- Publicidade -

Esfera de café é alternativa compostável às cápsulas

Ao contrário das cápsulas descartáveis, as bolinhas de café possuem invólucros totalmente compostáveis.

esfera de café
Foto: CoffeeB

Doze mil toneladas de café em cápsulas foram consumidos pelos brasileiros em 2019, segundo dados da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café). A praticidade do uso de cápsulas descartáveis oculta o fato de que esta forma de preparar o cafezinho no dia a dia pode ser até 14 vezes mais prejudicial ao meio ambiente do que usar o coador de papel, por exemplo. Ciente deste gargalo na indústria, a marca CoffeeB, que integra o grupo suíço Migros, desenvolveu esferas de café totalmente compostáveis.

- Publicidade -

Desde que as cápsulas de café entraram no Brasil, a partir de 2006, muitos lares foram tomados pelo desejo de obter uma maquininha de café, do tipo Nespresso e Dolce Gusto. O problema da reciclagem era evidente: o índice de reciclagem de resíduos sólidos no Brasil é de apenas 4%, segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), portanto, era de se esperar que as cápsulas, feitas de plástico em sua maioria, se somassem ao problema ambiental.

Ocupando uma fatia menor no setor, há opções de cápsulas reutilizáveis, além de cápsulas biodegradáveis, lançadas pela Orfeu e Melitta, por exemplo. Já as esferas ou grânulos de café, desenvolvidos na Suíça, mira o público atento às questões ambientais, que não quer contribuir com o aumento da geração de resíduos que dificilmente serão reciclados, mas também não deseja abrir mão da facilidade das cápsulas descartáveis – de uso único e de dose única.

Cada Coffee Ball, como foi batizado o produto, é feito de grãos de café moídos comprimidos, encapsulados em um fino invólucro derivado de algas marinhas. Segundo a empresa, o revestimento é seguro para alimentos, transparente e sem sabor.

O grande porém da Coffee Ball é que deve ser usada em uma máquina fabricada pela CoffeeB, apelidada de Globe. Com algumas exceções, assim também ocorre com as marcas de cápsulas convencionais, cujos tamanhos e formatos são específicos para cada máquina.

- Publicidade -

Como funciona

Uma vez colocada na máquina Globe, a esfera é umedecida com água, para amolecer o café duro dentro dela. A máquina então perfura o invólucro externo, injeta mais água e pressiona a esfera. O café extraído é então preparado e depois distribuído na xícara com o acionamento de uma alavanca.

Segundo a fabricante, o que sobrar da Coffee Ball após a preparação do café pode ser colocado diretamente em uma pilha de compostagem, onde será compostada dentro de quatro semanas.

Outros pontos interessantes é que foram criados oito blends, sendo todos feitos com grãos de café certificados como orgânicos. A máquina também é produzida parcialmente com materiais reciclados e possui um design modular que facilita o reparo ou substituição de peças individuais conforme necessário.

- Publicidade -

A nova cápsula será comercializada na Suíça e França, inicialmente. Não há previsão de quando e se o produto será vendido no Brasil.

Sobras de café, uma nova indústria

O reaproveitamento das várias sobras de café tem sido a base para a criação de novos produtos e marcas. Com a borra de café já foram criados copos e xícaras compostáveis e até mesmo botas impermeáveis e tênis. Ao evitar que tais resíduos sejam enviados para aterros, são evitadas as emissões de gás metano – que é 28 vezes mais nocivo do que o CO2 para o aquecimento global. Além disso, as soluções criam um ciclo de reuso de materiais já disponíveis – e considerados lixo – ao invés da extração de novas matérias-primas.