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Cantar e tocar instrumentos ajuda a manter funções do cérebro

Estudo com milhares de pessoas revelou benefícios da prática musical para a saúde do cérebro ao longo da vida

piano música idoso idosa
Foto: Carlos Torres | Unsplash

Com certeza você já ouviu falar que “quem canta seus males espanta”. O ditado popular reforça a ideia do quanto a música pode ser positiva para a gente: quem canta ou toca um instrumento se diverte, expressa e compartilha seus sentimentos, pode reunir e alegrar muita gente e sentir a satisfação de melhorar sua afinação e técnicas musicais com o passar dos anos. E, além de tudo isso, cantar ou tocar um instrumento é uma maneira muito eficiente de cuidar da nossa saúde mental.

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Este é o resultado de um estudo aberto, realizado de forma online, com pessoas de mais de 40 anos que vivem no Reino Unido. O projeto ganhou o nome de PROTECT e reuniu os dados de milhares de adultos para avaliar o impacto de tocar um instrumento musical ou cantar na saúde do cérebro. Os cientistas descobriram que, mais do que trazer bem estar, a prática musical melhorou a memória e a velocidade cognitiva das pessoas com 40 anos ou mais.

músicos na praia
Foto: Richard Hewat | Unsplash

Durante 10 anos, cerca de 25 mil pessoas se inscreveram no PROTECT. Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram a experiência musical dos participantes e a exposição ao longo da vida à música, juntamente com os resultados de testes cognitivos, para determinar se a musicalidade ajuda a manter o cérebro afiado por mais tempo, a medida que as pessoas envelhecem.

As descobertas mostram que tocar um instrumento musical, especialmente o piano, está ligado à melhoria da memória e à capacidade de resolver tarefas complexas – conhecidas como funções executivas. Continuar a tocar com o passar dos anos traz benefícios ainda maiores. O trabalho sugere que cantar também estava ligado a uma melhor saúde cerebral, embora isto também possa ser devido aos fatores sociais de fazer parte de um coro ou grupo.

música partitura
Foto: David Beale | Unsplash

“Vários estudos analisaram o efeito da música na saúde do cérebro. Nosso estudo PROTECT nos deu uma oportunidade única de explorar a relação entre desempenho cognitivo e música em um grande grupo de adultos mais velhos”, disse Anne Corbett, professora de pesquisa sobre demência na Universidade de Exeter. “No geral, pensamos que ser musical pode ser uma forma de aproveitar a agilidade e resiliência do cérebro, conhecida como reserva cognitiva”.

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A ideia do estudo veio da estudante de medicina da Universidade de Exeter, Gaia Vetere, uma pianista entusiasta, que contatou a equipe de estudo do PROTECT.

“Como pianista, estava interessado em pesquisar o impacto da música e da cognição. Sendo relativamente nova no mundo da pesquisa e publicação, esta foi uma experiência desafiadora, mas também verdadeiramente enriquecedora”, disse ela à imprensa da Universidade de Exeter.

homem toca piano
Foto: Gabriel Gurrola | Unsplash

“Embora sejam necessárias mais pesquisas para investigar esta relação, as nossas descobertas indicam que a promoção da educação musical seria uma parte valiosa das iniciativas de saúde pública para promover um estilo de vida protetor para a saúde do cérebro, assim como incentivar os adultos mais velhos a voltar para a música, mesmo com a idade avançada”, conclui a professora Anne Corbett.

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Segundo Anne, há evidências consideráveis ​​do benefício das atividades musicais em grupo para indivíduos com demência, e esta abordagem poderia ser estendida como parte de um pacote de envelhecimento saudável para adultos mais velhos, permitindo-lhes reduzir proativamente o seu risco e promover a saúde cerebral.

Stuart Douglas é um exemplo de alguém que tocou um instrumento a vida inteira. Com 78 anos ele continua a fazer música com o seu acordeom na Cornualha, tocando em duas bandas: na Cober Valley Accordion Band e na Royal Scottish Country Dance Society.

banda música idosa
Foto: Jordan Whitt | Unsplash

“Aprendi a tocar acordeão quando era menino e continuei ao longo de minha carreira na força policial e fora dela”, disse Douglas. “Hoje em dia ainda toco regularmente, e tocar na banda também mantém minha agenda lotada, já que costumamos nos apresentar em público.”

“Tocamos regularmente em asilos e vejo o efeito que a nossa música tem nas pessoas com perda de memória. Como músicos mais velhos, não temos dúvidas de que continuar com a música até uma idade avançada desempenhou um papel importante em manter os nossos cérebros saudáveis”, ele adicionou.

O artigo foi publicado no International Journal of Geriatric Psychiatry.