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Fundo Amazônia: instituições se unem para reforçar sua importância

Diversas organizações que atuam na Amazônia emitiram um único documento em defesa da existência do fundo.

Diversas organizações não-governamentais que atuam na Amazônia emitiram um documento único nesta quinta-feira (8) em defesa do Fundo Amazônia, confira na íntegra:

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As instituições que subscrevem este documento reforçam a importância do Fundo Amazônia para programas, projetos e atividades de conservação da floresta e interiorização do desenvolvimento sustentável em localidades remotas e com populações vulneráveis na Amazônia e com benefícios para todo o Brasil. Portanto, o Fundo Amazônia deve ser defendido por todos nós. 

A Amazônia ocupa a maior parte do território nacional e é lar de 30 milhões de pessoas. Porém todos nós brasileiros dependemos deste que é o maior bioma do mundo. O território é bem diverso e complexo: há produtores de grande e médio portes, agricultores familiares, ribeirinhos, extrativistas e povos indígenas. Em comum entre eles, existe o desafio de manejar os recursos naturais para geração de renda e negócios, tanto para fins privados quanto comunitários e coletivos. 

O que os diferencia, porém, é a forma de lidar com esse ambiente. Porque a Amazônia se impõe às decisões que cada um toma em seu dia a dia: se, para alguns, a floresta é um obstáculo para o desenvolvimento, para muitos ela é a base de sua vida e, como tal, deve ser conservada e manejada de maneira sustentável. 

Nesse sentido, os recentes debates sobre o Fundo Amazônia, ainda que equivocados, geram ocasião para analisar os seus impactos sobre a conservação da floresta e o desenvolvimento de cadeias produtivas, assim como são uma oportunidade para a sociedade brasileira ter contato com temas relacionados ao desenvolvimento sustentável da Amazônia. 

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Ações de comando e controle são o primeiro passo nesse sentido e foram implementadas pelo Governo Brasileiro anos atrás — que resultou na queda significativa do desmatamento entre 2004 e 2015. Entretanto essas ações têm limitação de eficácia; portanto é preciso programas e projetos estruturantes para a promoção de uma nova agenda de desenvolvimento para a região, com inclusão social e produtiva. 

Hoje o Fundo Amazônia financia 103 projetos implementados por órgãos governamentais (38), instituições de pesquisa (6), organizações da sociedade civil (58) e organismo internacional (1). Dos R$ 1,8 bilhões comprometidos pelo Fundo Amazônia, órgãos públicos (federal, estadual e municipal) representam 60% e organizações da sociedade civil pouco menos de 37%. Tais projetos são analisados tecnicamente por uma equipe de profissionais do BNDES. A aprovação desses projetos se dá por meio de um processo técnico, objetivo e transparente. Todos os projetos tiveram que desenvolver argumentos e lógicas de intervenção baseadas nas estratégias e eixos temáticos definidos pelo Governo Brasileiro (por meio do Fundo Amazônia e o Ministério do Meio Ambiente) e integradas às políticas públicas municipais, estaduais e federais. 

Nos últimos dez anos, as instituições signatárias desta carta trabalham e promovem: 

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● O apoio de mais de 3 mil projetos e empreendimentos de geração de renda sustentável tomaram corpo e entregaram resultados; 

● Retorno de R$ 26 milhões foram obtidos pela comercialização de produtos sustentáveis de base florestal; 

● A valorização da agricultura familiar, com mais de 15 mil famílias, fomentando o uso do solo sustentável; 

● A realização de quinze feiras de produtos sustentáveis, que aproximaram quem produz de quem consome, aumentando a segurança alimentar, a diversificação de cardápio dinamizando a economia da Amazônia; 

● A estruturação e fortalecimento de Rede de Sementes nativas envolvendo 700 coletores, gerando R$ 2 milhões em renda e contribuindo com a restauração de 6 mil hectares; 

● Apoio à conservação de 100 milhões de hectares com ações de empoderamento e capacitação para geração de renda com as populações que ali vivem; 

● Redução de desmatamento em 67% nas taxas de desmatamento (2000-2017) em unidades de conservação estaduais no Amazonas atendidas. 

Os efeitos positivos dos projetos executados têm impactos além das datas de suas respectivas conclusões: tal qual uma pedra jogada num lago, elas inspiram outros públicos a seguir o mesmo caminho sustentável, além de promoverem a economia local em médio e longo prazos. O desafio está longe do fim e é preciso integrar programas, projetos e ações de todos os setores para que o objetivo final do Governo Brasileiro, e de todos os cidadãos do planeta, seja alcançado: conservação plena da Amazônia para continuidade do fornecimento de serviços ambientais (água, regulação climática), produtos da floresta (açaí, copaíba, farinha de mandioca, Pirarucu etc.) e a valorização dos povos da floresta e seus conhecimentos.

Subscrevem à esta carta as seguintes organizações não-governamentais (em ordem alfabética): 

Fundação Amazonas Sustentável (FAS) 

Instituto Centro de Vida (ICV) 

Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Conservação da Amazônia (IDESAM) 

Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) 

Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) 

Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE) 

Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) 

Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) 

Instituto Ouro Verde (IOV) 

Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) 

Instituto Socioambiental (ISA) 

Operação Amazônia Nativa (OPAN)