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Redes vermelhas afastam insetos de culturas agrícolas

Estudo da Universidade de Tóquio mostrou que redes da cor vermelha podem afastar “pragas” reduzindo o uso de inseticidas

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Foto: © 2024 Tokumaru et al. | Relatórios Científicos

As “pragas” que muitas vezes atacam hortas e jardins podem aparecer por um desequilíbrio – com a biodiversidade do preservada, estas espécies normalmente têm predadores naturais que ajudam a controlar sua proliferação. Então, para evitar pragas, uma boa dica é manter um ambiente diverso, com diferentes espécies de plantas. Outra dica para fazer isso sem o uso de substâncias que ameaçam a nossa saúde e o meio ambiente podem ser as redes vermelhas.

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Esta é a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Tóquio que descobriram que a mudança da cor das redes agrícolas para vermelho diminui significativamente os danos causados ​​por insetos nos campos de alho-poró e cebola galesa, promovendo uma redução na utilização de inseticidas. Esta abordagem não só apoia práticas agrícolas mais sustentáveis ​​e eficazes, mas também ajuda a minimizar o impacto negativo dos pesticidas.

Muitas vezes o controle de pragas é feito com inseticidas sintéticos que, além dos danos à saúde e meio ambiente, acabam perdendo sua eficiência com o tempo, uma vez que as espécies se tornam resistentes a essas substâncias. Agora, além do controle biológico e da preservação da biodiversidade, telas vermelhas aparecem como uma opção para manter a plantação segura, sem usar pesticidas.

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Foto: © 2024 Tokumaru et al. | Relatórios Científicos

“Estas novas redes vermelhas são mais caras que os pesticidas, mas são económicas porque podem ser utilizadas durante anos. Eles também são muito eficazes no controle de pragas sem todo o trabalho envolvido na pulverização de pesticidas”, conta Masami Shimoda, pesquisador da Escola de Pós-Graduação em Ciências Agrícolas e da Vida, da Universidade de Tóquio.

Metodologia

Em um estudo colaborativo entre o Centro de Agricultura, Silvicultura e Pesca da Prefeitura de Kyoto e a Universidade de Tóquio, redes vermelhas, brancas, pretas e combinações destas foram experimentadas na detecção e repelência de Thrips tabaci, uma espécie nociva para os cultivos de alho-poró e cebola. Foram realizados testes tanto em laboratório como em campo para avaliar a eficácia das diferentes redes.

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As redes vermelhas demonstraram ser significativamente mais eficazes do que as tradicionais redes pretas ou brancas na prevenção dos danos provocados pela espécie.

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A espécie é considerada uma praga, pois devasta uma grande variedade de culturas importantes: cebola galesa, repolho, batata, melão, abóbora, morango, algodão e muito mais. Foto: © 2024 Tokumaru et al. | Relatórios Científicos

Nos ensaios de campo, as culturas cobertas total ou parcialmente com redes vermelhas necessitaram de 25% a 50% menos inseticidas em comparação com os campos descobertos. As redes que incluíam fibras vermelhas resultaram em menor necessidade de aplicações de inseticidas, ao mesmo tempo que produziram produtos de alto valor comercial.

“Se os consumidores estiverem interessados ​​neste tipo de agricultura sustentável e na utilização de menos pesticidas químicos, não tenho dúvidas de que esta solução simples, mas eficaz se difundirá amplamente”, acredita Masami.

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Este estudo destaca a importância da cor das redes agrícolas como método de controle ótico de pragas, baseado na visão de cores dos insetos. A utilização de redes vermelhas, aproveitando o fato de muitos insetos não perceberem esta cor, oferece uma estratégia inovadora e sustentável. Além disso, estas redes têm o benefício adicional de melhorar a respirabilidade e reduzir o risco de infecções fúngicas devido às suas malhas maiores.

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Foto: Peter Wendt | Unsplash

“O meu sonho é que no futuro possamos fazer redes vermelhas que não pareçam vermelhas, pelo menos não aos olhos humanos, mas que tenham o mesmo efeito sobre as pragas. Esperamos que isso reduza os custos de fabricação e possamos encontrar maneiras de aumentar a durabilidade. A minha família dedica-se à agricultura a desde o século XVII e eu gosto de cultivar vegetais e frutas em pequena escala, embora as pragas possam dificultar isso. Vale a pena cultivar suas próprias frutas e vegetais e comê-los frescos”, completa o pesquisador.