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Horta comunitária garante alimentos orgânicos na Zona Sul de SP

Gerenciada pela UBS Jardim Aracati, horta comunitária é mantida por moradores e pacientes que plantam e colhem comida sem agrotóxicos

horta comunitária
Fotos: CEJAM

Garantir uma alimentação balanceada, livre de agrotóxicos é um passo fundamental para manter a saúde em dia. Infelizmente, nem todos têm acesso a produtos orgânicos e uma maneira de mudar isso é por meio de hortas comunitárias, em que é possível plantar e colher a própria comida – uma atividade que também ajuda a promover o bem-estar.

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E é justamente isso que está acontecendo na Zona Sul de São Paulo, na região do Jardim Aracati onde a população conta com uma horta gerenciada pela UBS do bairro, em parceria com o Instituto CEJAM e com apoio do Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) da prefeitura.

De forma colaborativa, moradores da região e pacientes da UBS auxiliam com o plantio, cuidado e cultivo de diferentes alimentos. Assim, a população tem acesso a hortaliças, temperos e legumes, que podem complementar suas alimentações, com comida nutritiva e livre de agrotóxicos.

horta comunitária zona sul de São Paulo
Foto: CEJAM

“Toda quinta-feira, realizamos atividades na horta com os usuários. No final das atividades, colhemos o que está disponível e dividimos entre todos do grupo. Já os moradores ao redor também fazem a colheita conforme as suas necessidades”, explica Bruno Saito, gestor ambiental do PAVS.

No ambiente, são priorizados o uso de materiais sustentáveis e de biofertilizantes caseiros, substituindo, dessa forma, os agrotóxicos, além de um cultivo rotativo que visa uma maior produção para a população.

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“Enfatizamos muito esse ponto com o grupo, reforçando a contraindicação de agrotóxicos e incentivando uma agricultura orgânica no espaço. Todo processo da horta cria uma dinâmica colaborativa, promovendo a partilha de produtos frescos e incentivando a autossuficiência alimentar da comunidade”, destaca Bruno.

horta comunitária UBS
Foto: CEJAM

Localizada na Avenida M’Boi Guaçu & Tv. Sebastiao, a horta tem sido uma das maneiras de fomentar qualidade de vida, alimentação saudável e promoção de sistemas agrícolas sustentáveis no bairro. O engajamento da comunidade na produção de alimentos orgânicos além de fortalecer os laços sociais, também contribui para a construção de uma consciência ambiental mais ampla.

“O Brasil é um dos países que mais utiliza agrotóxico no mundo. Alguns estudos correlacionam o alto consumo de alimentos com agrotóxicos com diversas doenças, como câncer, neurotoxicidade, alergias e desequilíbrio intestinal”, afirma Ana Carolina Leite de Morais, nutricionista da UBS Jardim Aracati, gerenciada pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo.

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Conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um em cada quatro alimentos de origem vegetal no país apresenta resíduos de agrotóxicos, seja de substâncias proibidas por lei ou em níveis superiores aos permitidos.

Contudo, aos poucos, os brasileiros vivenciam a quebra de paradigma em relação à produção e consumo de alimentos para a população. De acordo com a pesquisa “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023”, realizada pela Organis, 360 em cada mil brasileiros declaram ser consumidores de produtos orgânicos, evidenciando um crescimento de 16% no consumo entre 2021 e 2023. Esse aumento demonstra uma mudança progressiva nos hábitos alimentares, indicando maior conscientização sobre a importância de escolhas saudáveis e sustentáveis na hora de montar o prato.

Horta Comunitária de UBS na Zona Sul de SP
Foto: CEJAM

Para a nutricionista, os alimentos orgânicos podem colaborar com maiores qualidades e quantidades nutricionais ao organismo, quando comparados aos não orgânicos. Mas, apesar disso, os seus preços, muitas vezes, são percebidos como mais elevados em comparação com os convencionais, o que pode ser um desafio para muitos consumidores.

“Para a sua produção, são necessários cuidados com o ambiente, procedência das sementes e mudas, além da ausência de agrotóxicos e pesticidas, o que pode encarecer o produto. No entanto, o hábito de consumir orgânicos pode ser incorporado de outra maneira, e as hortas comunitárias surgem como boas opções para o acesso a esses alimentos”, ressalta Ana Carolina.