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Preservação do Pantanal pode gerar créditos de carbono

Instituto Homem Pantaneiro e e ISA CTEEP irão fazer mapeamento de áreas com potencial para viabilizar futuros projetos

onça no pantanal
Foto: Instituto Homem Pantaneiro

De acordo com a consultoria McKinsey, o Brasil explora menos de 1% de sua capacidade anual de geração de créditos de carbono, um problema ainda maior se considerarmos que o país detém 15% do potencial global de captura de carbono por meio de florestas preservadas. Para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil tem um mercado potencial de créditos de carbono de US$ 120 bilhões, o que pode gerar um ganho de 5% no PIB brasileiro.

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Com isso em mente o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), organização que há mais de 20 anos trabalha pela preservação do Pantanal brasileiro, estabeleceu uma parceria com a ISA CTEEP, líder em transmissão de energia no Brasil, para o mapeamento das áreas florestais no Pantanal, com potencial para o desenvolvimento de novos projetos de preservação e recuperação para a geração de créditos de carbono.

Esses créditos são instrumentos de incentivo à preservação, desenvolvidos no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente áreas por seus resultados de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Pantanal
Áreas alagadas no Pantanal. Foto: SOS Pantanal

A iniciativa faz parte do Conexão Jaguar, programa de sustentabilidade desenvolvido desde 2019 pela ISA com o propósito de promover a conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças do clima e o desenvolvimento de comunidades. O foco é apoiar a implementação de projetos em áreas prioritárias para a conservação do habitat da onça-pintada, o que contribui para a mitigação das mudanças climáticas em linha com a transição energética, na medida em que incentiva e fortalece a captura e o estoque de carbono.

“Um dos principais objetivos do Conexão Jaguar é impulsionar o desenvolvimento de projetos de redução de emissões provenientes de desmatamento e degradação florestal, com potencial para geração e comercialização de créditos de carbono que fomentam economicamente programas para proteção dos ecossistemas e corredores de biodiversidade”, explica Ana Carolina David, gerente de comunicação, sustentabilidade e relações institucionais da ISA CTEEP.

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angelo rabelo pantanal
Coronel Angelo Rabelo, presidente e fundador do IHP. Foto: Divulgação | GM

“Esse projeto permite o reconhecimento necessário para quem atua na conservação do Pantanal, pois ele vai remunerar quem protege as áreas. O Pantanal é um bioma que já possui um nível de conservação elevado e o Conexão Jaguar é um programa que vai potencializar essas atividades de preservação, gerando um impacto positivo a partir de uma espécie topo de cadeia e bioindicador, que é a onça-pintada, e gerando benefício para mais de uma centena de outras espécies, além da flora. Significa um compromisso com o futuro”, indica Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP).

Primeira certificação de créditos de carbono no Pantanal (MS) 

O Conexão Jaguar ofereceu apoio técnico e financeiro para viabilizar o primeiro projeto certificado no Pantanal, conquistado no primeiro semestre de 2023: o REDD+ Serra do Amolar, sob a gestão do IHP.  Com este projeto, o programa de sustentabilidade contribui com a proteção de uma área de mais de 135 mil hectares na região da Serra do Amolar, localizada em Corumbá (MS), que forma um corredor de biodiversidade para a onça-pintada e outras dezenas de espécies animais, compondo assim o primeiro projeto REDD+ com emissão de créditos de carbono no bioma Pantanal. Enquanto a ISA CTEEP é responsável pelo apoio técnico e financeiro, o IHP faz a gestão da área protegida e é responsável pela continuidade do projeto.

Serra do Amolar, no planalto pantaneiro. Foto: Felipe Baenninger – Own work | CC BY-SA 4.0

O REDD+ Serra do Amolar tem potencial de reduzir mais de 430 mil toneladas de CO2e até 2030 e o total de créditos de carbono certificados é de 231 mil toneladas de CO2. Ainda, tem o desafio de reduzir em 90% o desmatamento não planejado, no qual está incluído o fogo, o principal fator de desmatamento nesse bioma.

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Chamada para novos projetos

Interessados em fazer parte do Programa Conexão Jaguar podem cadastrar seus projetos florestais em conexionjaguar.org/pt-br/faca-parte/. As iniciativas selecionadas receberão apoio técnico e financeiro para emitir e comercializar créditos de carbono com os mais elevados padrões internacionais (VCS + CCB ou Gold Standard), além de apoio técnico para conhecer o estado de conservação das espécies de médios e grandes vertebrados que habitam na área do projeto.

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Foto: Instituto Homem Pantaneiro