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onça-pintada
Foto: iStock

Investigação liderada pela Proteção Animal Mundial (World Animal Protection) aponta que onças-pintadas estão sendo vítimas do tráfico de animais no Suriname. O silvestre é caçado nas florestas tropicais, incluindo o Brasil, e exportado para China com fins medicinais.  Apesar de não haver base científica, acredita-se que o animal pode tratar dores como artrite, melhorar saúde e desempenho sexual.

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Depois de abatidas, as onças passam por um processo de cozimento de até uma semana para serem convertidas em uma pasta preta que é exportada para a China. O comércio deste produto é bastante lucrativo, uma onça vale cerca de 20 gramas de ouro. Outras partes do animal são ainda exportadas ou vendidas no mercado local.

Vídeos feitos durante a investigação mostram onças-pintadas cruelmente amarradas após o abate. Além disso, há relatos e entrevistas de comerciantes que trabalham de forma ilegal no Suriname. Evidências apontam ainda que os filhotes desta espécie são retirados da natureza e vendidos para famílias ricas, como forma de provar status social. Fontes dizem que estes vivem em gaiolas até que sejam grandes demais para serem cuidados e às vezes acabam sendo colocados à mesa, já que sua carne também é muito consumida entre a população chinesa do Suriname.

“O resultado da investigação é muito triste. Foi revelado um comércio clandestino e cruel, que explora um animal icônico das florestas tropicais da América do Sul para uma medicina que nem mesmo foi comprovada”, declara Roberto Vieto, da Proteção Animal Mundial no Brasil.

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Nos últimos cinco anos foram registrados ao menos 30 apreensões de onças-pintadas no Brasil, o que envolveu a morte de mais de 50 animais. As ocorrências envolvem, em sua maioria, a comercialização de peles, o que mostra uma demanda por esse tipo de produto no mercado negro brasileiro. Por se tratar de uma atividade extremamente oculta, esse número chama bastante a atenção dos protetores de animais e ambientalistas. Dados retirados de pesquisa feita sobre tráfico de vida selvagem na Universidade Brookes em Oxford, Reino Unido, pela bióloga brasileira Thaís Morcatty.

Estima-se que existam aproximadamente 173 mil onças-pintadas na natureza, de acordo com a lista da IUCN. Acredita-se também que esses silvestres, como outros grandes felinos, estão sendo usados como produtos suplementares, ou seja, substituem o tigre na medicina tradicional asiática. A atividade desencadeia uma tendência preocupante que pode levar a população de onças-pintadas ao declínio abrupto.

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Com mais mineração e exploração madeireira, resultando em perda de habitat e aumento dos conflitos da vida selvagem com a humana, as onças estão se tornando mais visíveis, e estão sendo direcionadas para o gado. A perda de habitat também torna mais fácil para caçadores oportunistas e gangues organizadas da máfia encontrarem estes silvestres na natureza.

A Proteção Animal Mundial trabalha incansavelmente para evitar a crueldade contra animais em todo o mundo. A caça à onça-pintada para a medicina tradicional asiática é algo que até agora tem sido relativamente desconhecido. Para resolver o problema, a organização vai cooperar com os guardas do Suriname e as ONGs especializadas em soluções tangíveis e compartilhará informações para evitar a caça furtiva.

Informações adicionais sobre país e ambiente:

  •         A capital do Suriname é Paramaribo.
  •         A população total é de cerca de 560 mil habitantes
  •         O Suriname é o menor país da América do Sul, na fronteira com a Guiana Francesa ao leste, a Guiana a oeste, o Brasil ao sul e tem um litoral na fronteira com o Oceano Atlântico ao norte.
  •         O Suriname é o lar de um dos maiores trechos da floresta tropical intocada da Terra.
  •         O Suriname era uma antiga colônia holandesa, fundada principalmente como uma economia de plantações baseada em plantações de café, cacau, cana-de-açúcar e de algodão.
  •         A onça-pintada é classificada por todos os países das Guianas como estando em perigo e, portanto necessita de proteção.
  •         Isso significa que é ilegal caçar as espécies, seja para exportação, recreação, comércio doméstico de animais de estimação ou para carne de animais silvestres.
  •         Existem apenas algumas exceções, onde são tomadas disposições especiais para captura e envio com fins de educação, exibição e pesquisa de parques zoológicos, museus e reservas de vida selvagem.