Imagens aéreas mostram o avanço do fogo sobre a Amazônia
O número de focos registrados na Amazônia em maio e junho já havia sido o maior para esses meses desde 2007
O número de focos registrados na Amazônia em maio e junho já havia sido o maior para esses meses desde 2007
De acordo com os dados do Inpe Queimadas, julho registrou 4.977 focos de calor no bioma Amazônia. Todos estes focos podem ser considerados ilegais uma vez que o Decreto nº 10.735 proibiu o uso do fogo no Brasil desde 28 de junho de 2021, mesma data em que o governo federal autorizou novamente o uso das tropas militares para combater as queimadas.
“É importante analisar os focos de calor considerando também o desmatamento ocorrido recentemente na Amazônia. Muitas áreas foram derrubadas e degradadas recentemente e devem ser queimadas ilegalmente nos próximos meses, quando a vegetação remanescente fica mais seca e suscetível ao fogo”, comenta Cristiane Mazzetti, gestora ambiental do Greenpeace.
“O pior está por vir, além dos próximos meses serem mais secos na Amazônia, os órgãos ambientais seguem enfraquecidos e o Congresso Nacional tem como uma de suas prioridades aprovar alterações na lei que incentivam ainda mais destruição ambiental e invasão de terras públicas.”
Cristiane Mazzetti, gestora ambiental do Greenpeace
O número de focos registrados na Amazônia em maio e junho já havia sido o maior para esses meses desde 2007. Em julho, houve uma redução de 27% quando comparados ao mesmo mês em 2020. Estados como Rondônia e Acre registraram aumento no número de focos (95% e 29% respectivamente) e a situação no Amazonas segue preocupante: o estado tem se destacado no aumento da devastação e o registrado no mês é superior à média histórica. Conforme ilustrado na figura abaixo:
“O impacto acumulado na Amazônia a partir do fogo e do desmatamento só aumenta, estamos empurrando a floresta cada vez para mais perto do seu limite e minando seu papel de aliada no enfrentamento às mudanças climáticas”, explica Cristiane.
“Com a destruição crescente deste bioma rico em estoque de carbono, estamos contribuindo para que extremos climáticos como esses vivenciados recentemente ao redor do planeta e no Brasil se tornem mais frequentes e intensos no futuro.”
Cristiane Mazzetti, gestora ambiental do Greenpeace.