8 anos depois, radiação em Fukushima ainda coloca pessoas em risco
Relatório do Greenpeace mostra que as pessoas estão expostas à radiação, principalmente os trabalhadores e as crianças.
Relatório do Greenpeace mostra que as pessoas estão expostas à radiação, principalmente os trabalhadores e as crianças.
Por Greenpeace
O governo japonês está enganando os órgãos de direitos humanos da ONU sobre a atual crise nuclear em Fukushima. A informação vem de uma investigação divulgada semana passada pelo Greenpeace Japão. O estudo Na Linha de Frente do Acidente Nuclear de Fukushima: Trabalhadores e Crianças, em inglês, pode ser acessado neste link.
Mais de 70 mil trabalhadores foram empregados para descontaminar as áreas atingidas pelo vazamento nuclear da usina de Fukushima, em março de 2011. O desastre aconteceu quando o Japão foi atingido por um terremoto seguido de tsunami. Mesmo depois de muito esforço, o relatório mostra que os níveis de radiação estão muito altos nas zonas de exclusão e nas áreas que já estão liberadas para a população. Ele também expõe uma série de violações dos direitos humanos pelo governo japonês, em especial as relativas aos trabalhadores e crianças.
“Uma pessoa comparou aquilo com a escravidão”, disse Minoru Ikeda, que esteve empregado por um tempo na descontaminação e conta sua experiência no relatório.“Eu, que vivi ali, quero que o mundo fique sabendo o que está acontecendo. Quero que o governo do Japão respeite a saúde dos trabalhadores e parem de mandar pessoas para esse tipo de trabalho arriscado e dê suporte aos trabalhadores“, diz.
As principais descobertas do relatório foram:
Segundo Kazue Suzuki, porta-voz do Greenpeace Japão, na raiz do desastre nuclear de Fukushima e das violações de direitos humanos está a “perigosa política energética do governo japonês”. “O que a maioria do povo está exigindo é uma transição para a energia renovável. No entanto, o governo está tentando reiniciar reatores nucleares e ao mesmo tempo aumentar drasticamente o número de usinas a carvão, o que leva a mudanças climáticas extremas “, afirmou.