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Boto Cinza
O Boto Cinza está na categoria vulnerável. | Foto: Instituto Boto Cinza

Uma ferramenta em prol da fauna brasileira foi lançada na última quarta-feira (2) pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Trata-se do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade, conhecido como Salve, que reúne dados sobre quase 15 mil espécies animais. Disponível on-line para qualquer um que tiver interesse, a ideia é contribuir para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade.

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Por meio do mecanismo de busca, é possível inserir a espécie pretendida (pelo nome comum ou pelo nome científico) e obter dados como grupo, categoria, última atualização da avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural, população, entre outros.

“Nosso objetivo não é simplesmente fornecer a informação, mas que essa informação seja usada como instrumento de política pública, inclusive nas empresas, para evitar que haja espécies ameaçadas e principalmente espécies já extintas. Essa é a grande finalidade do qual esse trabalho aqui faz parte”, afirma Mauro Pires, presidente do ICMBio.

Biodiversidade

A fauna brasileira é uma das mais ricas do mundo, com mais de 100 mil espécies de animais, entre vertebrados e invertebrados. No caso dos vertebrados, todas as mais de 9 mil espécies conhecidas foram avaliadas. Em relação aos invertebrados, que respondem pela grande maioria da fauna, há critérios para seleção das espécies que passam pelas avaliações.

Boto cor-de-rosa está classificada em perigo de extinção. Foto: WWF-Brasil

Entre os dados que chamam especial atenção, a plataforma Salve aponta que 1.253 espécies dos sete biomas do país (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Marinho) estão na categoria de ameaçadas de extinção, em uma das três subclassificações de risco: vulnerável; em perigo; e criticamente em perigo.

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Até agora, do total de espécies avaliadas, 5.513 possuem fichas completas publicadas, com mais de 150 mil páginas. Apesar do alto número de espécies ameaçadas, há também dados positivos, como a saída de 144 espécies da lista de ameaçadas de extinção, como é o caso da tartaruga verde – uma das cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil.

Orientando ações

Segundo o coordenador  da Coordenação de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna (COFAU) e analista ambiental do ICMBio, Rodrigo Jorge, a iniciativa irá contribuir efetivamente com a conservação das espécies ameaçadas. “O Brasil é reconhecido mundialmente por abrigar a maior biodiversidade do planeta, e a partir da atualização e disponibilização desses dados será possível reforçar a implementação de ações que promovam a conservação da nossa fauna”, adianta.

Tartaruga-verde
Tartaruga-verde saiu da lista de espécies ameaçadas de extinção. | Foto: Tamar

Ainda de acordo com o profissional, atividades importantes da gestão ambiental serão beneficiadas diretamente com as informações do sistema, como as demandas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis Naturais) e  de outros órgãos ambientais para disponibilização de dados sobre as espécies ameaçadas.

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Um ponto importante ressaltado é que empreendedores também poderão ter acesso a informações relevantes sobre os locais onde planejam instalar empreendimentos, auxiliando na tomada de decisões e, consequentemente, na preservação do meio ambiente.

O desenvolvimento da plataforma é fruto de um trabalho conjunto, liderado pelo ICMBio, com apoio do Projeto Pró-Espécies: Todos contra a Extinção, e é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), sendo o WWF-Brasil a agência executora.

Veja mais na plataforma Salve!