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Guarapiranga “verde”?

A represa Guarapiranga, situada na cidade de São Paulo, está “verde”. E não é por conta de suas riquezas ambientais, mas sim por estar com suas águas literalmente esverdeadas. Isso se deve ao fato da represa estar infestada por plantas aquáticas.

A represa Guarapiranga, situada na cidade de São Paulo, está “verde”. E não é por conta de suas riquezas ambientais, mas sim por estar com suas águas literalmente esverdeadas. Isso se deve ao fato de a represa estar infestada por plantas aquáticas, a ponto de fazer com que ela pareça um campo de futebol, se vista de cima.

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Além de  mudar a cor da represa as plantas também ocasionam acidentes náuticos, interferência na fauna ambiental (principalmente na fauna aquática), e até mesmo prejudica a distribuição de água na cidade de São Paulo.

As plantas aquáticas são cianobactérias, que, quando em contato com materiais orgânicos, podem liberar compostos como a geosmina e o metilisoborneol.Compostos esses, que estão associados ao odor de mofo e cheiro e gosto de terra.

Desde o ano de 2000 existem queixas acerca deste assunto, na época a Sabesp declarou que a presença das plantas não afetava a qualidade da água, pois tratamentos específicos eram feitos para garantir a qualidade da água, mas advertiram que quem entrasse em contato com a água sem tratamento poderia pegar micoses.

Nos anos seguintes, as águas da represa Billings (que trazem consigo águas do poluído Rio Pinheiros) começaram a ser despejadas na Guarapiranga. De lá pra cá, a concentração média de fósforo (um dos principais nutrientes que proporcionam a existência dessas plantas) chegou a 0,55 miligramas/litro, o que é duas vezes e meia acima do padrão de qualidade. A ocupação irregular das margens da represa, que ocorreu principalmente na década de 1970, também é responsável pela maior parte do esgoto que chega as águas da Guarapiranga. Cerca de  um milhão de pessoas vivem hoje ao redor da represa.

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Um dos maiores transtornos causados por esse fenômeno é o fato de prejudicar as atividades náuticas na região. Em abril desse ano, o vice-presidente da Fevesp (Federação da Vela de São Paulo) declarou que “a quantidade de algas é tamanha que está sendo estudado o cancelamento de todas as regatas do final de semana, uma vez que está impossível velejar na represa.”

Em abril do ano passado, a Sabesp fechou um contrato com a UFSCar de R$1,15 milhão para prever o aparecimento das plantas aquáticas na represa. A Sabesp prometeu dentro de um ano implementar um sistema de monitoramento para o controle da praga na represa.

O programa Vida Nova/Mananciais, que conta com o apoio da Prefeitura de São Paulo, do governo estadual, do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Banco Mundial, promete investir R$1,3 bilhão para a retirada de famílias que moram em áreas ocupadas irregularmente no entorno da represa, urbanização de favelas e obras de saneamento.

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Segundo Amauri Polachi, coordenador do programa, os investimentos já começaram a surtir efeito no altos custos de tratamento da represa. Polachi promete que até o ano de 2015 iremos voltar aos níveis de carga orgânica na água de 30 anos atrás, com o dobro da população vivendo no entorno. Vamos torcer para que isso realmente aconteça.

Redação CicloVivo