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Cláudia Gaigher lança ‘Diário de uma repórter no Pantanal’

Livro revela bastidores de 24 anos de trabalho da jornalista pela preservação de um dos mais ricos biomas do Brasil

livro pantanal Cláudia Gaigher
Foto: Divulgação

A novela Pantanal mergulhou milhões de brasileiros nas belezas deste bioma. Isso aconteceu em sua primeira versão, em 1990 e no remake que está terminando esta semana. Quem conhece bem os encantos, mistérios e desafios para a conservação da maior planície alagável do planeta é a jornalista capixaba Cláudia Gaigher, que desde 1998 trabalha como repórter na TV Morena, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso do Sul.

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Cláudia quer dividir tudo o que aprendeu desde que adotou o Pantanal como a sua casa, local de trabalho, fonte de inspiração e causa. Por isso está lançando Diário de Uma Repórter no Pantanal, livro editado pela organização Documenta Pantanal, Cláudia reúne 30 histórias de bastidores de suas urgentes e necessárias reportagens, produzidas ao longo dos últimos 24 anos, período de grandes transformações.

livro pantanal Cláudia Gaigher
Foto: Divulgação

Por meio de suas matérias, exibidas em edições do Fantástico, do Jornal Nacional, do Globo Repórter, nos telejornais de rede nacional da Rede Globo, e na Globonews, Cláudia apresenta ao Brasil um Pantanal profundo, de uma exuberante fauna e flora, mas também cenário de violentos conflitos e constantes ameaças ambientais.

Ela cobriu cobertura os grandes incêndios que devastram o bioma em em 2020, trabalhando incansavelmente para mostrar ao Brasil e ao mundo a maior catástrofe das últimas décadas, quando quase 30% do Pantanal foi queimado.

Partiu também de uma reportagem dela a denúncia de crianças sem escolas e que catavam iscas pra sobreviver nos alagados do interior do Pantanal, mostrando a dificuldade dos ribeirinhos. A reportagem gerou comoção e levou à construção e reabertura de dezenas de escolas às margens do rio Paraguai.

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A jornalista também deu voz e visibilidade a iniciativas essenciais, acompanhando e mostrando ao longo das décadas os avanços das pesquisas de conservação de espécies emblemáticas como a arara azul, a onça pintada, a ariranha, entre outras. Em textos embasados nas pesquisas científicas e no conhecimento tradicional, a jornalista faz um mergulho na história da colonização do Brasil Central.

livro pantanal Cláudia Gaigher
Foto: Divulgação

“Tivemos aqui, no início dos anos 2000, uma disputa fundiária que permanece até hoje, com vários assassinatos de lideranças indígenas, e a questão da demora do poder judiciário e do Executivo em definir quais são as áreas tradicionais e ancestrais. Mais do que isso, existe aqui uma prática que também se replica em outras regiões do Brasil, em que a união e o poder público chancelam a ocupação de áreas indígenas por conta do agronegócio. Essa cultura de impunidade faz com que a nossa flora e a nossa fauna também estejam constantemente pressionadas”, explica Cláudia.

Em 2022, os brutais assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips escancararam o elevado grau de risco a que, no Brasil, estão expostos profissionais dedicados à defesa e preservação do meio ambiente. Realidade vivenciada por Cláudia há mais de duas décadas.

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livro pantanal Cláudia Gaigher
Foto: Divulgação

“A coragem é necessária para tudo o que a gente faz na vida, e tem que ser uma coragem de quem não quer ser mártir. E a gente só consegue isso quando faz um jornalismo independente, calcado em informações reais. Mais do que isso, também é importante que você tenha uma rede de fontes, porque quando você cria essa rede, cria também uma rede de proteção e tem ali centenas de pessoas que estão comungando contigo a busca pela informação. Nunca fui a campo fazer uma reportagem sem que várias pessoas de minha confiança soubessem o que eu estava fazendo e quais eram os pontos onde eu estaria. Quando você faz um trabalho sério e tem essa rede, não é que esteja livre das violências que a gente tem visto contra os jornalistas, mas pelo menos diminui um pouco esse risco”, explica.

Viajando pelo Brasil para fazer reportagens para os telejornais da TV Globo, Cláudia também se aprofundou nos temas relacionados aos biomas Cerrado e Amazônico. Revelando lendas locais, como as do Velho do Rio e do Mãozão, versão pantaneira do lobisomem, ou dando voz a dezenas de personagens anônimos e figuras consagradas, como o violeiro Almir Sater e o poeta Manoel de Barros, com o poder de observação dos melhores cronistas e a sensibilidade poética aguçada pela beleza mística do Pantanal, Cláudia produz uma narrativa que muito revela sobre a excelência do fazer jornalístico, e que também desperta o fascínio de qualquer leitor.

livro pantanal Cláudia Gaigher
Foto: Divulgação

“Não penso num público específico para o livro. O que tento compartilhar com meus escritos é esse amor que eu tenho por ter nascido no Brasil, por me orgulhar das diferenças que compõem a nossa identidade, a nossa alma. E, mais do que tudo, me orgulhar dessa biodiversidade que só o Brasil tem. Se eu puder plantar essa semente no coração e na mente das pessoas e fazer com que elas tomem uma atitude, fazendo doações para as pesquisas, cobrando, do poder público, posturas mais sustentáveis, eu vou ter ganhado o melhor de todos os prêmios e presentes”, conclui.

Documenta Pantanal

A publicação de Diário de Uma Repórter no Pantanal foi integralmente financiada pela Documenta Pantanal, uma iniciativa que reúne profissionais de áreas diversas comprometidos com a urgência de tornar as fragilidades e as riquezas do Pantanal mato-grossense conhecidas do grande público.

livro pantanal Cláudia Gaigher
Foto: Divulgação

Entre outros títulos, a Documenta Pantanal viabilizou a publicação de Céu e Inferno em Terras Alagadas (Editora Origem, 2021), do fotógrafo José Medeiros, Cozinha Pantaneira – Comitiva de Sabores (Editora BEI, 2020), do chef Paulo Machado, e Pantanal – Serra do Amolar (Terra Brasil, 2021), do fotojornalista Araquém Alcântara.

“O livro da Cláudia engrandece a produção editorial assinada pela Documenta Pantanal e seus apoiadores. É um relato potente, de uma profissional que dedicou anos de sua vida documentando, por meio de matérias jornalísticas, esse bioma que é a inspiração maior de nossa iniciativa e de todas as ações que desenvolvemos.”, destaca Mônica Guimarães, coordenadora do Documenta Pantanal.

livro pantanal Cláudia Gaigher
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