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desmatamento amazônia
Foto: Mayke Toscano | IBAMA

Enquanto moradores de grandes cidades respiram um ar mais limpo e até aproveitam um pôr do sol alaranjado, a Amazônia segue não tendo descanso. O desmatamento foi uma das poucas coisas que não parou no último mês. Pelo contrário, criminosos se aproveitam do momento para avançar sobre a floresta. 

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Apenas em março de 2020, os alertas de desmatamento chegaram a 326,51 km2 – ante 251,42 km2 registrados em março de 2019. O aumento é de 30% comparado ao mesmo mês do ano anterior. Quando a análise inclui todo o primeiro trimestre do ano, o desmatamento chega a 796 km2 da Amazônia Legal – um aumento de 51% em relação ao mesmo período do ano passado.

O aumento não é apenas efeito da pandemia e de uma possível redução na fiscalização. Isso porque desde janeiro ficou claro que 2020 já começou com recorde de desmatamento.

Os dados foram compilados pelos jornais Estado e Folha no sistema Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

É importante sempre frisar que os números do Deter não são definitivos, uma vez que a análise é rápida e até a cobertura de nuvens pode atrapalhar o resultado. Entretanto, seus dados servem como alerta do que está acontecendo em determinada área e, por isso, são repassadas aos órgãos de fiscalização, como o Ibama. A análise total, com informações mais detalhadas e consolidadas, é divulgada pelo Prodes uma vez por ano. Geralmente, o balanço anual revela-se ainda pior do que os números registrados mensalmente.

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Nesta quarta-feira (15), outro sistema de alerta também emitiu seu parecer. Trata-se do SAD, ferramenta de monitoramento do instituto de pesquisa Imazon, que detectou 254 km2 de desmatamento na Amazônia. Apesar de menor, o número é proporcionalmente bem maior do que o Deter quando comparado com março de 2019 – no período o Imazon apontou “apenas” 67 km2. Tanto SAD como Deter geram alertas mensais de desmatamento e de degradação florestal, porém as metodologias são diferentes.

Seja qual for o sistema, o alerta está aceso. O desmatamento não parou, a expectativa para 2020 não é favorável e cientistas advertem para implicações até então desconsideradas pelo senso comum, como o fato do desmatamento ser um dos principais causadores de surtos de doenças.

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