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Cada R$ 1 gasto em sistemas de alerta do clima pode evitar perdas de R$ 661

Estudo calcula relação de custo-benefício para prevenir desastres, confira alguns destaques

Acre enchente
Enchente no Acre em abril de 2023. | Foto: Marcos Vicentti | Secom

Diz o ditado popular que é melhor prevenir do que remediar. Um levantamento inédito sobre a rede de monitoramento dos recursos hídricos do Brasil comprova esse fato. Uma das conclusões do estudo é que o emprego dos dados na configuração e implementação de sistemas de alerta para eventos climáticos extremos, como secas e inundações, pode evitar perdas de até R$ 661 para cada R$ 1 investido. Tal relação é quantificada a partir das perdas e custos evitados em decorrência de alertas para inundações em áreas urbanas.

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Nesta sexta-feira (22), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pediu à população que saísse de casa apenas em último caso. Por meio de vídeos publicados nas redes sociais, ele tem dado diversas recomendações após a previsão de fortes chuvas na cidade. Assim como o governo do estado, a prefeitura decretou ponto facultativo em suas repartições e escolas municipais para evitar deslocamentos durante o evento chuvoso.

Apesar de incomum, o apelo tem como base o Sistema Alerta Rio, que prevê pancadas de chuva moderada a muito forte, acompanhada de raios e rajadas de vento moderado a forte – até 75,9 km/h. “A chuva poderá passar de 40mm por hora e 200mm em 24 horas. A média em março, segundo a série histórica, é de 124,7mm”, informa o site da prefeitura do Rio. É a importância de sistemas de alertas que ganha destaque no estudo “Avaliação de Custos e Benefícios da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) – Estudos de Casos”.

emergência climática
Em abril de 2023, fortes chuvas castigaram mais de 60 cidades no Maranhão. | Foto: Gabriel Correa | Agência Brasil

Desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), e financiado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o estudo apresenta o levantamento realizado em dois municípios do Rio Grande do Sul – São Sebastião do Caí e Montenegro – sujeitos a cheias frequentes no rio Caí. Se empregadas no planejamento urbano, as informações da Rede Hidrometeorológica Nacional (que permitem o mapeamento de áreas inundáveis) poderiam trazer um retorno (em danos e perdas evitadas) de até R$ 14 para cada R$ 1 investido.

Outro estudo de caso da bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas aponta que a cada R$ 1 aplicado no custeio da rede de monitoramento local para produzir os dados de melhor qualidade são esperados benefícios de até R$ 106.

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O estudo defende que a Rede Hidrometeorológica Nacional é necessária para o conhecimento da quantidade e qualidade dos recursos hídricos no país, assim como para subsidiar e qualificar decisões tomadas por órgãos e entidades públicas e privadas a partir dos dados de monitoramento hidrológico.

Confira o levantamento completo com todos os estudos de caso aqui.

Salvar vidas

Uma questão incalculável, a favor da prevenção, é a perda humana. Todos os anos, e cada vez com mais frequência, eventos climáticos severos têm causado, além da perda material, o aumento de óbitos. Um estudo da UFRJ aponta que o calor associado a doenças crônicas provocou 48.075 casos de mortes no país – confira aqui. A pesquisa deixa claro que não dá mais para adiar ações preventivas.

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“A rua a gente limpa, bem material recupera depois, mas o importante é sair desse suposto momento de crise mais aguda, que possamos sair com vidas preservadas e que serviço público trabalhe de forma adequada apenas com as equipes essenciais e os órgãos de resposta”, disse Eduardo Paes.