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2023 quente
Os Jovens Luis e Giovana se refrescam no chafariz do Parque da Independência. | Foto: Paulo Pinto | Agência Brasil

O mundo atingiu um novo recorde de temperatura: o último mês de outubro foi o mais quente da história. Divulgados por cientistas do observatório europeu Copernicus, os dados apontam ainda que é praticamente certo que 2023 será o ano mais quente já registrado pelas medições.

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De acordo com o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S), a temperatura média do ar atingiu 15,30°C em outubro de 2023, o que equivale a 0,85°C acima da média de outubro de 1991-2020. Isto marca a segunda maior anomalia de temperatura global em todos os meses do conjunto de dados, atrás somente de setembro de 2023 – com uma anomalia de 0,93°C. Desta forma, outubro de 2023 ficou 1,7°C acima da média de 1850-1900, designado como o período de referência pré-industrial.

A situação, no entanto, não começou agora. Outubro já é o quinto mês consecutivo de 2023 com temperaturas recordes em todo o mundo.

2023 mais quente
Termômetro marca 40 graus na Avenida 9 de Julho, região central da capital paulista em 12 de novembro de 2023. | Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil

De janeiro a outubro, o ano de 2023 foi 0,1°C mais quente do que a média de dez meses de 2016 – considerado até então o ano mais quente da história – além de 1,43°C acima do período pré-industrial.

“Outubro de 2023 assistiu a anomalias de temperatura excepcionais, na sequência de quatro meses de obliteração dos registos de temperatura global. Podemos dizer com quase certeza que 2023 será o ano mais quente já registrado e está atualmente 1,43°C acima da média pré-industrial. O sentido de urgência de uma ação climática ambiciosa na COP28 nunca foi tão grande”, disse Samantha Burgess, vice-diretora do C3S.

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A temperatura da superfície da água dos oceanos também preocupa. Com 20,79°C, foi a mais alta já registrada em outubro. As condições do El Niño continuam a aquecer as águas do Pacífico, mas as “anomalias” são inferiores às alcançadas no mesmo período do ano durante os eventos recordes de 1997 e 2015, salienta a organização europeia.

Os dados do Copernicus tiveram início em 1940, mas “quando combinamos os nossos dados com os do IPCC, podemos dizer que este é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos”, afirmou Burgess à agência Reuters. O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima), órgão das Nações Unidas, leva em consideração fontes como núcleos de gelo, anéis de troncos de árvores e depósitos de corais.

Clima pelo mundo

Em outubro de 2023 a precipitação esteve acima da média na maior parte da Europa, com uma série de tempestades que levaram chuvas fortes e provocaram inundações em diversas regiões. Imagens de enxurradas na Itália correram o mundo. Já nesta segunda-feira (13), autoridades francesas cancelaram as aulas em escolas públicas e privadas em 279 municípios devido às inundações.

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A Islândia, a Escandinávia, partes do sul da Europa e a Rússia Ocidental foram mais secas do que a média e, em muitas das regiões com precipitação acima da média, a umidade superficial do solo e as anomalias de umidade relativa ainda refletiam as condições de seca observadas nos últimos meses.

Fora da Europa, várias áreas registraram condições mais úmidas do que a média associadas a fortes tempestades, como a Península Arábica, afectada pelo ciclone Tej, e o México – atingido pelos furacões Norma e Otis.

2023 mais quente da história
Imagem Sistema Copernicus

A extensão do gelo marinho da Antártica permaneceu em níveis recordes baixos para esta época do ano pelo sexto mês consecutivo. A extensão média foi de 16,6 milhões de km2, 11% abaixo da média de outubro. Esta foi a extensão mais baixa para Outubro por uma grande margem dentro do conjunto de dados de satélite de 45 anos, com a extensão mais baixa anterior de 5% abaixo da média registada em Outubro de 1986.

A extensão média mensal do gelo marinho do Ártico em outubro foi de 6,9 milhões de km2, 12% abaixo da média de outubro de 1991-2020, mas bem acima dos 27% abaixo da média registrada em 2020, a extensão mais baixa do gelo marinho do Ártico no registo de dados de satélite.