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Sônia Guajajara e Célia Xakriabá são eleitas deputadas federais

As Eleições de 2022 tiveram o maior número de candidatos autodeclarados indígenas.

mulheres indígenas
Foto à esquerda Divulgação. Foto à direita: Leo Lara | Universo Produção

As Eleições de 2022 tiveram o maior número de candidatos autodeclarados indígenas, sendo ao todo 186 candidatos, segundo a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). Afunilando para as candidaturas de mulheres indígenas o crescimento foi de 193% desde 2014, passando de 29 para 85 candidaturas. O marco histórico não se refletiu nos resultados: somente três deputadas federais vão ocupar lugares no Congresso Nacional.

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Das três deputadas federais eleitas, duas são apoiadas por organizações indígenas que integram a Apib. São elas: Sônia Guajajara, eleita com mais de 156 mil votos, e Célia Xakriabá, eleita com mais de 100 mil votos. Ambas pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).

Sônia Guajajara já havia concorrido à vice-presidência, na chapa do PSOL com o então candidato Guilherme Boulos. Escolhida como uma das personalidades mais influentes pela Times, Sônia Guajajara é a primeira deputada indígena eleita por São Paulo. Seu nome é um dos mais conhecidos por estar sempre à frente das mobilizações em prol dos direitos indígenas.

“Muito, muito obrigada pela confiança! Vamos aldear mentes e corações, e construir um novo Brasil”, comemorou Sônia Guajajara em seu Twitter.

Com Célia Xakriabá, Minas Gerais elegeu sua primeira deputada federal indígena. Pelo Twitter, a deputada também agradeceu os votos e ressaltou que a vitória “não é apenas pelos povos indígenas, é pela mãe terra, educação e cultura”.

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Célia Xakriabá atua na área da educação, já tendo trabalhado na Secretaria de Estado de Educação com escolas indígenas, quilombolas e do campo. Também foi assessora parlamentar da deputada Áurea Carolina.

A primeira mulher indígena brasileira eleita deputada federal foi Joênia Wapichana. Defensora dos direitos humanos das comunidades indígenas, ela foi também a primeira mulher indígena a se tornar advogada no Brasil. Joênia Wapichana se elegeu em 2018 e não conseguiu a reeleição. Pelo Twitter, Joênia Wapichana agradeceu aos votos recebidos e referiu-se a Sônia Guajajara e Célia Xacriaba como “mulheres indígenas guerreiras que vão continuar o trabalho no Congresso Nacional”. Ainda na rede social, ressaltou: “sempre disse que fui a primeira, mas não seria a última e nem a única”.

Também se elegeu Silvia Nobre Waiãpi, eleita pelo Amapá pelo PL (Partido Liberal), apoiadora do atual presidente. Foi a primeira mulher indígena a entrar para o Exército Brasileiro. Em 2019, assumiu a SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), deixando o cargo menos de um ano depois.

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Como representantes do povo, as parlamentares têm duas atribuições principais, estabelecidas na Constituição: legislar e fiscalizar. Cabe agora acompanhar a atuação das deputadas no Congresso Nacional.