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Jovem cria dispositivo que pode revolucionar tratamento de Alzheimer

Indiano de apenas 17 anos desenvolveu um equipamento para ajudar sua avó e pode mudar a vida de todos os pacientes

dispositivo para monitoramento de pacientes cm Alzheimer
Para chegar à versão atual, foram necessários 20 protótipos. Foto: Arquivo Pessoal

O jovem Hemesh Chadalavada sempre foi muito ligado à sua avó Jayasree e ficou em choque quando ela foi diagnosticada com Alzheimer. O amor e a preocupação com ela f com que ele colocasse em prática tudo o que sabia de robótica e criasse um dispositivo que pode ser um divisor de águas nos cuidados de pacientes com condições semelhantes.

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Tudo começou quando, com apenas 12 anos, Chadalavada, foi até a cozinha onde a sua avó tinha preparado um chá e descobriu que ela havia esquecido o gás ligado. “O que teria acontecido se eu não estivesse lá?” relembra Chadalavada.

Jayasree tinha na época 63 anos e havia sido diagnosticada com Alzheimer há pouco tempo. Ela sempre foi uma mulher ativa, amorosa e teve uma carreira de destaque como funcionária pública, mas, em pouco tempo, ela passou a precisar de cuidados constantes. “Ela costumava acordar às 3 ou 4 da manhã e sair, pensando que estava no trem”, conta o neto.

dispositivo alzheimer
Foto: Arquivo Pessoal

“Nerd” confesso, ele decidiu encontrar um jeito de garantir que a avó estaria sempre em segurança. Foram alguns anos de pesquisa, tentativas e erros e hoje, aos 17 anos, o jovem indiano deve começar a fabricação de um dispositivo que identifica detecta quando pessoas com Alzheimer caem ou se perdem, indo além do que os aparelhos convencionais oferecem.

O monitor Alpha é leve e pequeno e pode ser usado como crachá ou braçadeira. Quando a pessoa começa a se mover, cai ou se afasta, os cuidadores ou familiares recebem alarmes que facilitam muito o monitoramento.

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Um grande diferencial é o raio de alcance que o Alpha Monitor tem. Enquanto os dispositivos semelhantes usam wi-fi ou Bluetooth, o aparelho desenvolvido por Chadalavada uma uma tecnologia de longo alcance conhecida LoRa e pode detectar a movimentação dos pacientes a mais de um quilômetro de distância nas cidades e a 5 km no campo.

dispositivo para monitorar pacientes com Alzheimer
Foto: Arquivo Pessoal

Antes de chegar a esta versão, o jovem cientista desenvolveu 20 outros protótipos, sempre buscando conhecimento em vídeos do YouTube sobre robótica e eletrônica. Além disso ele passou algum tempo em centros que atendem pacientes com Alzheimer, para entender a fundo as necessidades destas pessoas.

Foi graças a isso que ele criou um equipamento pequeno, leve e que pudesse ser fixado em diferentes partes do corpo, já que cada paciente tem suas particularidades – alguns não gostam de relógios ou de objetos pendurados.

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Além do amor por sua avó, que faleceu recentemente, as histórias que Chadalavada em suas pesquisas fizeram com que ele seguisse firme em seu propósito. “Houve uma família que procurou por seu pai por todos os lados durante dois anos depois que ele se afastou. Eles nunca o encontraram. No final, eles desistiram”, diz ele.

Outras funcionalidades do Alpha Monitor são a medição de pulso e temperatura, além do lembrete para as medicações. E Chadalavada ainda não está satisfeito: ele está trabalhando prever os padrões de movimento de um paciente, usando tecnologia de aprendizado de máquina.

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O jovem inventor foi um dos vencedores do concurso Solve For Tomorrow, da Samsung. Foto: Arquivo Pessoal

Em 2022, o inventor foi um dos premiados pelo concurso Samsung Solve for Tomorrow que a marca criou para apoiar jovens empreendedores. Além de £ 100 mil, Chadalavada tem agora alguns dos principais engenheiros da Samsung como mentores.

O monitor deve chegar ao mercado ainda este ano. Em março, Chadalavada faz seus últimos exames escolares e então vai se dedicar aos últimos ajustes no equipamento: a meta é ter o aparelho pronto para o mercado até setembro e, de acordo com o inventor, o preço deve ser acessível para a maioria das pessoas.

Os próximos passos de Chadalavada já estão definidos, estudar robótica em uma universidade no exterior e “criar produtos para ajudar as pessoas na Índia e em   todo o mundo”.