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Reuniões em aplicativos são mais estressantes e fatigantes

Especialistas alertam para os riscos de estar sempre online e dão dicas de como manter a saúde física e mental neste momento

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Foto: Pixabay

Uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Interação Virtual Humana, da Universidade de Stanford, constatou que as reuniões realizadas em ambientes digitais são mais estressantes e fatigantes do que as reuniões presenciais.

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Os resultados indicaram ainda que as mulheres são as mais afetadas pelos elevados níveis de fadiga, em comparação com os homens. Mas isso não é uma regra, e esses indicadores mudam conforme o avanço da idade, encontrando o mesmo patamar em ambos os sexos a partir dos 55 anos.

Para o Prof. Dr. Filippo Pedrinola, isso acontece porque o desgaste vai além do cansaço físico. “Em um período como esse que estamos vivendo, o cansaço físico é só um adendo. As pessoas não podem sair de casa, deixam de outros ambientes onde praticam atividade física, o psicológico fica abalado e tudo o que mais queremos é que o tempo passe e as coisas voltem ao normal. Consequentemente, tornamo-nos preguiçosos, e isso acaba afetando todos os setores da vida. A reunião digital apenas consuma o período difícil”.

Sempre on-line?

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Foto: Adam Niescioruk | Unsplash

A pandemia reforçou ainda mais a “conexão” com a internet. Estamos cada vez mais presos às telas e dispositivos, mas este comportamento pode trazer sérias consequências para a saúde física e mental.

O número de pessoas usando a internet desde o começo da pandemia aumentou – só em 2020 no Brasil, o número subiu para 122 milhões de pessoas conectadas, segundo dados de um estudo da ComScore. Tem mais gente usando a internet, ficando mais tempo em casa, e o resultado é: 774.205 milhões de minutos de conexão, com 88% desse fluxo vindo dos smartphones. 

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É claro que, isolados em casa, tendemos a aumentar o número de horas assistindo filmes, séries e vídeos engraçados nas redes sociais, além de consumir mais música no streaming ou passar mais tempo escolhendo o que pedir no delivery. Mas essa alta no conectividade também tem um outro lado da moeda: o excesso de trabalho. 

Muitas pessoas deixaram de trabalhar fora de casa, em horário comercial, e no famoso home office acabam ficando disponíveis por muito mais tempo para os compromissos profissionais. Responder e-mails ou mensagens a qualquer hora do dia ou da noite ou durante feriados e finais de semana é um exemplo deste novo cenário.

Produtividade ou excesso?

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Foto: Pixabay

Longas jornadas de trabalho afetam a qualidade de vida, interferem no bem-estar físico e, claro, impactam a saúde mental. Quanto menos limites para separar a vida normal do trabalho, mais tênue fica a linha entre uma coisa e outra. 

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Em uma entrevista à rede BBC, a professora Elke Van Hoof, da Universidade de Bruxelas, apontou que essa resiliência e disponibilidade integral devem, em breve, dar lugar a um tsunami de desmotivação.

Segundo a pesquisadora, apesar de continuarmos relativamente firmes enquanto atravessamos o que ela denomina como “o maior experimento psicológico da história”, o estresse e os transtornos relacionados ao esgotamento do coronavírus (coronavirus burnout) podem afetar cada vez mais pessoas.

O que fazer?

“Será que vale a pena passar tanto tempo online? Seja se divertindo ou trabalhando, ou apenas respondendo uma mensagem? Será que você não pode passar suas horas livres exclusivamente aproveitando a companhia da sua família, amigos, fazendo alguma atividade que você goste ou alimentando um hobby que você tinha quando mais novo, mas que se perdeu ao decorrer do tempo pela loucura que sua rotina se tornou?”, questiona Fellipe Guimarães, CEO da empresa de tecnologia Codeby.

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Foto: iStock

Fellipe atua em uma das áreas profissionais mais afetadas pelo burnout na pandemia e deixa um conselho: “Pense em como você está levando a sua vida, se notar que está precisando de ajuda, procure um profissional. Não deixe de viver sua vida por estar preso digitalmente”.

De fato, descuidar da saúde fará com que o Covid-19 não seja o único problema que vai gerar preocupação. A mudança brusca no estilo de vida pode trazer doenças oportunistas e crônicas, por isso é importante a busca por uma rotina mais equilibrada e saudável.

Cuidar da saúde em casa é possível

Para o Dr. Filippo Pedrinola, a alimentação, o controle emocional, pratica de atividades físicas, sono e espiritualidade são os pilares essenciais para um estilo de vida saudável.

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Adequar o estilo de vida focando no equilíbrio destes pilares é fundamental porque, por mais que todos estejam ansiosos para que as coisas voltem ao normal, o corpo ainda precisa continuar ativo a fim de não sofrer com as consequências de um longo período de inatividade que poderia ter sido evitado.

“Após o expediente de trabalho, a pessoa pode fazer exercícios físicos em casa, improvisando equipamentos e pesos. Isso já é suficiente para que o corpo mantenha o ritmo e o cérebro comece a trabalhar liberando os hormônios de felicidade e bem-estar. Com isso, a ansiedade diminui, e a consequência é perfeita: a fome causada por ela também vai embora, eliminando todas as possibilidades de ganho de peso”.

Mais do que alimentação e exercícios físicos

Quando se fala em bem-estar, logo vem à mente a prática de exercícios e alimentação saudável, mas o sono e a espiritualidade também estão inclusos nesse estilo de vida. E, como muitos podem pensar, a espiritualidade não está relacionada com religião, mas sim com a ligação do indivíduo àquilo que ama.

“A espiritualidade é a ligação do indivíduo para consigo mesmo, com seus familiares, amigos e com o universo. Meditação e ioga são práticas que oferecem essa ligação íntima e ajudam muito na paz interior”, declara Pedrinola.

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Foto: Pixabay

E o sono não pode ficar de lado, pois é durante esse período em que é refeita toda a bioquímica celular do corpo humano. O ideal é que se alcance um tempo de aproximadamente 7h30 de descanso para o corpo conseguir completar todos os processos durante as 6 fases do sono.

“Com a privação do sono, os hormônios ficam desregulados. O ideal é sempre se manter alerta ao seu relógio biológico e criar uma rotina diária, como um horário certo para ir dormir, evitar usar o celular pelo menos 30 minutos antes de se deitar e evitar o consumo de certos alimentos que podem estimular o cérebro ao invés de relaxar. Se, mesmo assim, ainda sentir dificuldades para dormir, o ideal é procurar a ajuda de um médico”, declara Pedrinola.