Arte no Minhocão alerta sobre risco de extinção dos corais

Os recifes de corais brasileiros vêm enfrentando diversas ameaças, principalmente, relacionadas ao aquecimento global e ao branqueamento, que podem levá-los à morte. Aproveitando o Dia Mundial dos Oceanos, comemorado em 8 de junho, a marca Australian Gold, licenciada pelo Grupo Boticário no Brasil, lança o movimento #SemCorSemVida.

A ação consiste no “embranquecimento” das coloridas artes presentes nos prédios do Minhocão, importante viaduto da capital paulista. Trata-se de um alerta sobre o estado de saúde precário dos corais e sobre os riscos que envolvem a extinção desse grupo de animais, que estão para o oceano assim como as florestas estão para a fauna e flora – ou seja, são fundamentais.

O fenômeno do branqueamento de corais é um problema ecológico grave, sendo um indicativo de mudanças extremas na temperatura das águas. “Essas mudanças levam as algas que normalmente vivem em simbiose com os corais – e que são essenciais para sua sobrevivência – saírem de seus poros, causando um aspecto esbranquiçado”, explica a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que já constatou, em parceria com outras instituições, uma alta mortalidade de corais que chega em até 50% no caso de algumas espécies.

Outros estudos já apontam o desaparecimento total dessa espécie até 2100, caso não haja uma mudança de comportamento. Esse fato comprometeria toda a vida marinha, visto que várias espécies dependem dos recifes de corais para o seu desenvolvimento e reprodução.

A ação nos prédios se estende até dia 14 de junho, quando as artes retomam suas cores.

Protetores solares e corais

Uma das causas já apontadas em estudos para a perda de cor massiva e crescente dos corais é a presença de certos componentes encontrados na fórmula da maior parte dos filtros solares – estima-se que até 14 mil toneladas do produto são levadas para os mares em todo o mundo, a cada ano.

Tal situação já levou uma cidade dos Estados Unidos a proibir a venda de todos os protetores solares que contenham em suas composições oxibenzona e octinoxato. Já no Palau, um arquipélago no Oceano Pacífico, só podem ser usados protetores livres de 10 ingredientes apontados como prejudiciais aos corais. No Brasil, a Australian Gold é uma das primeiras marcas de cosméticos nacionais com o atributo Reef Safe em seus filtros solares, ou seja, Seguro Para Corais. O produto foi formulado pelo Grupo Boticário em parceria com um laboratório de ecotoxicologia europeu.

“Acompanhamos os estudos científicos e as evidências que explicam o branqueamento dos corais. Buscando criar itens ainda mais sustentáveis, utilizamos uma metodologia inovadora que garante que os protetores solares de Australian Gold não branqueiem ou agridam os corais”, explica Andrezza Canavez, especialista em toxicologia Humana e Ambiental no Grupo Boticário.

A marca também apoia o Projeto Seaside, que tem como objetivo reaproveitar nas embalagens os resíduos plásticos que são descartados incorretamente, evitando que cheguem ao oceano. A iniciativa colabora com o desenvolvimento e o aumento da renda de 180 cooperados e catadores da região litorânea do estado de São Paulo, beneficiando 360 famílias envolvidas na coleta e reciclagem de materiais.

Importância dos corais

Além da maior vegetação tropical terrestre, o Brasil abriga uma das mais importantes florestas subaquáticas do planeta. Com grandes extensões de recifes de corais concentradas nas regiões Norte e Nordeste, temos um ecossistema rico em biodiversidade de milhares de espécies animais, como peixes, crustáceos, moluscos e algas marinhas, responsáveis por quase 55% de todo o oxigênio. Em uma relação de simbiose, enquanto o coral fornece o gás carbônico que as algas usam em seu processo de fotossíntese, elas liberam o oxigênio que não só o coral, mas todos nós precisamos para sobreviver.