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3 soluções de estudantes para reaproveitar resíduos

E se a gente criasse isopor com resíduos da agroindústria? Inovação e criatividade não faltam nestes formandos; confira

reaproveitar resíduos
Foto: Instituto Mauá de Tecnologia | Divulgação

Aproveitar os resíduos como parte dos insumos para o desenvolvimento de novos produtos é uma prática ecológica e economicamente rentável. Diversas empresas têm investido em tais processos e, atentos ao mercado, estudantes também estão buscando soluções neste sentido. Abaixo, o CicloVivo destaca três projetos que vão ao encontro de tecnologias a partir do reaproveitamento de resíduos.

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Os projetos foram apresentados na 30.ª edição da Eureka do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), em São Caetano do Sul (SP), evento que apresenta mais de 130 Trabalhos de Conclusão de Curso. Todas as ideias atendem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“O alinhamento dos TCCs aos ODS torna os trabalhos mais relevantes para a comunidade acadêmica e para a sociedade de modo geral na solução de problemas. A exposição desses trabalhos na Eureka cria um ambiente de criatividade e inovação para todos”, afirma a professora Alessandra Dutra Coelho, coordenadora do evento.

Confira abaixo os projetos:

Isopor do futuro

O isopor é a marca registrada de um tipo de espuma de poliestireno expandido (EPS) usado para diversos fins. É um material leve, impermeável e isolante feito de monômero de estireno, mas que leva um século para ser dissolvido.

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Pensando no impacto ambiental do isopor, os formandos do curso de Engenharia Química do IMT, Brenda Isabella Dias Souza, Clara Nogueira Barelli e Luiz Henrique Dalcin Osato, apresentam como alternativa o desenvolvimento e caracterização de biocompósitos fúngicos para aplicação na indústria de embalagens.

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Foto: Instituto Mauá de Tecnologia | Divulgação

O novo material, batizado de isopor do futuro, é criado com três resíduos da agroindústria, que normalmente são descartados.

“A serragem [subproduto de atividades madeireiras], o tecido [resíduo da indústria têxtil, pois se estima que 8% do total do algodão fiado são perdidos durante o processamento em abridores, batedores, cardas, passadores, penteadeiras maçaroqueiras, filatórios, retorcedeiras e conicaleiras] e, por último, mas não menos importante, a borra de café, uma vez que o café é uma das commodities agrícolas mais importantes do mundo, com cerca de 1 milhão de toneladas produzido anualmente”, explica a aluna Brenda.

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A ideia do grupo é a de que o projeto seja inserto no mercado de forma gradual, principalmente na proteção de móveis e eletrônicos durante sua armazenagem e seu transporte do fabricante/vendedor ao consumidor final.

Óculos de sol com café

Criar um material sustentável de óculos de sol e ainda reduzir o impacto ambiental de cápsulas de café. Com tal premissa, os formandos do curso de Design do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Felipe Carillo, Lucas Galo e Nicholas Toretta, sob a orientação e co-orientação das professoras Agda de Carvalho e Viviane Tavares de Moraes, desenvolveram um projeto de óculos de sol sustentáveis com resíduos de cápsulas de café.

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Foto: Instituto Mauá de Tecnologia | Divulgação

O projeto visa reciclar cápsulas de café, incluindo a borra de café, na forma de uma coleção de óculos sustentáveis, que podem até mesmo ser reciclados após o uso.

“A princípio, estamos testando o processo de injeção plástica e prensa térmica, mas o projeto tem possibilidade de fabricação de filamento de impressão 3D (fios que, quando derretidos na impressora 3D, são utilizados na produção do objeto final), o que abre outras oportunidades de forma sustentável ao se diminuir o resíduo plástico e permitir o ciclo técnico do material, além de atender aos preceitos da economia circular”, diz Galo.

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Foto: Instituto Mauá de Tecnologia | Divulgação

Os óculos poderão estar disponíveis no mercado por meio da logística reversa – conjunto de ações o qual envolve sistema de coleta, transporte, armazenamento, reciclagem e tratamento de resíduos produzidos pelo descarte de produtos e embalagens no pós-consumo.

Gelado com polpa de coco verde

Saborosos, refrescantes e produzidos com ingredientes naturais. Os formandos do curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Alexandre Vaz Branco Junior, Andressa Nascimento Peres da Silva, Caroline Zimon Pavão e Gabriela Kayano, desenvolveram um gelado com base de polpa de coco verde com probióticos que promete auxiliar a reduzir os sintomas de ansiedade. A composição também é livre de glúten e lactose.

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Foto: Instituto Mauá de Tecnologia | Divulgação

“O projeto é uma ideia inovadora para o consumidor poder cuidar da sua saúde mental por meio de um alimento indulgente num momento prazeroso e agradável. Sua formulação tem como base a polpa de coco verde, resíduo da indústria alimentícia, e é vegano, sendo um produto inclusivo e sustentável”, diz Andressa.

Os probióticos utilizados no projeto (Lactobacillus helveticus R0052 e Bifidobacterium longum R0175) foram apontados como seguros, e a alegação do benefício foi realizada numa publicação de 2012 no EFSA (European Food Safety Authority) e, em 2020, foi aprovada pela Anvisa a aplicação em suplementos alimentares.

“Em nosso estudo, verificamos a viabilidade da aplicação desses microrganismos, o que geraria benefícios para o consumidor do nosso gelado comestível”, reforça a formanda.

O evento Eureka já chegou ao fim, mas neste site é possível ver estes e outros projetos apresentados pelos estudantes.