O III Congresso Internacional Cidades Lixo Zero reuniu mais de 450 especialistas nacionais e internacionais em Brasília para discutir práticas sustentáveis e soluções inovadoras para a gestão de resíduos. Representantes de todos os continentes, trouxeram boas práticas de cidades com diferentes populações que aplicam a metodologia Lixo Zero. No encerramento, um manifesto foi lançado, pedindo um Brasil mais Sustentável e Solidário.
Nos três dias de intensa troca de conhecimento e colaboração, foi trabalhada a proposta de um Acordo Social para unir a sociedade brasileira. Este acordo é a chave para reduzir o impacto ambiental, promover uma economia mais sustentável e circular, reduzir disparidades sociais e incentivar a inovação, a criação de empregos e o empreendedorismo.
A participação de todos os setores da sociedade é crucial nesse processo. “Tivemos aqui mais de 50 palestrantes internacionais e mais de 400 palestrantes nacionais, todos contribuindo para o sucesso deste congresso. A equipe formada foi integrada e dedicada, criando novas lideranças e respeito mútuo”, conta Kadmo Côrtes, Vice-Presidente do Instituto Lixo Zero Brasil.
Dentre os diversos temas abordados, destacam-se:
- Educação ambiental como base: Campanhas informativas, workshops, palestras e o engajamento de crianças e jovens foram destacados como ferramentas essenciais para conscientizar a população sobre os impactos do lixo e os benefícios da mudança.
- Comunidade engajada: A criação de cooperativas de reciclagem e reuso, a promoção de eventos e atividades, e o incentivo à gestão de resíduos sólidos foram apontados como ações cruciais para fortalecer o movimento Lixo Zero e gerar resultados concretos.
- Políticas públicas para impulsionar a mudança: foi defendida a implementação de políticas públicas que incentivem a redução, o reuso e a reciclagem de resíduos. A infraestrutura de coleta seletiva e compostagem, a fiscalização ambiental rigorosa e o investimento em pesquisa e desenvolvimento foram considerados medidas essenciais.
- Ações chave para o sucesso: O plano de ação inclui o desenvolvimento de um plano de comunicação abrangente, a criação de parcerias com diferentes setores da sociedade, a capacitação de agentes comunitários, a implementação de projetos piloto e o monitoramento dos resultados.
- Benefícios para todos: A redução do lixo enviado para aterros sanitários, a diminuição da poluição, a melhora da qualidade de vida, a geração de renda e oportunidades de trabalho, e a promoção da sustentabilidade e da cidadania são alguns dos benefícios esperados com a implementação do movimento Lixo Zero.
- Um futuro promissor: O manifesto Lixo Zero é um convite para todos os brasileiros se unirem na construção de um futuro mais justo, sustentável e próspero. Através da colaboração, da educação e da ação conjunta, o Brasil pode se transformar em um exemplo de sustentabilidade e solidariedade para o mundo.
Kadmo Côrtes destacou a importância da colaboração e do empenho de todos os envolvidos no evento: “Durante a realização do evento, discutimos muitas ideias e estratégias, cada um dentro de sua capacidade, para garantir as melhores decisões e entregas. Agradeço a todos pelo empenho e colaboração”.
Convidando o público a refletir sobre o impacto dos resíduos presentes no nosso dia a dia e reforçando o pedido de leis mais eficientes na gestão de resíduos, a Oceana apresentou a instalação imersiva “O Tsunami de Plástico”, idealizada por Mundano. O artivista chamou a atenção para a poluição plástica nos oceanos, dando continuidade ao trabalho que desenvolve há anos. Recentemente, a exposição Resíduos Mundanos abordou esta questão ao longo de 3 meses em São Paulo.
A obra, uma onda inflável de 10 metros de altura feita de plástico reciclado, provocou mostra como o o consumo de plásticos de uso único está sufocando ecossistemas e ameaçando a saúde do planeta e da humanidade. A necessidade urgente de legislações mais rigorosas também faz parte das reivindicações expostas por meio da arte e interação com o público presente.
Além disso, a Oceana apresentou a instalação imersiva “O Tsunami de Plástico”, idealizada por Mundano, que chamou a atenção para a poluição plástica nos oceanos. A obra, uma onda inflável de 10 metros de altura feita de plástico reciclado, provocou reflexão sobre o consumo de plásticos de uso único e a necessidade de legislações mais rigorosas.
O evento contou ainda com o “Painel de Políticas Públicas e Legislação”, onde Lara Iwanicki, Gerente de Advocacy da Oceana, destacou o Projeto de Lei 2524/2022, que propõe um marco regulatório para a economia circular do plástico no Brasil. Pål Martensson, coordenador do Zero Waste International, reforçou a importância de políticas eficazes baseadas em dados concretos obtidos por auditorias de resíduos.