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Depois de 10 anos, VERT passa a se chamar VEJA no Brasil

Marca de tênis francesa, com produção brasileira, foi criada tendo como princípios a produção sustentável e o comércio justo

VERT VEJA
Para celebrar este novo capítulo, a VEJA reintroduz seu primeiro tênis, o Volley. Foto: Veja

A VEJA existe oficialmente desde 2005. Mas sua história começou um ano antes, quando seus fundadores, os franceses Sébastien Kopp e François-Ghislain Morillion, descobriram em uma viagem as condições extremamente precárias às quais eram submetidos trabalhadores da indústria da moda. Com 25 anos, os dois decidiram reinventar um produto simbólico de sua geração: o tênis – tendo como princípio o comércio justo.

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O Brasil foi o país escolhido para a produção, por ter uma grande oferta de matérias-primas, como a borracha e o algodão orgânico, e fábricas com alto padrão de qualidade. “Não sei se a gente escolheu o Brasil ou o Brasil nos escolheu. Além de todas as condições para a fabricação dos tênis, o país tem uma coisa que mudou a nossa vida, que é o povo brasileiro, que tem um imenso talento de acreditar no futuro”, contou François-Ghislain, no anúncio da primeira loja exclusiva da marca no país, agora com um novo nome para o Brasil.

VERT e VEJA

VEJA VERT
Imagem: VEJA

Com quase 20 anos de existência, o nome VEJA significa um convite para as pessoas olharem para além do tênis, e o que há por trás de sua produção. Mas, no Brasil, a marca chegou em 2014 com o nome de VERT (verde em francês), por conta de desafios legais, já que a nomenclatura original já estava registrada. Desde que começou a sua história, a VEJA já vendeu 14 milhões de pares – o resultado do trabalho de uma equipe de mais de 500 pessoas e atende Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul.

Em março de 2024, uma década depois, a empresa continua a jornada iniciada pela VERT no país e agora assume o nome VEJA, o mesmo usado em todos os mais de 100 países onde seus produtos são vendidos. O nome muda, mas o processo de produção e o local de fabricação permanecem os mesmos.

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VEJA VERT
Imagem: VEJA

Para poder investir em um comércio justo, os idealizadores decidiram, desde o início focar seus investimentos na cadeia produtiva, remunerando melhor os produtores de matérias-primas extraídas de maneira sustentável e os funcionários das fábricas, por exemplo. Para isso, a marca tem como princípio atuar sem publicidade, sem estoque e sem investidores.

“VEJA é um chamariz para olhar o que esta por trás dos produtos. Você vê um tênis na loja, mas por trás estão 2 mil famílias extrativistas em reservas do Acre, do Amazonas, de Rondônia. Tem famílias que vivem da agroecologia no Nordeste do Brasil. Tem famílias que criam gado no Uruguai com certificação orgânica. E tem as pessoas que trabalham nas fábricas”, explica Morillion.

A marca obtém algodão orgânico e agroecológico brasileiro e peruano para o tecido e os cadarços, borracha amazônica para as solas e materiais inovadores feitos de poliéster reciclado. A produção dos tênis VEJA ocorre em fábricas de alto padrão localizadas no Sul do Brasil.

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Produção sustentável, comércio justo

tênis vert
DEKKAN ALVEOMESH NK NATURAL DRIED PETALE | Foto: Divulgação

Algodão orgânico

O algodão usado pela VEJA, produzido por agricultoras e agricultores familiares no Brasil e no Peru, é cultivado com respeito às pessoas e ao meio ambiente. No Brasil, o algodão é agroecológico. Esse tipo de agricultura enriquece o solo, aumentando a diversidade de espécies cultivadas e a retenção de água.

algodão agroecológico
Foto: VEJA

No Peru, os agricultores cultivam algodão certificado como orgânico e regenerativo. Eles recebem apoio em seu processo de certificação e assistências técnica e financeira para melhorar sua produção.

Borracha da Amazônia

Uma das principais matérias-primas da VEJA é a borracha nativa da Amazônia, que está presente em todos os solados dos tênis (entre 20% e 40%). A borracha é comprada diretamente de cooperativas, formadas por famílias de seringueiros da Amazônia.

A maior parte da borracha vem do Acre (70%), enquanto os 30% restantes vêm dos estados Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, totalizando aproximadamente 1.900 toneladas desde 2004. Atualmente, são fornecedoras 22 associações de produtores em cinco estados, com a participação de mais de 2.500 famílias.

sola de borracha
Foto: VEJA

Essa atividade contribui para a proteção da floresta ao evitar o desmatamento e a criação intensiva de gado. O preço pago por quilo de borracha natural pela VEJA é 3,5 vezes mais alto do que o preço de mercado.

Materiais inovadores

A marca utiliza 100% de materiais reciclados para criar tecidos inovadores, feitos em 100% de poliéster reciclado no Brasil. Trek Shell, Ripstop, V-Knit, Alveomesh, Engineered-Mesh e B-Mesh são feitos em 100% de poliéster reciclado. Já a flanela e o Hexamesh são uma mistura de poliéster reciclado com algodão orgânico. Esses tecidos são leves, flexíveis, e repelentes à água.

A mais recente cadeia produtiva no projeto VEJA envolve PET reciclado de garrafas plásticas. Em janeiro de 2023, foi iniciada uma parceria com catadores e catadoras da Rede Sul, uma rede de 13 cooperativas no sul do estado de Minas Gerais, composta por aproximadamente 200 pessoas, sendo 60% mulheres.

materiais vert veja
Foto: VEJA

Os catadores e catadoras recebem de 3 a 4 vezes mais do que o preço de mercado, impactando positivamente este setor altamente vulnerável. Somente em 2023, a VEJA comprou mais de 6 milhões de garrafas PET de várias cooperativas da rede.

O forro dos tênis VEJA é 100% reciclado, sendo 71% da coleção feita com esse material, produzido a partir de garrafas PET coletadas pós consumo.

Os catadores são indispensáveis na reciclagem, lidando com aproximadamente 90% de todos os materiais reciclados (Ipea, 2013). Esse trabalho é crucial, tornando a reciclagem possível no Brasil.

Couro

O couro utilizado na produção dos tênis VEJA provém do Rio Grande do Sul e do Uruguai, locais com condições naturais propícias para a criação de gado no bioma Pampa, sendo o couro proveniente do Uruguai, orgânico. Alem disso, toda matéria prima é rastreada desde a estância até o curtume para evitar qualquer possível conexão com o desmatamento na Amazônia.

O processo de curtimento do couro é realizado no Brasil sem o uso de produtos químicos perigosos ou proibidos. Utilizamos corantes que estão em conformidade com as regulamentações e dedicamos uma atenção especial ao uso da água durante esse processo.

Produção 100% brasileira

Desde que a VEJA foi criada, seus tênis sempre foram feitos no Brasil, no Nordeste e no Sul do país, em fábricas que respeitam os todos os direitos de trabalho, com remuneração justa para trabalhadoras e trabalhadores. Todas as fabricas parceiras tem certificado SMETA, sendo uma delas certificada pela Fair Trade USA.

fabrica de tênis
Foto: VEJA

Pegada de carbono

A empresa realiza anualmente o cálculo de sua pegada de carbono incluindo todas as emissões diretas e indiretas, com uma análise completa, desde a extração das matérias primas até o fim de vida do tênis.

Em média, um tênis da VEJA emite 25,8 kg CO2 eq. para ser produzido.

Novo nome, novo capítulo

Para celebrar este novo capítulo, a VEJA reintroduz seu primeiro tênis, o Volley. Lançado em 2005, no Palais de Tokyo em Paris, vendeu 5 mil pares e é inspirado no vôlei brasileiro dos anos 70.

O retorno desse modelo marca o início de mais uma etapa em sua trajetória. A primeira coleção da VEJA no Brasil foi lançada em 22 de março, no site e em lojas parceiras por todo o país.

tênis vert veja
Foto: VEJA