Yoga pode ajudar a reduzir chances da volta de um câncer

Praticar yoga é uma atividade com poucas restrições, já que pode ser adaptada às mais diferentes condições físicas. Existem práticas mais vigorosas e aquelas acessíveis a quem não tem o hábito de se exercitar ou até mesmo está em um momento mais vulnerável. É o caso de pacientes e idosos que venceram o câncer – para estas pessoas o yoga se mostrou especialmente positivo.

Em estudo conduzido por pelo Centro Médico da Universidade de Rochester, 500 pessoas que realizaram tratamento contra o câncer,  entre 2 semanas e 5 anos no passado, foram separadas em dois grupos. Um deles passou a fazer duas aulas de yoga de 75 minutos por semana. O outro seguiu sem a atividade.

Os estudos foram apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), a maior conferência mundial sobre câncer, e os resultados foram animadores. “Nossos dados sugerem que a yoga reduz significativamente a inflamação entre os sobreviventes do câncer”, escreveram os autores do estudo em um relatório publicado na reunião da ASCO.

“Os médicos devem considerar a prescrição de yoga para sobreviventes com inflamação, o que pode levar a uma alta carga de toxicidade crônica e aumento do risco de progressão, recorrência e segundo câncer”, concluíram os cientistas.

A pesquisa contradiz a indicação convencional de repouso para pacientes com baixos níveis de energia ou fadiga. A prática do yoga por pelo menos duas vezes por semana, tem como efeito a redução dos sintomas de fadiga em pessoas com câncer, bem como na redução da probabilidade de retorno de um câncer vencido.

Assim como outras atividades físicas, o yoga é uma forma de manter o corpo em movimento, o que é comprovadamente positivo pata a saúde. Como benefícios adicionais, a prática pode ter sua intensidade adaptada à diferentes realidades e mesmo assim, ajudar aumentar a frequência cardíaca, trabalhar musculares inteiros e aprofundar a respiração.

“Eu recomendo aos médicos que indiquem yoga aos pacientes com câncer e ajudem a indicar locais em sua comunidade onde a prática seja segura”, disse Karen Mustian, pesquisadora da Universidade de Rochester, em entrevista ao jornal The Guardian.

Em outro estudo, também conduzido por cientistas da Universidade de Rochester, os pesquisadores examinaram o impacto da ioga na fadiga e na qualidade de vida. De acordo com os pesquisadores, pacientes idosos com câncer que frequentaram aulas de yoga apresentaram níveis mais baixos de fadiga e relataram níveis estatisticamente mais altos de satisfação com a vida.

Um terceiro estudo descobriu que pacientes com câncer classificados como “ativos”, como aqueles que podem fazer uma caminhada rápida de 30 minutos, têm um risco reduzido de morte em quase um quinto.

“Também temos que educar a família”, disse a Dra. Jurema Telles de Oliveira Lima, que supervisionou o terceiro estudo. “Porque é muito comum a família querer proteger o paciente quando ele tem câncer e restringir suas atividades. Precisamos informar a família que a atividade física pode ser a melhor escolha, inclusive para o lado emocional e psicológico”.

Para pacientes que não tem possibilidade de praticar yoga, por falta de acesso a professores ou aulas, a caminhada é uma outra recomendação de atividade física. O indicado é se manter ativo por 30 minutos, pelo menos duas vezes por semana.