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Sengis voltam a ser avistados depois de 50 anos

Os sengis somalianos, também conhecidos como musaranhos de elefante, não eram vistos desde os anos 70 e foram “redescobertos” por cientistas

Foram 5 décadas sem que os pesquisadores avistassem um único sengi somaliano, um mamífero comedor de insetos também conhecido como musaranho de elefante graças a sua pequena “tromba”.

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Do tamanho de um rato, o animal era comum nos anos 60 e 70, mas depois deixou de ser visto. Mas isso mudou em 2019, quando alguns pesquisadores foram avisados de que os simpáticos bichinhos estavam sendo vistos em alguns pontos da região Leste do continente africano e não apenas na Somália, seu local de origem.  

Os avistamentos aconteceram na região de Djibouti. Os cientistas então passaram a conversar com os moradores locais e, com as informações sobre os hábitos e possíveis tocas, colocaram iscas para atrair os sengis – aveia, amendoim e leveduras.

Depois de espalhar iscas em 1,2 mil “armadilhas”, veio a recompense: foram avistados 8 sengis somalianos, além de outros roedores, de acordo com um comunicado da Universidade de Duke.

“Formamos um time com cientistas de Djibouti e dos Estados Unidos, para incluir especialistas no ecossistema local e pesquisadores da espécie”, conta Steven Heritage, da Duke University.

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“Muitas espécies de sengis habitam o continente africano, mas não sabíamos qual seria a espécie que estava sendo vista em Djibouti. Ficamos surpresos e felizes em descobrir que eram sengis somalianos, espécie que não era vista há 50 aos”, comemora o cientista.

O grupo de cientistas publicou sua descobertas no periódico PeerJ. O último estudo sobre os sengis somalianos havia sido publicado em 1968.

Preocupação com a espécie

This Somali sengi was observed sunning itself by a wood pile. Houssein Rayaleh

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Os sengis somalianos (Elephantulus revoilii) tem olhos grandes e arredondados e um focinho longo que se assemelha ao formato de uma pequena tromba, usado para comer formigas. O nome usado pelos moradores locais pode ser traduzido como “nariz comprido”. É um animal muito rápido que pode se mover a uma velocidade de até 30km/h.  

De acordo com a International Union for the Conservation of Nature (IUCN) Red List, a espécie recebeu a classificação de “dados insuficientes” uma vez que não havia informações sobre estes animais para determinar com exatidão o grau de risco de extinção.  

Steven Heritage, no entanto, acredita que esta classificação possa mudar para “menor preocupação”. O pesquisador afirma que a espécie pode ser encontrada em diversas áreas do continente africano, não apenas no norte da Somália, mas também em Djibouti e, provavelmente, na região norte da Etiópia. De acordo com o pesquisador, o habitat destes animais não está ameaçado por atividades humanas ou pela expansão urbana e agrícola.