Casa minimalista é construída com materiais locais e reciclados
A inspiração para o projeto veio da imperfeição natural dos materiais usados.
A inspiração para o projeto veio da imperfeição natural dos materiais usados.
Para quem vê de fora, a “Casa A” parece uma casinha simples, com aspecto quase inacabado e cores neutras. Mas, engana-se quem pensa que é tudo sem graça. Misturando técnicas antigas e novas, a residência localizada nos arredores de Perth, na Austrália, é um exemplo de boas práticas construtivas.
Concreto e tijolo foram os principais materiais usados para levantar a casa. E o que tem de inovador nisso? Bom, os tijolos eram reciclados e o concreto era de uma mistura da matéria-prima tradicional com 65% do cimento com escória, que é um resíduo industrial proveniente da fabricação de ferro.
Das janelas ao piso, tudo foi composto com produção regional. A casa é carbono neutro e, para tanto, foi essencial trabalhar com materiais produzidos localmente até no acabamento. Isso aliás é uma premissa nos projetos do estúdio de arquitetura Whispering Smith, segundo a fundadora arquiteta Kate Fitzgerald.
Junto ao marido, Kate comprou um terreno em Scarborough, subúrbio na costa de Perth. Mantendo uma casa já existente, eles planejaram construir duas novas casas, sendo uma delas a “Casa A”, que já foi aberta para exibição e até ganhou um prêmio de arquitetura na categoria Arquitetura de Pequenos Projetos no Instituto Australiano de Arquitetos 2018.
Uma das coisas que chama atenção na execução do projeto é o aproveitamento de espaço. Em menos de 70m2, foi construído uma residência com tudo (e um pouco mais) que um morador precisa -, o que inclui garagem subterrânea e um loft na parte superior. Ou seja, ao fim não é tão pequeno, apesar de apresentar o design minimalista. Espaços internos claros, poucos móveis e nada de portas ajudam a criar o aspecto “clean”.
O simples e o moderno se encontram na mistura de materiais que compõem alguns ambientes. É o caso da escada interna, que leva ao único quarto do lar, composta por tijolos, madeira e uma corrimão, que mais parece uma tela, feito de metal.
De acordo com o site Designboom, a inspiração para o projeto veio do artesanato e o “wabi-sabi”, conceito de japonês que, em suma, valoriza as imperfeições. Isso talvez explica a falta de acabamentos esplendorosos. Para Kate, materiais como madeira, tijolos antigos, concreto e aço têm uma beleza imperfeita.
Por fim, a residência ainda possui um tanque para coleta de água subterrâneo e o casal planeja instalar painéis solares no telhado e bateria para armazenamento da energia. “Nós incluímos os princípios básicos de sustentabilidade em todos os projetos – orientação cuidadosa, design solar passivo e sombreamento. Somos realmente motivados pela ideia de fazer mais com menos – e fazer bem as coisas simples”, afirmou Kate em entrevista ao site australiano The West.