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Queimadas na Amazônia em 2022 já superam todo o ano de 2021

Em apenas oito meses, o bioma registrou até agora 75.592 focos de calor, superando os 75.090 do ano anterior

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Sobrevoo em Porto Velho, na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022. Foto: Nilmar Lage | Greenpeace Brasil

O ano não chegou ao fim. Faltam mais de 3 meses para que 2022 termine e já temos mais um recorde de destruição na Amazônia: no último domingo, 18 de setembro, o número de queimadas floresta, desde o início de 2022, superou os focos registrados no ano anterior.

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Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 75.592 focos de incêndio em apenas oito meses, enquanto em 2021 houve 75.090 focos de calor. Pará segue sendo o Estado recordista de queimadas, com 24.304 focos de calor registrados, representando 32,2% do total, seguido por Mato Grosso (17.480), Amazonas (15.772), Rondônia (8.232) e Acre (7.875).

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Coluna de fogo avança sobre floresta degradada em Porto Velho, Rondônia. Foto: Christian Braga | Greenpeace

Esta escalada no número de queimadas já era prevista, considerando que no início de setembro, o número de queimadas, em apenas quatro dias, foi o maior do ano, com o Inpe registrando, em um único dia, 3.393 focos de incêndio, superando, inclusive, o Dia do Fogo, ocorrido em 11 de agosto de 2019, em que na ocasião agropecuaristas do Pará combinaram a data para colocar fogo em áreas de pasto e recém-desmatadas, chegando a 2.366 focos.

Este avanço das queimadas acontece apesar do Decreto Nº 11.100 que, desde o dia 23 de junho deste ano, proíbe o uso do fogo na Amazônia e Pantanal. Infelizmente, o que se assiste são recordes alarmantes de queimadas pelo Bioma: “Para conter esse aumento avassalador de queimadas em nossas florestas é necessário uma política que promova um real avanço no combate às queimadas e que defenda os povos da floresta”, finaliza André Freitas, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

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Foto: Vinicius Mendonça | Ibama

Em uma época conhecida no Brasil como “verão amazônico”, pelo período seco na região, a Amazônia vem registrando desde 2018 recordes de áreas queimadas entre os meses de agosto a outubro. Para André, o aumento de queimadas na floresta amazônica está associado com desmatamento e grilagem de terras, estimulados por uma política anti-ambiental.

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“O fogo é uma tragédia anunciada! E após quase quatro anos de uma clara e objetiva política anti-ambiental por parte do governo federal, vemos que na iminência de encerramento deste mandato – que está sendo um dos períodos mais sombrios para o meio ambiente brasileiro – grileiros e todos aqueles que têm operado na ilegalidade, viram um cenário perfeito para avançar sobre a floresta”, alerta André.