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SOS Mata Atlântica apresenta resultados das análises de 43 rios brasileiros

SOS Mata Atlântica apresenta resultados das análises de 43 rios brasileiros realizadas em 2010. Foram monitorados corpos d’água de 12 estados brasileiros das regiões Sudeste, Centro-oeste e Nordeste, e do Distrito Federal; sem resultados positivos.

Durante o ano de 2010, o caminhão do projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”, da Fundação SOS Mata Atlântica, percorreu 12 estados brasileiros mais o Distrito Federal com o objetivo de levar educação e conscientização ambiental para os lugares onde ocorre o Bioma Mata Atlântica. Neste período, a população de 39 cidades pode participar das atrações realizadas pela equipe do projeto. Uma delas foi a coleta de água para análise de qualidade de ao menos um corpo d’água local, possibilitando a realização de 43 análises em 2010.
 
Essas avaliações têm por objetivo checar a qualidade dos rios, córregos, lagos e outros corpos d’água em todas as cidades por onde passa o projeto e, desta forma, alertar a população sobre a real situação do local onde vive. Para realizar essa análise, a equipe contou com um kit de monitoramento desenvolvido pelo Programa Rede das Águas da própria ONG. O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos).
 
Os níveis de pontuação são compostos pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), padrão definido no Brasil por Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), obtido pela soma da pontuação de 14 parâmetros físico-químicos, biológicos e de percepção, avaliados com auxílio do kit. Cada um destes pode aumentar de um a três pontos, obtendo um mínimo de 14 e máximo de 42. Os parâmetros são: temperatura, turbidez, espumas, lixo, odor, peixes, larvas e vermes brancos ou vermelhos, coliformes totais, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, potencial hidrogeniônico, níveis de nitrato e de fosfato.

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Entre os 43 corpos d’água monitorados, 70% ficaram dentro do nível REGULAR, 25% dentro do nível RUIM e 5% dentro do nível PÉSSIMO. As análises que tiveram o melhor resultado foram as do Rio Doce, em Linhares (ES), e a da Lagoa Maracajá, localizada na cidade de Lagoa dos Gatos (PE), ambas com 34 pontos, classificadas no nível REGULAR. Por outro lado, as análises mais baixas vieram do Rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), resultante em apenas 17 pontos; e a do Lago do Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, resultante em 19 pontos, ambas classificadas no nível PÉSSIMO. Nenhum dos pontos de coleta de água destes 43 corpos d’água pode ser classificado com índices bons ou ótimos, o que aponta a grande necessidade de ações de mobilização da sociedade para melhoria da qualidade da água em todos os estados.
 
A coordenadora do Programa Rede das Águas, Malu Ribeiro, reforça a importância de atenção quanto aos resultados das análises. “A mobilização da sociedade é fundamental para a conservação da água, pois embora seja um recurso natural essencial à vida ainda é tratada com descaso. Os índices de saneamento básico e de áreas de preservação permanente conservadas no país são muito baixos, o que reflete em ameaça à saúde da população. O ano de 2010 foi bom para o Brasil tratando-se de consumo e mercado, mas se olharmos para índices de qualidade ambiental, é assustador. Queremos despertar nas pessoas este estado de alerta, a necessidade de mudança de comportamento. Encontramos rios cada vez mais comprometidos, mesmo em regiões em que imaginávamos boas condições”, explica. Ribeiro completa ainda que a população local poderia se envolver mais e formar grupos voltados a acompanhar a situação destes rios e, dessa forma, cobrar medidas adequadas das autoridades.

O projeto teve início em maio de 2009 e está atualmente em seu segundo ciclo anual. Até hoje, foram visitadas 70 cidades em 16 estados mais o Distrito Federal, e mais de 280 mil pessoas já participaram de suas atividades, como jogos educativos, palestras, rodas de conversa, exposições e muito mais. Ao todo, foram 69 rios monitorados, cerca de 17.500 quilômetros já foram percorridos e suas emissões estão sendo compensadas por plantios realizados pelo Programa Florestas do Futuro da própria ONG. A iniciativa tem o patrocínio de Bradesco Cartões, Natura e Volkswagen Caminhões & Ônibus, além do apoio de forma local de mais de 160 instituições.

Quem tiver interesse em acompanhar as visitas do projeto em cada cidade por onde passa, deve acessar o site da ONG.  

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