Capitais realizam Virada Cultural em prol da Amazônia
Música, comida e arte. Fim de semana será recheado de eventos para celebrar o Dia da Amazônia.
Música, comida e arte. Fim de semana será recheado de eventos para celebrar o Dia da Amazônia.
Eventos espalhados por todo o Brasil irão celebrar o Dia da Amazônia com o intuito de chamar a atenção do país para a necessidade de preservação do bioma. Abaixo listamos alguns eventos que vão ocorrer em São Paulo e Rio de Janeiro.
Como parte das mobilizações pela proteção da Amazônia, o Museu de Arte Moderna (MAM) vai sediar o festival gratuito “Virada Cultural Amazônia de Pé”, no próximo domingo (4) das 10h às 22h.
O evento reúne apresentações de artistas amazônicos, atividades educativas e culturais para crianças e a coleta de assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular Amazônia de Pé, que pretende proteger mais de 57 milhões de hectares na Amazônia Legal. De 10h às 16h, o público terá à disposição, várias atrações infantis e, depois, iniciam os shows de artistas, como Geraldo Azevedo, a dupla Felipe e Manoel Cordeiro, Nic Dias, Silvan Galvão, Carimbloco, o rapper BK, entre outros.
“Virada Cultural Amazônia de Pé” é uma ação coletiva e em rede, em que centenas de eventos serão realizados entre os dias 3 e 10 de setembro. O objetivo é fazer a maior mobilização nacional pela proteção da Amazônia que, segundo o Imazon, nos últimos 12 meses teve o maior índice de desmatamento em 15 anos. Além das organizações que integram a Virada, centenas de escolas, aldeias, coletivos e movimentos estão organizando ações culturais como forma de conversar com os brasileiros sobre a urgência em salvar a floresta que ainda se mantém de pé.
O Festival integra uma série de ações da ONG NOSSAS que visa chamar a atenção para a proteção das terras públicas brasileiras, foco do seu projeto de lei. Ao realizar um evento cultural deste porte, a NOSSAS busca integrar as pessoas no debate e convidar para a ação através da assinatura no Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP).
A mobilização faz parte da campanha “Amazônia de Pé”, uma proposta de projeto de lei de iniciativa popular que pretende proteger a floresta através da destinação de mais de 57 milhões de terras públicas, que são o principal alvo do desmatamento e garimpo na região. A campanha foi lançada em maio e, em menos de dois meses, já conta com mais de 15 mil ativistas coletando 1,3 milhão assinaturas ao redor do Brasil e do mundo, com ativistas em todos os estados brasileiros e em países como Portugal, França, Alemanha e Estados Unidos.
Para que o projeto chegue até o novo Congresso Nacional em 2023 e vire lei, são necessárias 1,5 milhão de assinaturas físicas. Se aprovado, grande parte de terras desprotegidas ficam aos cuidados de populações indígenas, quilombolas, comunidades de pequenos extrativistas e viram unidades de conservação da natureza, como garantia de que, através de uma relação harmônica com a floresta, a Amazônia permaneça de pé.
Até oito mil jovens devem se reunir no Tendal da Lapa neste sábado (3) para celebrar a maior floresta tropical do planeta. O Baile na Terra -Todos pela Amazônia começará às 14h e irá até o fim da noite, com muito carimbó, tecnobrega e música indígena – incluindo o espetáculo inédito “Ventanias”, com Anelis Assumpção, Djuena Tikuna e As Suraras do Tapajós. A maratona de música e cultura amazônida se encerra com Gaby Amarantos, que se apresentará a partir das 19h. Ela leva para o palco o #PURAKÊTOUR.
“Esse show é uma experiência”, sintetiza a artista. “A gente quer trazer para as pessoas um pouco da sensação de estar na floresta. Mas a floresta a partir do nosso ponto de vista. Uma floresta que é tecnológica, cheia de alegria, cheia de luz, uma floresta muito eufórica que vai fazer as pessoas se divertirem e, a partir da diversão e da contemplação de toda essa beleza, se envolverem mais com toda natureza da Amazônia”, detalha.
A celebração começa com um cortejo do Bloco do Água Preta até o Tendal, onde o primeiro espetáculo é uma apresentação inédita e exclusiva chamada Ventanias, reunindo Anelis Assumpção, Djuena Tikuna e o primeiro grupo de carimbó de mulheres indígenas, As Suraras do Tapajós. Na sequência, se apresentarão nomes fortes da nova música paraense, como Saulo Duarte e Zek Picoteiro, além do internacionalmente conhecido DJ Eric Terena.
O Baile na Terra acontece dois dias antes do Dia da Amazônia (5 de setembro) e é também o pontapé inicial de um ciclo de festivais pela floresta que acontece em sete cidades de todo o Brasil. O evento vai mostrar, por meio da música, da comida e das interações com organizações ambientais, a riqueza desse bioma.
A comida e os drinks ficarão a cargo da equipe da Cozinha Ocupação Nove de Julho – MSTC (Movimento Sem Teto do Centro), que preparará pratos regionais criados pelas chefes Amanda Vasconcelos, acreana da Casa Tucupi e Kátia Lyra, paulistana do Sopão das Manas. Quem quiser se envolver na defesa da nossa maior floresta contará com o apoio dos ativistas do Greenpeace e do Amazônia Passa Aqui.
Durante o evento, a água será livre para evitar o consumo de embalagens plásticas descartáveis de um só uso. Por isso, é recomendável que cada participante leve sua garrafinha ou copo. Mas quem esquecer poderá comprar copos individuais assinados pelo artista Denilson Baniwa, que também criou toda a identidade visual do evento. A coleta de resíduos ficará a cargo de catadores e catadoras convidados pelo Cataki app – e o Pimp My Carroça, que levará arte e visibilidade para as carroças dos catadores de resíduos recicláveis no local.
“A floresta também habita São Paulo, nos rios voadores, nas pessoas e nas culturas em trânsito. A arte e a música tem o poder de nos conectar de qualquer lugar do planeta por uma Amazônia potente, graciosa, alegre e de pé. O percurso musical que construímos traz música indígena, carimbó e tecnobrega, para todos se divertirem”, conta Lohana Schalken, diretora artística do Baile.
A Campanha Amazônia Passa Aqui vai reunir um bonde de ciclistas para pedalarem até o festival. O Baile do Pedal acontecerá em parceria com o Coletivo Bike System e sairá da Praça Roosevelt às 11h pontualmente. Vale lembrar que quem quiser fazer a integração modal, os trens e metrôs recebem bicicletas durante todo o dia aos sábados e domingos. A estação de trem mais próxima do festival é a da Lapa.
Em sua primeira edição, o projeto Vozes da Amazônia terá 10 horas de programação e acontecerá na Cervejaria Tarantino (SP) neste sábado (3) das 13h às 22h. Será um encontro cultural com música, culinária, literatura, artesanato, poesia, rodas de conversa e intervenções artísticas, realizado por amazônidas.
“A Amazônia não é apenas um lugar maravilhoso, de natureza exuberante, de fauna e flora inigualável, a Amazônia é também o seu povo, seus costumes e crenças, sua cultura, e a relação de harmonia que suas comunidades têm com os territórios que fazem a Amazônia”, diz o artista Silvan Galvão, idealizador do evento. Para ele, é importante que todos lutem pela Amazônia, mas é preciso que seus filhos, suas vozes, também tenham espaço para falar por si.
Três dos nove artistas que interpretam a canção Kwá Yãné Rẽdawa, que em nheengatu significa “esse é o nosso lugar” estarão presentes no evento e farão sua primeira interpretação ao vivo, num pré-lançamento. A música e clipe serão lançados na internet no próprio dia da Amazônia por diversas organizações do movimento Vozes da Ação Climática através do apoio do Projeto Saúde e Alegria. Nas plataformas digitais, o Selo Alter do Som já disponibilizou o pré save.