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As empresas estão realmente engajadas nas questões ambientais?

Ruy Fortini alerta para a necessidade de um compromisso real das empresas e da sociedade com um futuro que vai além da sigla ESG

planos climáticos
Planeta acima do lucro, mensagem importante. Foto: Markus Spiske | Unsplash

Nos últimos anos, vimos o ESG se tornar uma pauta na agenda corporativa, no entanto, é fundamental olharmos um pouco mais além das declarações das empresas que dizem colocar em prática ações voltadas ao meio ambiente e começarmos a questionar a verdadeira intenção por trás desse movimento.

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De fato, a iniciativa privada deve ter um papel fundamental na luta pela preservação da biodiversidade, afinal, grandes empresas e negócios são a causa de grandes problemas ambientais. Um exemplo disso é o Relatório Anual do Desmatamento, feito pela Mapbiomas, que comprova que o agronegócio é o principal responsável pelo desmatamento ilegal no país. Segundo o estudo, a destruição foi centralizada em duas áreas onde a sociobiodiversidade tem se tornado rapidamente pasto, commodities agrícolas e especulação fundiária.

Com a máxima de que os investidores, consumidores e demais stakeholders estão de olho nas organizações alinhadas ao ESG, empresas fazem de tudo para se adequar à agenda, inclusive, camuflar os dados. Uma pesquisa anônima da Harris Poll para o Google Cloud, que ouviu cerca de 1,5 mil CEOs e outros executivos em empresas com mais de 500 funcionários, mostra que 58% dos líderes alegam que as organizações praticam greenwashing, isto é, mentem ou omitem informações sobre práticas ambientais.

 

água garrafa
Foto: iStock

Essa pesquisa revela uma realidade preocupante, em que muitas empresas estão falsamente engajadas em pautas ESG apenas para se beneficiarem da imagem positiva associada a isso, enquanto o verdadeiro compromisso se torna cada vez mais utópico. Além disso, é ineficaz lançar campanhas ou promover ações em prol do meio ambiente para engajar os consumidores, quando as organizações negligenciam toda a cadeia produtiva que pode estar envolvida, por exemplo, com mão de obra escrava.

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Em suma, se as empresas estão, de fato, interessadas com o futuro do meio ambiente, o primeiro passo para melhorar esse cenário é parar de destruí-lo. E também devem adotar uma abordagem mais holística, incorporando práticas sustentáveis em todas as áreas de suas operações. E a sociedade, por sua vez, precisa estar atenta e exigir que as empresas sejam transparentes e verdadeiramente comprometidas, assim como deve haver monitoramentos e regulamentos mais rígidos para que as empresas possam assumir, enfim, a própria responsabilidade pelos danos que causam.

 

ruy fortini
Foto: Doare

 

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