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Balé para cegos integra pais e alunos em colégio de SP

Cerca de 500 alunos do Fundamental II e Ensino Médio do Colégio Doze de Outubro participaram de várias dinâmicas que visavam colocá-los no lugar de uma pessoa com deficiência visual durante a abertura da OliDoze, na última segunda-feira (06).

Cerca de 500 alunos do Fundamental II e Ensino Médio do Colégio Doze de Outubro participaram de várias dinâmicas que visavam colocá-los no lugar de uma pessoa com deficiência visual durante a abertura da OliDoze, na última segunda-feira (06).

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A OliDoze é uma competição esportiva interna que acontece anualmente na instituição. Agora, é a vez dos pais, que podem se inscrever para participar das vivências coordenadas por Fernanda Bianchini, fundadora do único balé para cegos do mundo, que serão realizadas na reunião de pais e mestres agendada para o próximo sábado (11).

“O Colégio Doze de Outubro tem tradição na inclusão de alunos com deficiência”, lembra Adriana Garcia, diretora da instituição. “E para nós inclusão não é só ter dependências adaptadas, material didático específico ou professores treinados: a verdadeira inclusão começa pela preparação de toda a comunidade de alunos para receber bem e integrar essas pessoas”, completa.

Fernanda Bianchini endossa essa visão. Tanto que incluiu, na abertura das Olimpíadas do Colégio Doze de Outubro, uma dinâmica que colocava lado a lado as dançarinas da Associação de Balé e Arte para Cegos e os alunos do colégio. “De olhos vendados, vocês não sabem quem está ao seu lado”, explicou.  “Mas são as pessoas ao seu lado que te mantém no círculo. Na vida, é muito importante prestar atenção a quem mantemos dentro ou fora do círculo”, ressaltou.

Por meio de exercícios simples e com alto cunho participativo, Fernanda guiou os alunos do colégio no universo da inclusão. Após assistirem uma breve apresentação da companhia, que integrou a cerimônia de encerramento das paraolimpíadas de Londres no ano passado, alguns estudantes foram convidados a se juntar às bailarinas para aprender posições básicas de balé.  De olhos vendados, eles vivenciaram a inversão dos tradicionais papéis, pois eram as jovens cegas que os ajudaram na tarefa.

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“Quando comecei a ensinar para a primeira turma de nosso balé, procurei usar imagens fáceis para que elas pudessem aprender os passos básicos”, Fernanda explicou para os alunos. “Para um dos passos, expliquei que era como pular para dentro e fora de um balde. Uma das meninas levantou a mão e me perguntou ‘Tia, o que é um balde? Eu nunca vi um balde’. Foi quando percebi que tinha que vendar meus olhos para entender o mundo dos cegos”, relatou. 

A edição 2013 da OliDoze contou também com a presença de Marianne Pinotti, secretária Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Em um breve discurso, ela expressou sua aprovação à iniciativa do colégio: “Parabéns a vocês que convivem no dia a dia com a inclusão”, afirmou.  “Quando a educação inclusiva for uma realidade no país como é na escola de vocês, teremos um mundo melhor”, sintetizou.

A presença de Marianne Pinotti e a participação da Associação de Balé e Arte para Cegos Fernanda Bianchini na abertura da OliDoze marcaram o início do projeto institucional de 2013, que tem por tema “O essencial é invisível aos olhos”. Trata-se de um tópico gerador de reflexões e debates que permearão as atividades do colégio ao longo de todo o ano.

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“Esse tema propõe o aprimoramento das relações humanas éticas e nos convida a rever sentimentos, valores e atitudes que fortalecem a relação com nossos semelhantes e nossa interação no mundo em que vivemos”, explica Leda Yara Mello de Moraes, orientadora Pedagógica do colégio. “Esses valores são bens que não compramos e que não estão à disposição nos balcões de lojas. Esses bens preciosos que estão dentro de cada um de nós, como o respeito às diferenças, a tolerância com o outro, a capacidade de aceitar as pessoas como elas são”, finaliza.