Campanha pede menos cortes de flores silvestres nas estradas do Reino Unido
A solução pode ser simples como deixar que a natureza cumpra seu papel.
A solução pode ser simples como deixar que a natureza cumpra seu papel.
Estão surgindo iniciativas em prol da plantação de flores silvestres, aquelas pequenas espécies que crescem livremente na natureza. Não contrapondo esta atitude, mas buscando uma solução ainda mais fácil, a organização Plantlife está orientando que os órgãos simplesmente empenhem menos esforços no corte dessas flores nas estradas do Reino Unido.
A proposta principal é reduzir para dois cortes por ano as flores nas margens de rodovias, mas há outras orientações que foram publicadas em forma de guia de boas práticas. O documento é voltado para gerentes de rodovias, engenheiros de estradas, gerentes de operações, arquitetos paisagistas e demais envolvidos com o gerenciamento de margens de rodovias.
“Mais de 700 espécies e quase 45% de nossa flora total são encontradas nas margens de nossas estradas e, considerando que perdemos 97% de nossos prados de flores silvestres desde a década de 1930, esses habitats cruciais precisam ser gerenciados adequadamente”, afirma a Plantlife que trabalha com diversas campanhas para a conservação de fungos, plantas e flores silvestres visando a manutenção da vida selvagem.
O grupo cita por exemplo as espécies Trifolium pratense e Galium verum, que passam por um declínio rápido no Reino Unido.
São conselhos práticos que podem ser adaptados por autoridades locais de todo o Reino Unido. A ideia impulsiona os conselhos municipais a “cumprirem suas obrigações com a biodiversidade”, enquanto economizam verba pública. A solução de dois cortes “reabasteceria o banco de sementes, restauraria a diversidade floral, economizaria dinheiro dos conselhos e forneceria um habitat polinizador equivalente ao tamanho de Londres, Birmingham, Manchester, Cardiff e Edimburgo juntas”, defende a organização. Porque às vezes é isso: basta deixar que a natureza cumpra seu papel.
De acordo com a Plantlife, houve uma queda de 20% na diversidade floral somente nas margens das estradas desde 1990. A solução então é pressionar os órgãos responsáveis a agirem imediatamente. “Nossas diretrizes podem ser resumidas em ‘corte menos, corte mais tarde’ e a adoção por conselhos e outras autoridades de rodovias melhorará significativamente a saúde de nossas margens. Queremos que as espécies floresçam para que os polinizadores possam trabalhar e as sementes possam amadurecer e cair no chão. Dessa forma, a exibição floral ficará cada vez melhor a cada ano”, diz a organização.
São apenas 21 páginas e você pode conferir online o guia de gerenciamento de margens que busca florir milhares de quilômetros de estradas no Reino Unido.