Uso de bicicleta pode representar aumento de 225 milhões no PIB de São Paulo
O dado é do estudo do CEBRAP em parceria com o Itaú, que dimensiona o potencial da bicicleta como elemento transformador da realidade social.
O dado é do estudo do CEBRAP em parceria com o Itaú, que dimensiona o potencial da bicicleta como elemento transformador da realidade social.
A pedido do Itaú Unibanco, o CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) realizou um estudo na cidade de São Paulo para mensurar o impacto do uso da bicicleta nos âmbitos individual e social. Os dados foram coletados de junho a dezembro de 2017 e 1100 pessoas divididas em população geral e usuários de bicicleta foram ouvidos. O objetivo era estimar o tamanho do impacto do uso da bicicleta para o meio ambiente, para a saúde e para a economia da cidade.
O resultado do “Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo” foi apresentado hoje no Itaú Cultural por dois dos responsáveis pela pesquisa, Victor Callil e o coordenador Carlos Torres Freire. Eles mostraram os números comparativos das três áreas estabelecidas e a consequência para a população individual e socialmente. Foram analisados a relação da população geral e dos ciclistas com a cidade, a qualidade de vida, os gastos com saúde, tempo de demora no percurso casa-trabalho / trabalho-casa e a economia de recursos na adoção da bicicleta em favor do carro, e o que isso significaria em valor monetário se fosse convertido em PIB (Produto Interno Bruto).
Outro resultado obtido foi a reação direta que o uso da bicicleta poderia causar para a diminuição do tempo perdido no trânsito metropolitano, já que o maior número de bicicletas em circulação estaria ligado diretamente à redução de automóveis nas ruas de São Paulo.
Durante a apresentação dos resultados da pesquisa, a equipe do CEBRAP afirmou que vários outros aspectos sobre o uso da bicicleta não foram avaliados no produto final, mas que o cenário paulistano neste aspecto possibilita um estudo mais aprofundado para fins pessoais e profissionais. Exemplo disso é a hipótese de economia para as empresas e trabalhadores que optarem pelo uso da bicicleta em favor de converter o valor pago em Vale Transporte num bônus salarial. Nesse cenário, a empresa economizaria o valor pago às empresas de transporte, enquanto o funcionário receberia aquele valor a mais como salário. “O que falta para que isso aconteça é a divulgação dessas informações e o interesse das empresas em financiar as pesquisas e mudanças necessárias”, afirmou um dos espectadores do evento.
Os entrevistados do estudo estabeleceram alguns motivos que os levaram a optar pela bicicleta em favor do carro. Tempo, saúde, economia e prazer lideram o ranking de razões pelas quais cada ciclista escolheu aderir a essa atividade. Para eles, a bicicleta significa economia com gasolina e manutenção do meio de transporte, ao mesmo tempo que realizam um exercício que beneficia a saúde, agiliza no tempo de locomoção e é prazeroso aos usuários.
Metade dos entrevistados que disseram não utilizar bicicletas para se locomover disseram que não o fazem por “nada, não gosta, tem medo”. Apesar disso, os dados colhidos pela CEBRAP mostram que optar pelo uso da bike pode trazer inúmeros benefícios para a população. “Essas transformações nas vidas das pessoas já estão e podem ser feitas com o aumento do uso da bicicleta”, conclui o coordenador do estudo Carlos Torres Freire.
O download do estudo completo pode ser feito no site do CEBRAP.