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França paga para população consertar roupas e sapatos

Incentivo financeiro visa prolongar a vida útil dos produtos para reduzir o volume de resíduos descartados

costura reparo conserto de roupas
Foto: Tata Toto | Unsplash

Todos os anos, cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis são descartadas de forma incorreta no lixo comum, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção (Abit). Esse número varia, às vezes para muito mais, dependendo do país. No mundo, a média de consumo de roupas por pessoa é 60% maior do que 15 anos atrás, aponta a ONU. Além da quantidade de resíduos que tal indústria gera, já na produção, o tingimento têxtil é o maior poluidor de fontes de água. Para amenizar o impacto do setor de vestuário, a França criou um incentivo econômico para incentivar o conserto de roupas e sapatos.

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Consertar é a forma mais antiga de evitar a compra de novos produtos. Outrora um hábito comum, caiu em desuso ao passo que o custo de novos produtos praticamente é mais compensatório. Há casos (como alguns eletrônicos) em que a falta de peças de reposição tornam impossível o reparo – o que deu origem ao chamado “direito de reparar”. Porém, quando se compra um sapato ou peça de roupa de qualidade o conserto não é somente viável como também deveria ser estimulado. É o que está fazendo a França.

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Foto: Sarah Brown | Unsplash

O chamado Fundo de Reparação, gerido pelo programa Refashion, é voltado para marcas e distribuidoras oferecerem serviços ou opções de reparo aos seus clientes. O programa francês visa prolongar a vida útil dos produtos para reduzir o volume de resíduos descartados.

A premissa é que cerca de 700 mil toneladas de roupas sejam jogadas fora na França anualmente, sendo que a maior parte desta quantidade acaba em aterros. A meta é aumentar o volume de têxteis e calçados reparados no país em 35% até 2028. 

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Foto: Marília Castelli | Unsplash

As empresas interessadas em receber o recurso devem se inscrever, enquanto os clientes recebem o desconto do serviço direto na nota – que varia de ​​6 e 25 euros. Inclusive, artesãos podem se inscrever, de forma que o programa prevê um grande incentivo na geração de emprego uma vez que há a expectativa de aumentar a procura por tais serviços. Além de todos os benefícios ecológicos, é também uma forma de incentivar a economia local.

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A priori, não há regras específicas sobre quais produtos são elegíveis. Exceto lingerie e couro, tudo pode ser consertado. No entanto, as marcas podem criar suas próprias restrições, tais como consertar somente os produtos de sua fabricação.

linha agulha
Foto: ROCCO STOPPOLONI | Unsplash

O apoio financeiro é possível graças ao fundo financiado por “ecocontribuições” pagas pelas marcas (comerciantes de têxteis, de calçados e do setor de cama, mesa e banho) por meio de leis francesas em prol da responsabilidade ambiental, combate ao desperdício e incentivo à economia circular.

 

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