- Publicidade -
Imagem do rio Doce em Baixo Guandu. Foto: Secom/BG.ES/Agência Brasil

Por Agência Brasil

- Publicidade -

A recuperação ambiental da bacia do Rio Doce, três anos após o rompimento da barragem da mineradora Samarco, ainda dá o primeiros passos, na avaliação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A presidente do órgão, Suely Araújo, calcula que serão precisos aproximadamente mais 15 anos para se ter resultados mais concretos para as ações que estão sendo feitas na área afetada.

Considerado a maior tragédia ambiental do país, o rompimento da barragem em Mariana (MG) completou três anos. No episódio, foram liberados no ambiente cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos, que destruiu comunidades, devastou florestas e poluiu rios, além de deixar 19 mortos. “Temos programas para mais 15 anos. A natureza tem seu tempo. Não se faz recuperação ambiental em dois ou três anos. Isso não existe”, disse Suely Araújo, em entrevista coletiva na semana passada.

A presidente do Ibama preside também o Comitê Interfederativo, que é composto por diferentes estruturas do poder público. Seu objetivo é fiscalizar os trabalhos da Fundação Renova, criada para gerir todo o esforço de reparação dos danos causados na tragédia. As ações planejadas são financiadas com recursos da Samarco e de suas acionistas, a Vale e a BHP Billiton. Tanto o Comitê Interferativo como a Fundação Renova foram previstos no acordo que as mineradoras assinaram em março de 2016 com a União e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Apesar da natureza exigir seu tempo próprio, tanto o Ibama quanto a Fundação Renova informam que há avanços no reflorestamento. As ações visando o reflorestamento tiveram início em 2016 com uma revegetação inicial com gramíneas e leguminosas em diversos trechos da área mais afetada, entre a barragem e a Usina de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado (MG). A medida, de cunho emergencial, buscou combater a erosão e estabilizar o solo. Suely explicou que, só após esta primeira fase, teve início o reflorestamento.

Recomposição

De acordo com Gabriel Kruschewsky, engenheiro florestal da Fundação Renova, a recomposição de espécies nativas em áreas de preservação permanente começou no princípio deste ano. Até o momento, 95 hectares foram plantados. A meta é recuperar 540 hectares nas áreas de preservação permanente atingidas pela lama.

Segundo o engenheiro florestal, o reflorestamento se dá de forma integrada com a recuperação produtiva em sítios e fazendas. Esse trabalho é voltado para outros 600 hectares que eram destinados à pastagem e ao cultivo de culturas agrícolas. A Fundação Renova também atua na regularização ambiental das propriedades rurais e pretende recompor cerca de 500 hectares de áreas de preservação permanente existentes no interior delas. Trata-se de vegetação que não foi alcançada pela lama, mas que já se encontrava degradada. Todas estas ações, no entanto, dependem da adesão do produtor. “É opcional, mas a procura tem sido alta. Também estamos fazendo campanha de mobilização com os produtores”, disse Gabriel.

Rio Doce 

A qualidade da água do Rio Doce vem sendo vista de forma distinta por diferentes agentes envolvidos na reparação dos danos. Por um lado, a Fundação Renova garante que os parâmetros de metal já são similares ao que se observava antes da tragédia. De outro, a Justiça Federal mantém suas reservas e ainda não suspendeu aliminar que proibiu a pesca na foz. Em vigor desde fevereiro de 2016, ela impede a atividade pesqueira em dois municípios do litoral capixaba: Aracruz e Linhares.

Já em Minas Gerais, é o Instituto Estadual de Florestas (IEF), autarquia ligado ao governo mineiro, que restringe a pesca. A atividade estava vetada desde 1º novembro de 2016. Em maio do ano passado, foi liberada a captura de algumas espécies de peixes, como o mandi e a tilápia, situação que permanece desde então.

- Publicidade -

Confira a matéria completa aqui.