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Documentário em homenagem a Dom Phillips estreia sábado

“Relatos de um correspondente da guerra na Amazônia” trata dos desafios da cobertura da violência na Amazônia

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Foto: Divulgação

O novo documentário da Repórter Brasil, é uma homenagem a Dom Phillips, jornalista inglês assassinado em uma emboscada no Vale do Javari junto ao indigenista Bruno Pereira. “Relatos de um correspondente da guerra na Amazônia” propõe uma reflexão sobre a complexa natureza da cobertura da Amazônia. O filme parte da experiência de Daniel Camargos, que foi companheiro de reportagem de Dom, ao cobrir as buscas pelo amigo desaparecido.

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A estreia do documentário será no sábado, 22 de julho, às 19h, na mostra Histórias da Amazônia, promovida pelo Pulitzer Center e pela Cinemateca, em São Paulo.

O documentário mergulha nos desafios enfrentados pelos jornalistas que cobrem a violência contra as comunidades indígenas na maior floresta tropical do mundo. A narração em primeira pessoa de Camargos conduz uma reflexão sobre o papel dos repórteres em meio aos conflitos na região. Após ouvir e sofrer com a brutalidade das revelações sobre o que aconteceu com Dom, assassinado e esquartejado, o jornalista se pergunta se “vale a pena seguir adiante”.

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Imagens: Divulgação

Em busca de respostas, o filme acompanha o repórter ao percorrer outros estados e outras terras indígenas, onde observa semelhanças e diferenças no modo como as suas fontes processam o luto. A resistência indígena perante a perda de tantos na disputa pelo território ganha uma nova dimensão para o repórter.

De acordo com Camargos, o filme começa após o trabalho de convencimento frente aos questionamentos sobre os riscos. “O encontro com a morte do amigo, a busca por sentido para a profissão de repórter e a tentativa de dar continuidade ao trabalho do Dom, são passos que dou ao longo do documentário que tem um tom reflexivo”, descreve o jornalista. “Fazer esse documentário foi muito doloroso, sem dúvida. Mas também foi fundamental para encontrar o sentido de ser repórter”.

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Com 1h de duração, “Relatos de um correspondente da guerra na Amazônia” é um filme de Ana Aranha e Daniel Camargos, com fotografia de Fernando Martinho e Caio Castor, montagem de Pedro Watanabe, e realização da Repórter Brasil.

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Foto: Divulgação

Jornalistas com Dom Phillips

O documentário integra o trabalho feito por um consórcio de mais de 50 jornalistas espalhados por 10 países e representando 16 organizações, incluindo os ingleses The Guardian e The Bureau of Investigative Journalism, Expresso (Portugal), Le Monde (França), Ojo Público (Peru), Paper Trail Media (Alemanha), NRC (Holanda), Tamedia (Suíça), Der Standard (Áustria), além dos brasileiros Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Amazônia Real, Folha de São Paulo e TV Globo.

Com coordenação da Forbidden Stories, esses veículos realizaram diversas publicações entre os dias 1 e 4 de junho, quando a morte de Dom e Bruno completaram um ano. O objetivo é dar eco às investigações que Dom Phillips fez em vida e, de certa forma, continuar o seu trabalho.

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Mais homenagens

Outra homenagem ao trabalho e ao legado de Dom Philips vem de familiares, amigos e colegas de profissão do jornalista inglês que se uniram para publicar o livro que ele escrevia quando morreu.

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Foto: Divulgação | João Laet | GoFundMe

Jornalistas brasileiros e estrangeiros trabalham voluntariamente na obra intitulada “Como Salvar a Amazônia: Pergunte Àqueles Que Sabem” (tradução livre). Uma campanha online foi lançada para levantar os valores necessários para a edição e publicação do livro, que terá como guia as partes já concluídas e apurações extensivas que ele deixou.

A equipe decidiu revisitar os locais visitados por Dom Philips, que queria retratar no livro, em primeira mão, o “front” da Amazônia sob a perspectiva de ativistas, lideranças indígenas e agentes da causa ambiental.