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Foto: Ricardo Ferreira

Entre 2017 e 2022, houve um aumento de 75% no cadastro de produtores orgânicos. Estes são dados publicados na revista científica Ciência e Desenvolvimento, com base em dados do IBGE. O estudo também revelou que, em 2020, os produtos orgânicos registraram uma expansão de 30%, movimentando R$5,8 bilhões. Em resposta a esse cenário em ascensão, o Instituto Fronteiras do Desenvolvimento e o Instituto Regenera, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS), irão lançar o ‘Guia para Avaliação de Práticas para o Comércio Justo de Alimentos Agroecológicos’.

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O guia já está disponível no site do projeto Da Amazônia para Belém e o lançamento  oficial está agendado para o próximo dia 29 de fevereiro, às 10h, durante um webinar no Youtube. O evento vai trazer Uma roda de conversa com Maria Jeanira Pereira, agricultora e presidente da Associação Pará Orgânico; Neiliane Paz, agricultora da CSA Manaus; e a influencer e nutricionista Elaine de Azevedo, criadora do Podcast Panela de Impressão, para falar sobre as dimensões que inspiraram o Guia e demais temas transversais à produção e comercialização de alimentos agroecológicos.

A publicação tem como objetivo ser um instrumento de avaliação que identifica o nível de maturidade das organizações em relação às seis dimensões específicas associadas à comercialização de alimentos agroecológicos, cocriadas durante a primeira etapa do projeto. São elas: Laços com a origem, Transparência como princípio, Governança em rede, Formação de hábitos, Garantia de acesso e Políticas de resíduos.

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Feira de alimentos orgânicos. | Foto: Alexandre Nunis

Das instituições participantes da etapa anterior, cinco foram selecionadas para o desenvolvimento de soluções concretas e individualizadas: a Associação Pará Orgânico, o GRUCA (Grupo para Consumo Agroecológico), a Rede Bragantina de Economia Solidária, a Rede Jirau de Agroecologia e o Toró Gastronomia Sustentável.

Metodologia

O Guia apresenta um questionário que resume atributos essenciais para que iniciativas de comercialização de alimentos agroecológicos estejam alinhadas às melhores práticas de comércio justo, transparente e responsável. “As organizações de comercialização são centrais para o aumento da oferta e demanda dos alimentos agroecológicos, pois elas podem oferecer apoio aos produtores para o planejamento de sua produção e educar os consumidores sobre a importância destes alimentos para nossa saúde e para a regeneração dos ecossistemas”, afirma Beatriz Duarte, Diretora de Programas do Instituto Fronteiras do Desenvolvimento.

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O questionário aborda cada dimensão com três questões de múltipla escolha. Duas investigam a situação atual da organização, enquanto a terceira convida para uma avaliação mais abrangente sobre a adequação das ações aos requisitos de cada dimensão.

Não existem respostas certas ou erradas, já que o questionário foi criado para auxiliar as iniciativas a identificar em que estágio de maturidade se encontram em cada uma das 6 dimensões, oferecendo pistas sobre direções para melhorias. Já as alternativas são organizadas em ordem crescente, do menos ao mais desejável, com reflexões sobre os motivos das respostas escolhidas e o que seria necessário para atingir uma melhora.

feira de orgânicos
Feira de orgânicos. Foto: Divulgação | Sesc

“Estabelecer espaços ou iniciativas que garantem o acesso permanente dos consumidores a alimentos agroecológicos é bastante desafiador, pois envolve uma relação próxima com os produtores, uma articulação para garantir a logística, uma comunicação capaz de traduzir ao consumidor todos os benefícios daqueles alimentos para a saúde, para o planeta e para a sociedade, entre várias outras atividades. Nos guias produzidos no projeto Da Amazônia para Belém, buscamos trazer reflexões e inspirações para facilitar esse trabalho e ampliar o acesso a esses alimentos”, afirma Maurício Alcântara, cofundador e diretor do Instituto Regenera.

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A expectativa é que essa metodologia seja aplicada continuamente como um manual, orientando outras iniciativas a analisarem suas próprias práticas. Ou seja, a ideia é que, ao utilizar esse instrumento, as organizações possam identificar áreas de melhoria e oportunidades para avançar na oferta de alimentos agroecológicos de maneira justa e transparente para seu público.

No site do projeto também é possível baixar outras publicações: Boas práticas para a comercialização de alimentos agroecológicos (2022); Guia de comunicação para comércio justo de alimentos agroecológicos (2022); Oito passos para empreender em sistemas alimentares regenerativos (2024); e o Guia para avaliação de práticas para o comércio justo de alimentos agroecológicos (2024).

guia alimentos agroecologicos
Imagem: Divulgação