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Área de Mata Atlântica em SP inicia processo de tombamento

Em disputa judicial desde 2004, Jardim Alfomares está localizado na região de Santo Amaro e agora ganha aceno positivo.

Jardim Alfomares
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Uma área com cerca de 2 mil árvores de Mata Atlântica, que soma mais de 60 mil metros quadrados, está a salvo de ser derrubada – ao menos temporariamente. 

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Localizado no Alto da Boa Vista, zona Sul de São Paulo, o terreno é conhecido como Jardim Alfomares. A região é alvo de disputa judicial desde 2004, quando a Prefeitura autorizou a construção de um condomínio da Viver Incorporadora e uma Ação Pública impediu a continuidade das obras. Veja a história nesta matéria.

O caso ganhou repercussão há cerca de um mês, quando após o início da derrubada de árvores, moradores, mais uma vez se mobilizaram para paralisar a obra, o que foi conseguido com apoio do poder público, manifestações e um abaixo-assinado online que já recolheu mais de 70 mil assinaturas.

Uma das ações é o pedido de preservação do Jardim Alfomares como patrimônio. Para solicitar informações, o vereador Gilberto Natalini (PV) chegou a enviar ofício ao Secretário Municipal de Cultura e ao Presidente do Conpresp, órgão municipal de proteção ao patrimônio histórico, cultural e ambiental. 

Além de Natalini, também os vereadores Daniel Annenberg (PSDB), Eduardo Suplicy (PT), Rodrigo Goulart (PSD) e a deputada estadual Marina Helou (Rede) enviaram ofícios para averiguar o andamento do processo.

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Após tais ações, a Conpresp realizou uma reunião, no último dia 7 de dezembro, sobre a possibilidade de abrir o processo de tombamento da área. A decisão favorável foi obtida por unanimidade, sendo que apenas um dos conselheiros decidiu não votar. 

Com a abertura do processo de tombamento, o Jardim Alfomares fica protegido até a conclusão dos estudos. O Conpresp poderá definir a preservação definitiva. 

Como ressalta matéria da Folha, parte dos aspectos culturais e históricos já foram perdidos. Uma casa projetada por Oswaldo Arthur Bratke, grande nome da arquitetura paulista, cercada por jardins de Burle Marx, já não existe desde o início dos anos 2000. 

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Por outro lado, a área ainda resguarda a diversidade de espécies de fauna e flora, algumas raras e ameaçadas de extinção – como é o caso da palmeira Euterpe edulis, cujo fruto é o palmito-juçara.

Ali animais encontram abrigo dentro do caos urbano da capital paulista. Para se ter uma ideia, estão presentes tucanos, saguis, gaviões, saruês e até pica-paus. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente catalogou 104 diferentes aves no terreno. 

Para a SOS Jardim Alfomares e a Associação dos Amigos do Alto da Boa Vista, que lutam há anos para manter o remanescente de Mata Atlântica em pé, a região deve ser transformada em um parque.

Além do processo de tombamento, a disputa, que continua a correr na Justiça, ganha novo fôlego.