“Drone do mar” movido a energia eólica e solar coleta dados na Antártica
Veículo foi capaz de colher dados em águas não cartografadas anteriormente.
Veículo foi capaz de colher dados em águas não cartografadas anteriormente.
Um veículo não tripulado foi lançado nas águas do continente antártico, mais exatamente próxima à cidade de Bluff na parte sul da Nova Zelândia. Sendo o primeiro sistema não tripulado a circunavegar a Antártica, sua missão é coletar dados científicos dos oceanos mais adversos do mundo e ajudar a melhorar o entendimento do planeta -, inclusive sobre temas como aquecimento oceânico.
Movido a energia eólica e solar, o veículo possui sete metros de comprimento e é chamado de SD 1020. Equipado com diversos sensores, ele foi capaz de colher dados em águas não cartografadas anteriormente.
“O Oceano Antártico exerce um papel essencial na regulação do aquecimento e do carbono no planeta. É tão remoto e inóspito que até mesmo grandes navios o evitam no inverno. Em consequência, essa região é criticamente inexplorada, deixando questões científicas prementes sem respostas”, diz um comunicado da empresa californiana Saildrone, que desenvolveu o veículo marítimo autônomo.
Resistindo às intempéries, o equipamento percorreu 22 mil km em volta da Antártica, tendo partido em 19 de janeiro de 2019 e retornado ao mesmo porto de Bluff no último sábado (3 de agosto). Mas a missão não foi fácil. Entre as intempéries pelo caminho, a companhia afirma que o veículo sobreviveu a temperaturas congelantes, ondas de 15 metros, ventos de 130 km/h e colisões com icebergs gigantes.
Equipado com um instrumento desenvolvido pela Administração Atmosférica e Oceanográfica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) para medir fluxos de carbono, o Saildrone têm evidências de que o Oceano Antártico liberou um volume significativo de dióxido de carbono durante os meses de inverno – tal fato pode estar relacionado com um tema importante: o aumento da acidificação dos oceanos.
“É fundamental que melhoremos drasticamente o entendimento de nossos oceanos, que constituem um dos propulsores de nosso clima e, em última análise, de nosso futuro”, afirmou o fundador e presidente-executivo da Saildrone, Richard Jenkins. Ainda segundo o comunicado da empresa, todos os dados coletados são distribuídos, sem custos, à comunidade científica global.