas.
As zonas úmidas são “grandes maravilhas da natureza, sistemas perfeitamente equilibrados que desempenham funções absolutamente vitais para nós e para a natureza”, afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
Ela enfatiza que estes ecossistemas “armazenam água durante períodos de seca, absorvem água durante cheias, filtram poluentes e ajudam a fornecer água potável e irrigação para as plantações”.
Já Qu Dongyu, diretor-geral da FAO (Organização para Agricultura e Alimentação), afirma que as zonas úmidas apoiam a subsistência de mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, além de melhorar a qualidade da água, armazenar carbono e proteger contra inundações e secas.
No entanto, Qu Dongyu, também lembra que essas áreas estão “diminuindo rapidamente devido ao impacto humano, agravado pela crise climática e pelo aumento da perda de biodiversidade, intensificando assim a crise hídrica e ameaçando a segurança alimentar e os meios de subsistência”.
A secretária-geral da Convenção sobre Zonas Úmidas, Musonda Mumba, aponta que “práticas agrícolas insustentáveis” são a principal causa da perda desses ecossistemas através da drenagem e do enchimento. Além disso, ressalta que muitas zonas úmidas, especialmente as próximas das cidades, também foram poluídas por atividades humanas e recentemente degradadas ainda mais pela poluição plástica.
Com informações da ONU, WWF-Brasil e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima