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#CarnavalSemAssédio vai acolher vítimas de abuso em blocos

Objetivo é criar ambiente seguro de denúncia contra abusos no Carnaval; ações acontecem em São Paulo, Salvador, Recife, Rio e BH

carnaval sem assédio

Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), as denúncias de violência sexual aumentam 20% nos meses de Carnaval, isso sem levar em conta que a maioria das vítimas não revela as infrações. Mesmo em pleno 2020, o assédio ainda é bastante confundido com paquera, e as reclamações são taxadas de mimimi.

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Em seu quinto ano, a campanha #CarnavalSemAssédio leva conscientização e apoio para as ruas, no intuito de ajudar a combater a violência contra a mulher e a comunidade LGBT.

A Catraca Livre, em parceria com a produtora Rua Livre e a Prefeitura de São Paulo, com apoio oficial da 99, levará a força-tarefa dos Anjos do Carnaval aos blocos pelo segundo ano consecutivo. A equipe, voluntária e treinada, será responsável por acolher e orientar vítimas de assédio; do alto de trios elétricos de blocos parceiros, eles também ajudarão a identificar assediadores.

Em 2020, a ação dos Anjos foi expandida para outras quatro cidades além de São Paulo, que se tornou o principal destino de Carnaval do país. Os voluntários também estarão presentes em blocos de Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

Outro diferencial deste ano é a abrangência. Pela primeira vez, homens héteros serão incluídos na ação. Voluntários selecionados receberão treinamento do consultor Sérgio Barbosa, especialista em masculinidades e violência de gênero, e farão parte da equipe.

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Ações e amparo às vitimas

A campanha também conta com o Ônibus Lilás, cedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania especialmente para a campanha, e outros cinco pontos de atendimento fixos. Todos terão técnicas da prefeitura capacitadas para atuar na orientação e no atendimento de vítimas de assédio.

Os voluntários estarão presentes em todos os dias do Carnaval desde sábado até terça-feira, sempre próximo aos blocos com maior concentração de foliões. Também serão distribuídos 100 mil adesivos da campanha em todas as cidades participantes.

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Todas as vítimas de assédio ou violência atendidas pela ação em São Paulo poderão ser encaminhadas à Casa da Mulher Brasileira, programa de combate à violência contra a mulher que funciona 24 horas, inclusive durante o Carnaval. Lá, poderão registrar o Boletim de Ocorrência e receber informações mais detalhadas sobre a rede de atendimento para vítimas de violência de gênero.

Foto: Gabriel Nogueira | Catraca Livre

Pauta obrigatória

“Este ano é um marco: estamos na quinta edição da campanha #CarnavalSemAssédio, e, diferentemente de 2016, quando tudo começou, podemos afirmar que esta se tornou a pauta obrigatória quando se fala em Carnaval. Assédio não deve ser tolerado em situação nenhuma e nosso objetivo é mostrar que isso deve ser aplicado a cada bloco, a cada desfile, a cada baile”, afirma Paula Lago, responsável pela campanha #CarnavalSemAssédio da Catraca Livre.

No ano passado, a pesquisa “LGBTfobia no Carnaval de 2019”, realizada pelo #VoteLGBT, com apoio do Rua Livre e da Ben & Jerry’s, levantou dados também sobre machismo e homofobia. A pesquisa aponta que 83% dos entrevistados da comunidade LGBT revelaram ter presenciado casos de beijos forçados, encoxadas ou corpos tocados sem consentimento, agressão física, agressão verbal ou abuso.

Foto: Gabriel Nogueira | Catraca Livre

Rede de apoio

Além da Catraca Livre, da Rua Livre e da prefeitura, a ação conta com uma ampla rede de parceiros que inclui o Ministério Público do Estado de São Paulo, a ONU Mulheres, a Comissão da Mulher Advogada (OAB), os coletivos Não é Não e Mete a Colher, a ONG Engajamundo, a Rede Nossas e a Change.Org.

A campanha também já teve o apoio da revista “Azmina”, dos coletivos “Agora é que são elas”, “Nós, Mulheres da Periferia” e “Vamos juntas?” e blocos de rua de todo o Brasil, incluindo os feministas Mulheres Rodadas e Maria Vem com as Outras.

Os blocos que quiserem apoiar a campanha podem mandar email para [email protected].