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Banheiro transforma dejetos humanos em renda

5 jovens desenvolveram um banheiro que ajuda a saúde pública, ambiental e financeira de comunidades no Quênia

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Foto: UNICEF | Paul Kidero

Cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a banheiros em boas condições de uso, segundo estimativas da ONU. Em Kisumu, no Quênia, ​​país no leste da África, cinco jovens empreendedores desenvolveram uma alternativa para este problema, criando não só um banheiro facilmente replicável como ecológico e também financeiramente atrativo. 

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Saniwise é a organização que está transformando dejetos em adubo orgânico para cultivos e ração animal para galinhas. Semelhante ao banheiro seco, o protótipo usa larvas (a mosca-soldado-negro) para digerir os dejetos humanos, decompondo os resíduos sólidos e gerando um esterco comercializável. O material tem sido usado para a fertilização de culturas agrícolas em fazendas. 

Além da sua função em si, a própria estrutura do banheiro tem a preocupação ambiental como característica. Os sanitários são feitos principalmente de materiais reciclados, incluindo resíduos plásticos e tetra packs que são comprimidos e transformados em painéis. Os banheiros são também bem ventilados para proporcionar uma experiência agradável aos usuários.

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Foto: Saniwise Technologies | Divulgação

Trata-se de um produto simples, mas que traz diversas vantagens. Ajuda a melhorar a saúde pública, na região em que for instalado, pode ser usado para gerar renda para as comunidades e ainda gera um impacto ambiental positivo.

Além deste banheiro, outros dois modelos foram desenvolvidos, sendo um mais simples e outro que funciona como um biodigestor. Usando a planta aguapé, rica em nitratos e fosfatos, e aplicando termofilia e processo anaeróbico os dejetos humanos também são transformados em esterco.

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Inspiração 

Chelsea Johannes, uma das desenvolvedoras do banheiro, afirma que a ideia para o produto surgiu da experiência pessoal de ter crescido em um assentamento informal com saneamento precário. 

Um dos grandes problemas, solucionados com o protótipo, é que na falta de saneamento básico para escoar os dejetos humanos, não basta apenas ter o vaso sanitário, mas é preciso ter condições de esvaziá-lo em condições higiênicas – o que geralmente gera um custo que muitas famílias não têm condições de arcar. Há, por exemplo, quem polua os rios despejando ali seus resíduos, afirma Benjamin Odhiambo, CEO da iniciativa. Uma vez que o dejeto é transformado em um material de valor já não há mais tal problema.

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Foto: UNICEF | Paul Kidero

A intenção do grupo é não só desenvolver instalações sanitárias adequadas como também educar a sociedade sobre boas práticas sanitárias. Saniwise é uma combinação de duas palavras: “sani” significa saneamento e “sábio” significa mostrar conhecimento.

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Por meio da organização Saniwise ​​Technologies, os jovens Benjamin Odhiambo, Chelsea Johannes, Steven Otieno, Valerie Ochieng e Vera Ouko já ganharam uma formação apoiada pela UNICEF e vários prêmios, sendo alguns de inovação e outros com financiamento para dar continuidade à iniciativa. Um dos destaques ocorreu na COP27, onde o grupo venceu o Global ImaGen Ventures no pavilhão da juventude.