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Por ONU Brasil

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Novo relatório divulgado na última terça-feira (27) pela ONU Meio Ambiente mostra que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) aumentaram novamente em 2017 após um hiato de três anos, destacando o imperativo dos países em cumprir o histórico Acordo de Paris para manter o aquecimento global abaixo de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais.

O relatório é divulgado a poucos dias da importante conferência sobre mudança climática da ONU, conhecida como COP 24, que ocorrerá em Katowice, na Polônia, com a agência pedindo que as nações tripliquem seus esforços para reduzir as emissões nocivas.

O documento da ONU Meio Ambiente vem pouco depois do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sobre o aquecimento global, divulgado em outubro, que alertou que as emissões precisam parar de subir agora, a fim de manter aumentos de temperatura abaixo de 1,5 °C e reduzir os riscos para o bem-estar do planeta e da humanidade.

“Se o relatório do IPCC representou um alarme global, este relatório é uma pesquisa incendiária”, disse a diretora-executiva adjunta da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya. “A ciência é clara; por toda a ambiciosa ação climática que temos visto, os governos precisam agir com mais rapidez e urgência. Estamos alimentando esse fogo enquanto os meios para extingui-lo estão ao alcance”.

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O gás de CO2 que retém o calor na atmosfera é amplamente responsável pelo aumento das temperaturas globais, de acordo com o corpo avassalador de evidências científicas. O Relatório Global de Emissões 2018 da ONU Meio Ambiente mostra que as emissões globais atingiram níveis históricos.

As emissões anuais totais de gases de efeito estufa, incluindo a mudança no uso da terra, alcançaram um recorde de 53,5 Gigatons em 2017, um aumento de 0,7 em comparação com 2016.

“Em contraste, as emissões globais de gases do efeito estufa em 2030 precisam ser de 25% a 55% menores do que em 2017 para colocar o mundo em um caminho de menor custo para limitar o aquecimento global a 2 °C e 1,5 °C, respectivamente”, disse o relatório.

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O que é pior, o relatório observa que não há sinais de reversão dessa tendência e que apenas 57 países (representando 60% das emissões globais) estão no caminho de preencher sua “lacuna de emissões” — ou seja, a diferença entre onde provavelmente estaremos e onde deveríamos estar.

O aumento das emissões e os atrasos nas ações significam que a lacuna publicada no relatório deste ano é maior do que nunca.

A ONU Meio Ambiente salienta que, embora “o ímpeto crescente do setor privado” e “potencial inexplorado de inovação e financiamento verde” ofereçam “caminhos” para reduzir as lacunas de emissões globalmente, a “viabilidade técnica” de limitar o aquecimento global a 1,5 °C está diminuindo”.

Os autores do relatório observam que as nações precisariam triplicar seus esforços na ação climática sem mais delongas, a fim de atingir o limite de 2 °C em meados do século. Para atender o limite de 1,5 °C, teriam que quintuplicar seus esforços. Uma continuação das tendências atuais provavelmente resultará em um aquecimento global de cerca de 3 °C até o final do século, com a contínua elevação da temperatura depois disso, de acordo com os resultados do relatório.

“O tipo de ação drástica e de grande escala que precisamos urgentemente ainda não foi visto”, disse a ONU Meio Ambiente.

O relatório oferece maneiras concretas de os governos reduzirem suas lacunas de emissões, inclusive por meio de política fiscal, tecnologia inovadora, ação não estatal e subnacional e muito mais. Este nono relatório de emissões da ONU Meio Ambiente foi preparado por uma equipe internacional de cientistas de renome, avaliando todas as informações disponíveis.

“Quando os governos adotam medidas de política fiscal para subsidiar alternativas de baixa emissão e tributar combustíveis fósseis, eles podem estimular os investimentos certos no setor de energia e reduzir significativamente as emissões de carbono”, disse Jian Liu, cientista-chefe da ONU Meio Ambiente.

“Felizmente, o potencial de usar a política fiscal como um incentivo é cada vez mais reconhecido”, disse Liu, referindo-se às 51 iniciativas já implementadas ou planejadas em todo o mundo para cobrar pelas emissões de carbono (chamadas “precificação de carbono”).

“Se todos os subsídios aos combustíveis fósseis fossem eliminados, as emissões globais de carbono poderiam ser reduzidas em até 10% até 2030”, acrescentou ele, explicando que “estabelecer o preço correto das emissões também é essencial”. A 70 dólares por tonelada de CO2, reduções de emissão de até 40% seriam possíveis em alguns países”.

O Relatório Global de Emissões 2018 (acesse aqui) acrescenta mais um bloco de evidências científicas para informar a tomada de decisões na próxima conferência da ONU sobre mudança climática — a COP24, na Polônia — que começa no domingo (1) e terá a duração de duas semanas. O objetivo principal da reunião será adotar um plano de implementação para o Acordo de Paris para o clima.