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Hotel em São Roque inaugura complexo aquático ecológico

Projeto tem área total de 4,2 mil metros quadrados com piscinas, toboáguas, cachoeiras e aquecimento por biomassa.

Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação

O Hotel Villa Rossa fica a 40 minutos de São Paulo, em meio a 350 mil m2 de Mata Atlântica, na cidade de São Roque. O empreendimento comemora 30 anos de existência com o lançamento de um novo Complexo Aquático. O projeto reúne características sustentáveis, fazendo jus ao hotel, que, há anos, adota estratégias ecológicas.

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Construído em uma área total de 4,2 mil m2, sendo 800 m2 de piscina, com toboágua, cachoeira, duchas, percurso, iluminação noturna, o complexo é um projeto assinado pelo Atelier O´Reilly, referência no Brasil no desenvolvimento de projetos de urbanismo e arquiteturas sustentáveis.

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Um dos grandes destaques é o uso da tecnologia da biomassa para aquecimento do 1,5 milhão de litros de água. Como o gasto energético representa uma das maiores demandas dentro do setor hoteleiro, optou-se pelo uso da madeira para aquecer a água e reduzir o impacto ambiental.

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Também chama atenção como o espaço faz mimese da natureza ao criar piscinas com formas orgânicas, que dão ideia de movimento e dos elementos orgânicos encontrados em ambientes naturais. Além disso, há a ideia de proporcionar estímulos sensoriais por meio da água e isso é feito com o uso de texturas, curvas, jatos, temperaturas e quedas d’água.

O paisagismo foi inspirado na Mata Atlântica, utilizando espécies nativas da região. O uso de pedras e cascatas nessa composição foi fundamental para alcançar a ambientação tropical nativa.

Com o intuito de atender todos os públicos, há piscinas pouco profundas para as crianças se divertirem em segurança e uma praça molhada para interações com “gêiseres” saindo do chão. Elementos que também ajudam a criar a sensação de movimento das águas que se assemelha à natureza.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

 

Uma grande piscina com cascata e um patamar para descanso integra o setor adulto, juntamente com uma jacuzzi. O complexo é composto ainda por uma arquibancada composta por três níveis – de onde é possível ter uma visão ampla do parque e um maior entendimento da composição orgânica de suas formas.

Fotos: Hotel Villa Rossa | Divulgação

Arquitetura sustentável

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

À frente dos projetos arquitetônicos do Hotel Villa Rossa e do novo Complexo Aquático está a arquiteta e urbanista Patrícia O´Reilly. Ela, que se considera antes de tudo uma “ativista da sustentabilidade”, coleciona prêmios nacionais e internacionais nesta área. É dela, por exemplo, o premiado Mirante do Gavião Amazon Lodge, na Amazônia. A execução do projeto deste hotel é fruto de pesquisas e soluções encontradas junto à comunidade ribeirinha local.

favela da paz arquitetura sustentabilidade
Projeto do Instituto Favela da Paz Imagem: Atelier O’R

Também leva sua assinatura o projeto da nova sede do Instituto Favela da Paz, no Jardim Ângela, em São Paulo, que já foi exposto, inclusive, na Bienal de Arquitetura de Veneza. O projeto foi reconhecido como um dos oito projetos mais sustentáveis do mundo pela COP 26 e segue em fase de captação de recursos.

Foto: Giuliano Orlando | Divulgação

Busca por natureza e diversão

O novo complexo de piscinas se une às atividades de lazer já disponíveis no Hotel Villa Rossa. Tais como: piscina coberta, campos de futebol, quadras de tênis, academia ao ar livre, parede de escalada, spa, entre tantas outras.

A procura do hotel por eventos corporativos sempre foi muito forte, o que justifica o espaço contar ainda com um centro de convenções com 14 salas e anfiteatro. Marcio Diogo, gestor de serviços, há três anos e meio trabalhando no Villa Rossa, explica que antes da pandemia, durante a semana, quase 90% dos visitantes eram “de negócio”, enquanto os hóspedes “de lazer” chegavam ao local aos fins de semana e feriados. Com a pandemia isso mudou. Foi um longo período em que eventos foram totalmente proibidos, em contrapartida houve aumento da procura de hóspedes em busca de lazer – sobretudo em uma área tão próxima de São Paulo e ao mesmo tempo tão envolta por áreas verdes naturais.

Lago com pedalinho. Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação
Foto: Giuliano Orlando | Divulgação

Localizado a 1.100 metros de altitude, o hotel é cercado pelo Parque Natural Mata da Camara: um remanescente da Mata Atlântica que integra a reserva da biosfera do cinturão verde de São Paulo. Ao caminhar pelas alamedas dentro do hotel é possível apreciar o entorno da vegetação e, se der sorte, encontrar espécies da fauna ou até mesmo colher uma fruta do pé. Um pomar com frutas diversas atrai passarinhos e macaquinhos. Atividades como pedalinho, tirolesa e caiaque também estão entre as opções de lazer para aproveitar a natureza.

Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação

Villa Verde

Implementar iniciativas sustentáveis dentro do ramo hoteleiro é hoje uma premissa de qualquer negócio ciente de seu impacto no planeta. Entretanto, antes que conceitos como “turismo sustentável” e “viajantes conscientes” se tornassem comuns, o Hotel Villa Rossa já dava seus primeiros passos em busca de minimizar sua pegada ambiental. O projeto Villa Verde é exemplo disso – um programa de reflorestamento, de várias frentes.

Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação

O Villa Verde é composto por um viveiro com mudas de espécies, sobretudo, da Mata Atlântica, que são desenvolvidas, etiquetadas e distribuídas aos hóspedes. “Nós que semeamos, cuidamos e depois mandamos para o apartamento”, explica a engenheira agrônoma Ana Paula Fernandes.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

Trabalhando há 13 anos no hotel, Ana Paula explica que o viveiro era da ONG SOS Mata Atlântica, que só produzia mudas nativas do bioma. O hotel assumiu a continuidade do projeto criando o Villa Verde. Hoje, além das mudas, o espaço funciona como um “pronto-socorro das plantas”. A agrônoma e sua equipe são responsáveis por recuperar espécies de plantas, do próprio hotel, que necessitam de cuidados especiais.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

O hóspede, que visita o espaço, pode se deparar com a frase “Me Leva” colada na planta: são espécies disponíveis para adoção. O visitante encontra um explicativo sobre como plantar e, se quiser, pode levar a espécie para casa.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

Há plantas ornamentais não nativas e, no local, também são refeitas mudas de flor, temperos, chás, entre outras espécies comestíveis. “Já tive foto de hóspede que pegou uma mudinha e [a árvore] já está enorme”. O programa de incentivo ao plantio é uma forma de conscientizar os visitantes.

Foto: Giuliano Orlando | Divulgação

Horta e compostagem

Ao lado do viveiro é cultivada uma horta totalmente livre de agrotóxicos. Ali é possível encontrar hortaliças, ervas e PANCs. O que é colhido é destinado aos hóspedes e funcionários. Cada folha que chega na mesa do buffet é apresentada com a orgulhosa identificação: “produto da nossa horta”.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

“Na nossa horta não usamos nada de defensivo agrícola ou adubo químico, conseguimos atingir um resultado bom porque usamos compostagem”, diz Ana Paula. A gestão faz a compra de um caminhão de composto em que 20m3 custa cerca de quatro mil reais, cuja recompensa é ter jardins e horta bem nutridos e sem veneno.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

No momento, a equipe está testando uma máquina compacta capaz de produzir 20kg de composto orgânico, a cada 8 horas, utilizando os resíduos do próprio hotel. Há diversos processos necessários para conseguir produzir o suficiente para o abastecimento, entre eles o treinamento da equipe da cozinha e o próprio volume de resíduos precisa ser maior. Ajustados os empecilhos, a solução pode ser um investimento com ótimo retorno.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo
Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

Quanto aos resíduos secos, todo o material reciclável é separado e vendido a uma empresa de reciclagem. O dinheiro arrecadado é destinado a projetos voltados aos funcionários. É uma iniciativa conduzida pelo RH, que gera renda e ainda mais valor aos resíduos, afinal mostra que o que se considera “lixo” são bens preciosos e aproveitáveis na indústria. É uma iniciativa exemplar em um país que, segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), deixa de ganhar R$ 14 bilhões por ano com o descarte incorreto de resíduos sólidos.

Outras práticas sustentáveis

Em qualquer rede hoteleira, o consumo energético e de água estão entre os maiores custos de manutenção. No caso do Hotel Villa Rossa, para amenizar o gasto de água, é captada água da chuva. O sistema consiste basicamente em conduzir a água que cai do telhado para um lago – onde passará por uma estação de tratamento. A água sai pronta para ser utilizada em todo o hotel. A irrigação do jardim, por exemplo, é realizada com água pluvial.

Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação

Lucas Silveira, Engenheiro Civil e responsável pela manutenção no hotel, explica que a Estação de Tratamento de Água (ETA) passará por uma reforma e, em breve, terá a capacidade de produzir até 400m³ de água tratada diariamente, trabalhando durante 20h por dia.

Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

Também todos os efluentes da hospedagem são conduzidos e tratados por uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), cuja possibilidade de tratamento é de até 90m³ por dia de esgoto.

Outro exemplo de como o projeto do hotel busca aproveitar ao máximo a água que circula no empreendimento é que o pavimento das áreas externas foi implantado apenas nos locais necessários, priorizando a grande cobertura de jardins e gramados, que facilitam a infiltração no solo. Isso ajuda a criar um microclima agradável nas dependências da hospedagem.

Pet-friendly. Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação

Além disso, parte do pavimento é de piso intertravado, uma técnica em que um pequeno espaço entre peças de concreto permite que a água escoe e seja absorvida pela terra mais facilmente.

Bancos e lixeiras fabricados com madeira plástica. Foto: Giuliano Orlando | CicloVivo

Há também o uso de biomassa para aquecer todo o empreendimento, ainda que parte da energia ainda seja suprida pelo uso de gás para manter o conforto térmico dentro do apartamento. Usando dois equipamentos, a hospedagem tem a capacidade de gerar 2.400.000kcal por hora para aquecer todas as águas.

O hotel ainda oferece ao hóspede a possibilidade de não trocar toalhas e roupa de cama diariamente, gerando uma economia que não afeta o conforto. O cartão de acesso aos quartos funciona como uma chave geral, de forma que quando o hóspede sai do cômodo e o retira, a lâmpada e os outros aparelhos são desligados automaticamente.

Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação

A gestão eficiente dos gastos e redução de desperdícios traz diversos benefícios, como contribuir com a economia de custos e ainda atrair viajantes cada vez mais atentos às questões ambientais. Uma pesquisa recente da iStock revelou que para 4 em cada 10 viajantes o turismo sustentável é mais importante agora do que antes da pandemia.

Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação

Após um longo período de confinamento, os viajantes têm buscado por experiências em ambientes naturais e com acomodações ecologicamente corretas.

Por fim, outro projeto interessante surgiu justamente por demanda dos hóspedes. É a estação de recarga de carros elétricos, que garante o abastecimento de quem chega ao hotel com um automóvel movido à eletricidade. Segundo Marcio Diogo, tem sido bem comum o uso do espaço.

Foto: Hotel Villa Rossa | Divulgação