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Estudo revela impacto de treinar com poluição do ar

Pesquisadores da Coréia do Sul avaliaram os efeitos de treinos em diferentes níveis de poluição do ar para 1,5 milhão de jovens adultos

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Foto: Harry Gillen | Unsplash

A atividade física é fundamental para garantir nosso bem estar físico e mental e ajuda a prevenir doenças. Se exercitar faz bem mas, em centros urbanos e neste momento em que precisamos manter o isolamento social, é difícil encontrar lugares ideais para a prática de esportes e treinos regulares.

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O treino ao ar livre é uma opção para substituir academia e clubes, mas muitas vezes o ar nas cidades é poluído e oferece riscos à saúde. Para analisar a relação entre os riscos e benefícios associados à pratica de atividade física em locais com ar poluído, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Seul, na Coréia do Sul, realizaram um estudo nacional com cerca de 1,5 milhão de jovens adultos. 

O estudo, publicado no European Heart Journal, concluiu que exercícios de alta intensidade em ar muito poluído podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares em pessoas com idade entre 20 e 39 anos.

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Foto: Pixabay

“Este é um resultado importante e sugere que, ao contrário do que acontece com adultos acima de 40 anos, a atividade física excessiva nem sempre é benéfica para a saúde cardiovascular de jovens adultos quando eles são expostos a altas concentrações de poluição do ar”, alertou Dr. Seong Rae Kim, autor do estudo, à Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC).

A equipe de pesquisadores já havia estudado os impactos da poluição do ar e dos exercícios em adultos de meia-idade em um único momento, mas este estudo foi o primeiro estudo a examinar a questão para os jovens ao longo de vários anos.

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Durante 9 anos, os pesquisadores estudo analisou 1.469.972 pessoas com idade entre 20 e 39. Em primeiro lugar, os pesquisadores consideraram a quantidade de exercícios que os participantes realizaram com base em exames em 2009-2010 e 2011-2012, depois os acompanhamentos de 2013 a 2018.

O exercício foi medido em minutos de unidades de tarefa metabólica equivalente (MET) por semana (MET-min / semana). A poluição do ar foi baseada em dados de partículas da média anual do Sistema Nacional de Monitoramento do Ar Ambiente na Coreia do Sul e classificada como baixa a moderada e alto.

Para ser classificada como poluição baixa ou moderada, a base foi de menos de 49,92 μm / m3 (microgramas por metro cúbico) para PM10 e menos de 26,43 μm / m3 para PM2,5. As taxas de poluição alta eram de 49,92 μm / m3 para PM10 e 26,46 μm / m3 para PM2,5.

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Resultados entre jovens adultos

Para participantes expostos a níveis baixos a moderados de poluição do ar, o impacto do exercício ficou dentro do esperado. “Em jovens adultos com idades de 20 a 39 anos, o risco de doenças cardiovasculares, como derrame e ataque cardíaco, aumentou à medida que a quantidade de atividade física diminuiu entre os dois períodos de triagem”, disse Kim.

No entanto, este não foi o caso dos participantes que aumentaram seus exercícios acima de 1000 MET-min / semana enquanto eram expostos a altos níveis de poluição do ar. Entre as pessoas expostas a altos níveis de PM2.5, aqueles que aumentaram seus exercícios entre os dois períodos de triagem tiveram um risco 33% maior de doença cardiovascular durante o período de acompanhamento em comparação com aqueles que eram fisicamente inativos e não aumentaram o volume de exercício.

O resultado foi ligeiramente menor do que o necessário para atingir significância estatística. Na prática, significa que 108 pessoas a mais por 10 mil podem desenvolver a doença cardiovascular durante o período de acompanhamento.

Para colocar essas descobertas em perspectiva, 1.000 MET-min / semana está acima dos níveis de exercícios recomendados pela Sociedade Europeia de Cardiologia (500-999 MET-min / semana).

Para garantir que os jovens adultos sejam beneficiados com a prática mais intensa de exercícios, Kim defende a mudança nas políticas públicas e diminuição da poluição do ar.

“Em última análise, é imperativo que a poluição do ar seja melhorada em nível nacional, a fim de maximizar os benefícios para a saúde dos exercícios em jovens adultos”, disse Kim ao ESC. “Essas são pessoas que tendem a se envolver em atividades físicas mais do que outras faixas etárias, já que estão no auge da capacidade física. Se a qualidade do ar não melhorar, isso pode resultar no aumento da incidência de doenças cardiovasculares, apesar dos benefícios para a saúde obtidos com os exercícios”, explica o cientista.

Nota do CicloVivo

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Foto: Dane Wetton | Unsplash

Este estudo refere-se a prática de atividades de alta intensidade, em locais com índices altos de poluição do ar, para uma determinada faixa etária.

A prática de atividade física é uma importante aliada da nossa saúde. E, especialmente em momentos mais complicados, ela ajuda a manter o corpo e a mente em equilíbrio.

Antes de começar uma rotina de exercícios físicos, consulte um profissional de saúde e escolha a melhor atividade e intensidade indicada. Cada corpo é único.

Vale a pena investir em você e no seu bem-estar!