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Empresas pedem ao governo britânico leis mais duras contra desmatamento no exterior

McDonald’s, Tesco e Nestlé estão entre a companhias que querem barrar importadores envolvidos com desmatamento – legal e ilegal

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Foto: Lucas Davies | Unsplash

Os principais supermercados, produtores de gado e fabricantes de alimentos do Reino Unido, incluindo McDonald’s, Tesco, Lidl, Nandos, Nestlé, Greencore e Pilgrim’s Pride, enviaram hoje (5/10) uma carta aberta ao governo britânico em que dizem que os atuais planos para combater o desmatamento nas cadeias de abastecimento “não serão suficientes para barrar o desflorestamento” e pedem uma regulamentação ainda mais dura.

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“Aplaudimos o esforço do Governo para apresentar legislação que crie condições equitativas de concorrência. Isto é um passo em frente, mas não deve ser suficiente para travar o desmatamento, e encorajamos o Governo a ir mais longe para abraçar requisitos que abordem esta questão”, diz a carta.

Foto: Greenpeace Brasil

O documento foi divulgado no dia do encerramento da consulta do governo britânico sobre as novas leis de anti-desmatamento. A proposta de lei exigiria que as grandes empresas que operam no Reino Unido comprovassem a origem de produtos como carne, cacau, soja, borracha e óleo de palma. Seria ilegal utilizar produtos que não cumpram as leis para proteger a natureza nos países de origem.

As grandes empresas do sector de alimentos, no entanto, dizem que a lei deve englobar todo tipo de desmatamento e não apenas aquele definido como ilegal no país de origem.

Olho no Brasil

“A legislação proposta continuaria a permitir o desmatamento desenfreado em lugares críticos, como a Indonésia e o Brasil. Quase 90 milhões de hectares de floresta brasileira poderiam ser desmatados legalmente no âmbito desta lei – quatro vezes o tamanho do Reino Unido”, afirma Robin Willoughby, diretor para o Reino Unido da ONG Mighty Earth.

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Para ele, o governo britânico deve ser mais ambicioso e garantir que produtos provenientes da degradação de florestas sejam impedidos definitivamente de entrar no país.

“Com a Amazônia em chamas e florestas sendo suprimidas a um ritmo alarmante, a natureza não reconhece a diferença entre a desflorestamento legal e ilegal.”

“Os planos atuais não farão o suficiente para proteger os frágeis ecossistemas que reduzirão o risco de alterações climáticas catastróficas”, firma Chris Brown, diretor de Abastecimento Sustentável da rede de supermercados britânica Asda.

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“Não podemos resolver este problema sozinhos e precisamos de legislação que assegure relatórios abrangentes e normalizados para cima e para baixo na cadeia de abastecimento, juntamente com incentivos para os fornecedores que avançam para uma produção mais responsável do ponto de vista ambiental”.

recorde de fogo
Foto: © Christian Braga | Greenpeace

“O governo do Reino Unido deve dar ouvidos a este apelo e apresentar legislação que ponha fim à nossa destruição de lugares preciosos como a Amazônia”, afirma Tanya Steele, CEO da WWF, para quem esse processo deve ser concluído antes da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que foi adiada para novembro de 2021 e será realizada em Glasgow, na Escócia.

Veja a lista completa de empresas que assinam a carta:

VAREJISTAS – Lidl, Aldi, Asda, Marks & Spencer, Iceland, J Sainsbury plc, Ocado, Tesco plc, The Co-op, Waitrose & Partners e Wm Morrison Supermarkets Plc

MARCAS – Nestlé e Mondelez (own Cadbury’s)

RESTAURANTES – McDonald’s, Nandos, Sustainable Restaurant Association, Livestock producers, Eight Fifty Food Group (Young’s, Karro), Moy Park (one of biggest chicken producers in UK), Pilgrim’s Pride (one of biggest pork producers in UK), Cranswick, Young’s Seafood, Manufacturers e Greencore (major food producer)

Para ler a íntegra da carta enviada ao governo britânico, clique AQUI.