- Publicidade -

Em nome do turismo, ribeirinhos reduzem consumo de carne de tartaruga

A carne de tartaruga é um prato bastante apreciado na região norte do Brasil. Porém, em nome do aumento do turismo local, a população ribeirinha tem começado a entender que a preservação pode ser tão rentável quando a comercialização das tartarugas.

A Tracajá é uma espécie de tartaruga que habita as bacias hidrográficas da América do Sul. O animal, que também é encontrado no Amazonas, é muito apreciado pela gastronomia local. A carne de Tracajá é bastante utilizada em molhos e em farofas, enquanto os ovos da espécie são degustados em gemadas.

- Publicidade -

Porém, o triste fim do quelônio – classificação científica da tartaruga -, pode estar com os dias contados, pelo menos, no que depender da população ribeirinha de Alter no Chão, no Pará. A região é conhecida como o Caribe Brasileiro e, em abril deste ano, foi escolhida pelo periódico britânico, The Guardian, como a praia mais bela do país, mesmo estando às margens das águas doces do rio Tapajós e competindo com regiões paradisíacas, como Fernando de Noronha.

Os moradores locais perceberam que os animais cooperam para o aumento do turismo, que é uma das principais fontes de renda locais. Portanto, optar pelo turismo pode ser mais rentável que a comercialização do animal. Além disso, o aumento da fiscalização dificulta o trabalho predatório.

Seria mais fácil deixar de matar as Tracajás, se a carne não fosse tão saborosa, dizem os ribeirinhos. Essa espécie de tartaruga, que pesa entre 9 e 12kg, é o prato principal de muitos restaurantes na região norte do país, que usam, até mesmo, a casca do animal para assar alguns pratos.

Para auxiliar na preservação, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), apoiados pela Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, têm investigado o comportamento das Tracajás e de outros quelônios que habitam a região amazônica. Eles acreditam que com um conhecimento melhor das espécies, seja possível preservá-las e protegê-las das mãos dos predadores.

- Publicidade -

Os pesquisadores também estudam os hábitos da população que habita essa região e que apreciam a iguaria. Alguns resultados já mostraram que os ribeirinhos realmente reduziram o consumo da carne “exótica”. A comunidade local consome quatro vezes menos tartaruga que aqueles que não têm ligação com a região.

Com informações da Revista Época

- Publicidade -