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Ação expõe papel das mídias digitais no tráfico de animais selvagens

Objetivo da campanha é promover o “reset” do algoritmo do Instagram e ampliar consciência sobre o tema

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Foto: pxhere

Em uma época em que as redes sociais desempenham um papel significativo na promoção de comportamentos e causas, o Instituto Ampara Animal está tomando medidas ousadas para desencorajar a participação involuntária no tráfico de animais selvagens. Por trás de um vídeo “fofo” de um animal silvestre sendo humanizado, ou interagindo com pessoas, está um cenário de privação de comportamentos naturais, maus-tratos e muitas vezes a retirada do animal da natureza.

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A iniciativa visa diminuir curtidas e compartilhamentos de postagens de animais selvagens sendo tratados como pets, evidenciando a responsabilidade de cada indivíduo ao engajar em conteúdos como estes, desafiando a norma e promovendo uma conscientização generalizada.

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Foto: Pixabay

A força dos conteúdos que promovem a exibição de silvestres como pets é real, perigosa e desconhecida para a sociedade: aproximadamente 37% das buscas por compra de macacos são geradas diretamente por conteúdos do Instagram. Até animais considerados “não tão fofos assim”, como as cobras e serpentes, tem 18% de suas compras impulsionadas por conteúdos do aplicativo.

A peça central desta campanha é o reset do algoritmo de uma das maiores plataformas de mídias digitais atualmente, o Instagram. O Instituto Ampara Animal quer trazer à tona os impactos dos followers no engajamento de conteúdos, que utilizam a imagem de animais silvestres como pets para se promover nas mídias digitais, sobre o bem-estar animal, o tráfico de animais selvagens e a conservação da biodiversidade.

Esse tipo de conteúdo, que traz uma visão superficial e romantizada de se ter um silvestre como pet, também influencia cada vez mais no desejo de compra e, dessa forma, fomenta um ciclo que coloca em risco toda a biodiversidade.

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Curtidas e compartilhamentos tornam a exploração de animais lucrativa. Fotos: Ampara Animal

A campanha começou com a exposição “Alg*ritmo Selvagem (Reset)”, no Conjunto Nacional da Cidade de São Paulo (Avenida Paulista, 2073), no dia 3 de março, data que marca o Dia Mundial da Vida Selvagem pela ONU. A partir de 3 de abril, a exposição será redirecionada para outros locais rotativos.

Nesta intervenção, o Instituto Ampara Animal utilizará expressões artísticas de impacto visual para sensibilizar e convocar a comunidade a participar deste movimento crucial. A exposição visa despertar esta problemática, educar e inspirar, destacando os perigos da influência de conteúdos que exploram a fauna, na manutenção e ampliação do tráfico de animais selvagens e como a simples ação de curtir ou compartilhar certos conteúdos pode inadvertidamente apoiar essa prática prejudicial.

A exposição será um chamariz e uma preparação para o “Dia da Reinicialização dos Algoritmos” (“Reset Day”), 14 de março, uma data especial que marca o Dia Nacional dos Animais, na qual cada indivíduo poderá contribuir diretamente para a causa, promovendo a conscientização e a mudança de comportamento.

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Foto: Marco Antônio Russo Iarussi

Neste dia, o Instituto Ampara Animal convoca a comunidade a reiniciar seus algoritmos pessoais, esclarecendo-se das consequências de suas interações online e buscando uma relação mais harmônica, que valorize a biodiversidade em seu ambiente natural, exercendo seus comportamentos selvagens.

Portanto, a campanha não se limita à exposição física, pois a organização estenderá a mensagem para as plataformas de mídia social. Publicações de impacto, envolventes e esclarecedoras serão compartilhadas, incentivando os seguidores a refletirem sobre a influência de suas interações online, a participarem ativamente da reinicialização dos algoritmos e a estabelecerem interações positivas com a fauna.

“Estamos comprometidos em combater o tráfico de animais selvagens de maneira inovadora, sensível e eficaz. Acreditamos que ao resetar os algoritmos do Instagram e despertar o olhar da sociedade para esta problemática, podemos desencorajar indiretamente a promoção dessa prática criminosa”, afirma Juliana Camargo, fundadora do Representante do Instituto Ampara Animal.

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Imagem: Ampara Animal