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Tênis compostável é fabricado sob medida com impressão 3D

Ideia por trás do lançamento é revolucionar o mercado, com produtos que usem um só material e tenham uma produção 100% circular

tenis 3d compostável
Foto: Vivobarefoot

Um tênis feito sob medida para quem vai usar e que traz benefícios ambientais para o planeta. Esta é a proposta que a marca de calçados Vivobarefoot e a empresa de ciência de materiais Balena trazem com um protótipo de tênis impresso em 3D a partir de materiais compostáveis.

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Cada sapato será impresso sob medida para o pé do usuário, quando houver necessidade. Depois do uso, ele será compostado. “Queremos construir um sistema que crie produtos quando necessário e que use apenas os materiais necessários, em oposição a um sistema industrial que produz enormes montanhas de estoque com processos subtrativos”, explica o cofundador da Vivobarefoot, Asher Clark.

Apresentado em janeiro de 2024, o calçado é 100% feito de um único material, a base de um termoplástico desenvolvido para compostagem em uma instalação industrial.

tênis 3D
Foto: Vivobarefoot

A empresa acredita que o calçado fará parte de um processo de repensar o atual sistema industrializado de concepção, fabricação e descarte de tênis. “Embora o sistema atual possa ter sido adequado para a parte inicial da industrialização, definitivamente não é adequado para o futuro”, disse Clark. “Em contraste com isso, nosso objetivo é criar uma solução emblemática – uma que seja feita sob demanda, e não em estoque. Queremos que seja rápida, digital, simples e, em última análise, um processo aditivo”.

Os tênis baseiam-se nos calçados VivoBiome da Vivobarefoot, que também são impressos em 3D com base em digitalizações dos pés do usuário, mas são feitos de materiais mais tradicionais e que estão sendo testados por 176 consumidores pioneiros.

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tênis sob medida
O modelo VivoBiome já está sendo testado por 176 pessoas. Foto: Vivobarefoot

O processo de “digitalização para impressão” sob demanda da Vivobarefoot permite que os clientes digitalizem seus próprios pés para criar sapatos que se ajustem perfeitamente aos formatos únicos de cada pessoa. “Todos os nossos pés têm formatos diferentes”, disse Clark. “Portanto é incrivelmente difícil fazer isso em um modelo industrial que sirva para todos.”

Mais pés, menos materiais

Os tênis impressos em 3D fazem parte de uma visão mais ampla da marca. A Vivobarefoot quer mudar radicalmente a indústria de calçados com o argumento de que sapatos muito almofadados prejudicam os pés das pessoas. O objetivo é criar calçados usando o mínimo de material possível.

“Gostamos da ideia de que a melhor tecnologia para usar em um sapato é o pé humano. O que estamos tentando fazer são sapatos que sigam seus pés, estamos tentando fazer o mínimo possível de calçados, para permitir que seus pés façam o que foram projetados para fazer”, conta Clark.

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tênis compostável sob medida
Foto: Vivobarefoot

Clark acredita que a maioria dos “sapatos estão destruindo nossos pés e o planeta”. Além de reduzir a quantidade de material utilizado nos calçados e considerar o que acontece no final de sua vida útil, ele acredita que todo o processo de fabricação precisa mudar radicalmente.

“Os calçados são fabricados em cadeias de abastecimento industriais offshore que acarretam enormes custos ambientais”, disse ele. “Há múltiplas camadas na cadeia de abastecimento e é quase impossível ter em conta o verdadeiro impacto ambiental. Mas, em última análise, é um desperdício por natureza.”

Compostagem dos calçados

Os protótipos de calçado foram confeccionados com BioCirflex, desenvolvido pela Balena, que atende à norma internacional de biodegradação ASTM D6400-04 e à norma europeia de biodegradação EN 13432.

Embora o produto seja biodegradável e compostável, ele não foi projetado para ser compostado em quintal. Num primeiro momento, a Vivobarefoot espera que o produto seja compostado em uma instalação industrial, e estabelecer esse processo será uma das tarefas que precisam ser definidas antes de um lançamento em massa.

tênis 3D compostável
Foto: Vivobarefoot

Para o futuro, a ideia do fundador da Balena, David Roubach, é que “os polímeros sejam biodegradáveis ​​em qualquer ambiente de compostagem”.

“Mas não basta apenas adaptar o material, ou saber como ele se decomporá, é preciso também trabalhar com uma marca para realmente construir uma infraestrutura para a circularidade”, finaliza David.