5 curiosidades sobre as abelhas sem ferrão
Você sabia que as abelhas nativas sem ferrão comunicam-se por sinais sonoros e sinais químicos? Esta e outras curiosidades são compartilhadas pela professora Gessi Koakoski.
Você sabia que as abelhas nativas sem ferrão comunicam-se por sinais sonoros e sinais químicos? Esta e outras curiosidades são compartilhadas pela professora Gessi Koakoski.
Insetos de grande importância ambiental, as abelhas têm um papel fundamental para a preservação e o equilíbrio do ecossistema do planeta. Mesmo sendo pequenas, muitas vezes, causam um certo espanto nas pessoas, que ficam com receio de serem picadas. Mas o que muita gente não sabe é que existem diversas espécies que não oferecem risco à população: são as melíponas – abelhas nativas sem ferrão.
Presentes naturalmente no Campus I da UPF (Universidade de Passo Fundo), as abelhas chamam a atenção por construírem favos impecáveis e apresentarem muita organização entre elas. Na UPF, elas são objetos de estudo e estão presentes por todo o campus, especialmente, no Meliponário, que fica localizado em frente ao Centro de Convivência. A professora Dra. Gessi Koakoski, que ministra a disciplina de Apicultura para os cursos de Medicina Veterinária e Agronomia, compartilha algumas curiosidades sobre esses pequenos animais.
As abelhas sem ferrão apresentam papel estratégico na reconstituição de florestas tropicais e conservação de remanescentes florestais. São essenciais para a manutenção da biodiversidade, para a produção de alimentos e à vida humana, assumindo grande importância na manutenção da vida no planeta.
A principal função executada pelas abelhas é a polinização. Apesar de serem predominantemente conhecidas como produtoras de mel, as abelhas também fornecem cera, própolis, pólen, geleia real, entre outros, e podem ser criadas para a exploração destes produtos.
“Economicamente, não são importantes somente pelos produtos que nos fornecem. Estima-se que um terço da alimentação humana depende direta ou indiretamente da polinização realizada por abelhas”, afirma a professora.
Enquanto abelhas com ferrão (melíferas) armazenam o mel em favos, construídos no sentido vertical, as melíponas constroem potes para armazenar o pólen e o mel, feitos horizontalmente.
“É uma característica biológica das melíponas construir ninhos de formatos irregulares e diferenciados em cada espécie e é a entrada que projetam que as caracterizam. Pode ser um simples tubo, construído de cerume, por onde elas entram e saem e onde as abelhas guardiãs ficam de prontidão. Em algumas espécies, este tubo se alarga formando ampla plataforma, na qual as abelhas guardiãs ficam”, explica a professora.
Dentro dos ninhos, os alimentos utilizados pelas abelhas (pólen e néctar) são guardados nestes potes redondos ou ovais, feitos de cerume. “Pólen e néctar, geralmente, são armazenados em potes separados, mas há espécies que misturam os dois em um mesmo pote. E também podem ter forma diferente, sendo que os potes de pólen são cilíndricos e bem maiores que os de néctar, que são esféricos”, destaca Gessi.
Diferente das abelhas com ferrão, que se comunicam através de dança, as abelhas nativas comunicam-se por sinais sonoros e sinais químicos. “As mamangavas, por exemplo, não produzem sons nem danças, sendo as abelhas mais primitivas quanto à comunicação”, afirma a professora.
Cada colmeia é constituída por uma abelha rainha, pelas abelhas operárias e zangões. A rainha é única, sendo a fêmea reprodutora do ninho, responsável por botar os ovos que vão originar os novos indivíduos da colônia, e pode viver de dois a três anos.
As fêmeas operárias são estéreis, responsáveis pela coleta de material a campo, como pólen, néctar, própolis e barro e vivem, aproximadamente, de 40 a 50 dias. Dentro da colônia constroem as estruturas internas do ninho com cera que elas mesmas produzem, fazem defesa da colônia e ainda produzem geleia real para as larvas na fase inicial e para alimentar a abelha rainha por toda sua vida.
Os zangões nascem apenas para reproduzir, permanecendo dentro da colônia até se tornarem maduros e depois saem em busca de rainhas virgens para fertilizar. Enquanto as abelhas com ferrão são fecundadas por vários machos, as abelhas sem ferrão são fecundadas por apenas um macho.
Para o funcionamento da fantástica fábrica de mel, as abelhas operárias coletam o néctar das flores e dos frutos e, através do processo de ingestão e regurgitação, o néctar é transformado em mel pela ação de enzimas. Em seguida, se agrupam e batem as asas para que ocorra o processo físico, diminuindo a umidade do mel, podendo, assim, ser armazenado por mais tempo.
Cada colmeia de abelhas nativas tem suas peculiaridades. A Uruçú, por exemplo, tem entre 3 e 4 mil indivíduos e produz cerca de 8 kg de mel por ano. Já a colmeia de abelhas Jataí possui uma média de 5 mil abelhas e produz em média 1,5 kg de mel por ano em uma colônia saudável. No verão, algumas espécies percorrem até 3 km em busca de alimento.
As informações são da Universidade de Passo Fundo